Ambipar pede recuperação judicial no Brasil e nos EUA
Análise dos fatores, impactos e perspectivas para os investidores.
Em outubro de 2025, a Bolsa de Valores do Brasil enfrentou uma das quedas mais expressivas dos últimos meses, gerando preocupação entre investidores, analistas e o público em geral. Irei analisar as possíveis causas desse movimento, o contrato (WINV - mini-índice) num período histórico, além de discutir as perspectivas para quem investe em derivativos na bolsa brasileira.
Causas da Queda
- Cenário Econômico Global: A volatilidade internacional, impulsionada por incertezas relacionadas à política monetária e comercial dos Estados Unidos e a desaceleração das principais economias mundiais, pressionou mercados emergentes, incluindo o Brasil. Com destaque para o aumento da tarifa (para 100%) aos produtos chineses por parte dos EUA. O que reacende a guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
- Fatores Internos: Queda no congresso da MP 1303, possível gratuidade no transporte público, aumento da inflação (IPCA de setembro) e instabilidade no cenário político contribuíram para o aumento da aversão ao risco.
- Fluxo de Investimentos Estrangeiros: A saída de capital estrangeiro, refletida na valorização do dólar frente ao real, agravou ainda mais a queda dos ativos brasileiros.
Histórico de Outubro (outras primaveras)
- Com base na premissa do título, Outubro Vermelho, escolho o principal contrato derivado do Ibovespa (índice Bovespa) que é o WINV25 que tem seu vencimento em 15/10/2025.
- No mês de outubro o WINV25 iniciou cotado a 147.205 pts e no dia 14/10/2025 fechou cotado a 141.790 pts. Uma variação de -3,67%. O que mostra uma perspectiva de curto prazo de queda. Aliada a queda no valor do contrato o volume financeiro negociado recuou bastante.
- Do ponto de vista histórico, de 2010 a 2024, o mês de outubro possui uma média histórica de 2,23%, com uma mediana em 1,79% e taxa de sucesso em 66,7%. Isso significa que na maioria dos últimos anos o WINV subiu no mês de outubro. Destaque para a melhor performance em 2011, com uma alta de 11,49%, e a pior performance para o ano de 2021, com uma queda de -6,74%.
- De 2010 a 2019 a performance média fica em 3,99%. Já de 2020 a 2024 a performance média cai para -1,30%.
Anos de Performance Excepcional (>10%)
- 2011 – com 11,49%: Recuperação pós-crise de 2008;
- 2016 – com 11,23%: Início da recuperação econômica brasileira depois do impeachment;
- 2018 – com 10,19%: Eleições presidenciais com candidato da direita na liderança das pesquisas e as expectativas de continuidade das reformas.
Anos de Perfomance Negativa Significativa
- 2021 – com -6,74%: Pressões inflacionárias e incertezas fiscais;
- 2012 – com -3,56%: Desaceleração econômica global;
- 2023 – com -2,94%: Tensões geopolíticas e a alta de juros nos EUA.
Perspectivas
Diante desse cenário de incerteza, é fundamental que o investidor mantenha a calma e evite atitudes precipitadas. O acompanhamento de indicadores macroeconômicos, resultados das empresas e decisões de política monetária ajudarão a identificar as oportunidades e os riscos.
A análise da sazonalidade revela que outubro historicamente não é considerado um mês problemático, com fortes quedas, para o mercado brasileiro, diferente dos mercados internacionais. Ainda faltam alguns dias para terminar o mês e muitas notícias deverão ser divulgadas, principalmente, caso acabe o shutdown nos EUA. Esse mês haverá reunião do FOMC e um provável corte de 0,25% (250bps) na taxa de juros nos EUA, o que pode trazer mais capital estrangeiro e fluxo para a bolsa brasileira.
Considerações Finais
A queda da Bolsa de Valores do Brasil em outubro de 2025 mostra que o mercado de ações está sujeito a ciclos de alta e baixa, muitas vezes influenciados por fatores internos e externos. O momento exige cautela, análise criteriosa e, sempre que possível, orientação de profissionais qualificados antes de tomar decisões de investimento. A análise dos últimos anos do mini-índice para o mês de outubro demonstra que, historicamente, o mês apresenta viés levemente positivo com retorno médio de 2,23%. No entanto, observa-se uma deterioração significativa na performance a partir de 2020. Para traders e investidores, o mês apresenta oportunidades históricas interessantes, mas reque análise cuidadosa do contexto macroeconômico específico para cada ano, dado que os fundamentos econômicos tendem a superar os efeitos sazonais na determinação do WIN e do próprio Ibovespa.