Pedro Parente realmente está transformando a Petrobras. Mais do que uma transação comercial envolvendo uma companhia que já é parceira em alguns empreendimentos, é a demonstração inequívoca que a companhia reconhece suas limitações financeiras e parte definitivamente para o modelo do Imperador Julio Cesar: "dividir para conquistar".
Os principais pontos do comunicado sobre a operação são:
"As empresas já são parceiras em 19 consórcios de exploração e produção no Brasil e no exterior, com projetos importantes como a área de Libra, na camada pré-sal. Com o novo acordo, as duas empresas elevam substancialmente o nível de cooperação tecnológica , visando à redução de riscos dos investimentos e aumento da probabilidade de sucesso exploratório nos próximos anos.
Os principais termos e condições estabelecidos neste Acordo são os seguintes:
- cessão de direitos de 22,5% para a Total, na área da concessão de Iara (campos de Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu) no Bloco BM-S-11. A Petrobras continuará como operadora e a deter a maior participação dessa área, com 42,5% do total;
- cessão de direitos de 35% do campo de Lapa no Bloco BM-S-9 com a transferência da operação para Total, ficando a Petrobras com 10% de participação nesta concessão;
- opção da Petrobras de assumir 20% de participação no bloco 2 da área de Perdido Foldbelt no setor mexicano do Golfo do México, adquiridos pela Total em parceria com a Exxon, na rodada de licenciamento promovida pelo governo do México, em 05/12/2016;
- compartilhamento do uso do terminal de regaseificação da Bahia, com capacidade de 14 milhões de m3/dia;
- parceria, com 50% de participação da Total, nas térmicas Rômulo de Almeida e Celso Furtado, localizadas na Bahia, com capacidade de geração de 322 MW de energia;
- estudos conjuntos nas áreas exploratórias da Margem Equatorial e na área sul da Bacia de Santos, aproveitando a sinergia existente entre as duas companhias, já que cada uma detém destacado conhecimento geológico nas bacias petrolíferas situadas nas duas margens do Atlântico;
- acordo de parceria tecnológica nas áreas de processamento geológico e sistemas de produção submarinos, onde as empresas detêm conhecimentos complementares e que podem potencializar os ganhos da aplicação de novas tecnologias nas áreas em parceria."
Pedro Parente certamente não está sozinho. Outro ponto fundamental é a mudança de postura do controlador, ou seja, o governo brasileiro. Uma virada completa na maneira de enxergar o progresso e o crescimento. Ainda que não seja um movimento específico sobre a alteração recente na legislação do pré-sal, ele certamente é consequência indireta, uma vez que dá à sócia da Petrobras, neste caso, a Total, a convicção de que vale investir no país com foco no longo prazo.
Oxigena o caixa com US$ 2,2 bilhões e aumenta as chances de suportar novos ciclos de investimento através da associação. Desenvolvimento de novas tecnologias, intercâmbio científico, apoio econômico, financeiro e estratégico. Dois gigantes que desenham um caminho de longo prazo lado a lado.
Os papéis (SA:PETR3) e (SA:PETR4) devem responder com grande intensidade e velocidade ao anúncio positivo. Depois de tantas notícias ruins e demonstrações de irresponsabilidade na gestão da empresa, aquela que já foi a maior e mais importante companhia brasileira volta a ocupar destaque positivo.
Neste caso, Parente e Petrobras conseguiram benefício Total.
Ótima notícia para o setor. Mais um ponto para a tese de Queiroz Galvão Exploração e Produção (SA:QGEP3). Conheça a tese de investimento.
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