A Petrobras (BVMF:PETR4) anunciou nova redução no preço da gasolina para as distribuidoras nesta quinta-feira (15). É o segundo corte realizado pela estatal desde o início da nova política de preço dos combustíveis, que foi implementada em maio.
A redução é de 4,3% no preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras, que passa a ser de R$ 2,66 por litro. O fator câmbio parece ter sido o principal catalisador do reajuste, pois o preço internacional do petróleo (cotado em dólar) não mudou muito, chegando até a se valorizar ao longo do período.
O real se valorizou desde o último anúncio de reajuste no mês passado. A moeda brasileira chegou a seu maior patamar frente ao dólar hoje (dólar PTAX a R$ 4,82 segundo o Banco Central), representando uma valorização de 5% em relação ao final de maio.
Em relação ao preço da gasolina no exterior, o desconto negociado pelas empresas, da gasolina padrão ANP, se manteve próximo a 50 centavos de dólar por galão norte-americano para o produto entregue até os portos brasileiros, enquanto o próximo contrato RBOB listado no Nymex, que serve de base de referência nas cotações, encerrou ontem em 245¢/USG, contra 242.9¢/USG às vésperas do último anúncio.
Fundamentos
Oferta
Conforme informado no seu comunicado hoje, a Petrobras justificou o reajuste pela necessidade de “manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional.”
Isso pode ser analisado na luz da competição com seu principal concorrente no mercado doméstico, a Acelen, que está com uma boa disponibilidade de gasolina, e que também anunciou hoje uma redução de preços de até R$0,02/l em todas suas bases, com exceção de Ipojuca.
A Petrobras precisa também escoar o volume adicional proveniente do aumento do fator de utilização de refinarias, que chegou a 95% em maio. Além disso, é importante lembrar que a Petrobras está competindo com etanol hidratado nas bombas, cuja disponibilidade aumenta com o avanço da safra do Centro-Sul.
Demanda
Esse mesmo aumento da disponibilidade de etanol, junto com a implementação do regime monofásico para o ICMS em 1 de junho tendem melhorar a competitividade do etanol em relação à gasolina, podendo reduzir a demanda por esta. Os dados da ANP apontam que os estados do MT e SP já estão com uma paridade de preços favorável ao biocombustível, com uma relação de preço etanol/gasolina abaixo de 70%. Os estados de GO, DF e MG estão próximos, oscilando entre 70% e 71%.