- As tensões comerciais em curso e a fraqueza do dólar americano estão levando os preços do ouro a máximas históricas.
- A demanda asiática lidera esse movimento, com os ETFs da região registrando alta de 8% na última semana.
- O próximo movimento do ouro dependerá do rumo das negociações entre China e Estados Unidos, fator decisivo para os rumos no curto prazo.
- Quer 1 ano GRÁTIS de InvestingPro? É só abrir uma Conta Internacional Nomad. Clique aqui!
O ouro atingiu na semana passada seu maior patamar nominal da história, negociado em torno de US$ 3.500 por onça. A valorização expressiva reflete, principalmente, o acirramento da guerra comercial, especialmente entre Estados Unidos e China. A desvalorização do dólar americano também tem contribuído para o movimento, diante da crescente expectativa de que o Federal Reserve antecipe cortes na taxa de juros por temores de uma possível recessão.
Sinais recentes de que os dois países estariam suavizando suas posições levaram o ouro a recuar e estabilizar abaixo dos US$ 3.400 por onça. No entanto, caso as negociações continuem travadas e não haja avanços nos próximos dias ou semanas, o metal precioso pode romper novamente esse patamar e retomar a tendência de alta.
LEIA TAMBÉM: Como investir em ouro
Demanda asiática sustenta preços do ouro
Segundo o World Gold Council, investidores asiáticos têm liderado a demanda global por ouro nas últimas semanas. Com o agravamento das tensões comerciais, o metal volta a ser visto como um porto seguro. Apenas na semana passada, os fluxos para ETFs na Ásia cresceram 8%, o equivalente a 23,7 toneladas. No acumulado de 12 meses, a demanda da região aumentou 48,2%. Na contramão, a demanda europeia caiu 0,6% (8 toneladas) no mesmo período, enquanto a demanda na América do Norte permaneceu praticamente estável.
A influência da política sobre os preços das commodities deve continuar relevante no curto e médio prazo. Investidores devem acompanhar atentamente os desdobramentos das negociações comerciais entre China e Estados Unidos. Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, cabe agora à China normalizar as relações comerciais com os EUA, dado o desequilíbrio em sua balança.
De acordo com a Bloomberg, a China já teria iniciado esse processo ao eliminar tarifas retaliatórias sobre certos semicondutores. Ainda assim, a medida é considerada insuficiente para caracterizar um avanço efetivo, e o mercado espera novos desdobramentos nas próximas semanas.
As projeções de preço para o ouro neste ano foram revisadas para cima por grandes instituições financeiras. O Goldman Sachs (NYSE:GS) elevou sua estimativa para US$ 3.700 por onça, enquanto o UBS já havia apontado a faixa de US$ 3.500 no início do mês.
Ouro consolida faixa entre US$ 3.270 e US$ 3.380
Atualmente, os preços do ouro estão consolidando dentro de um intervalo entre US$ 3.270 e US$ 3.380 por onça. Um rompimento dessa faixa será decisivo para definir o rumo de curto prazo. Caso a tendência altista persista, a quebra da resistência pode abrir espaço para uma nova tentativa de alcançar as máximas históricas.
Por outro lado, uma queda abaixo da faixa atual sinalizaria a continuação do movimento corretivo, com próximo suporte relevante na região de US$ 3.200 por onça.
***AVISO: Este artigo é meramente informativo e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.