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Petróleo Pode Corrigir Apesar da Falta de Acordo na Opep sobre Oferta

Publicado 06.07.2021, 09:34
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Publicado originalmente em inglês em 06/07/2021

É indisfarçável o sorriso no rosto dos investidores do petróleo, que conseguiram o que parecia ser impossível: a Opep+ não chegou a um acordo para aumentar a oferta de barris a partir de agosto.

Petróleo diário

Mas a verdade é que os problemas para quem está comprado no mercado podem estar apenas começando.

Após dois dias de conversas não produtivas entre Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, a Opep+ decidiu que era melhor que os dois países interrompessem as negociações referentes às cotas de exportação para o próximo mês.

Não houve qualquer anúncio oficial sobre a questão por parte das 23 nações que compõem a aliança, formada pelos 13 membros originais da Opep, liderados pela Arábia Saudita, e mais 10 países produtores sob os auspícios da Rússia.

Pessoas a par das tratativas, no entanto, disseram à imprensa que, na falta de um acordo sobre as cotas de agosto, os limites atuais de produção do cartel permanecerão em vigor.

A expectativa era que a Opep+ tivesse concordado em elevar a produção em pelo menos 400.000 barris por dia no próximo mês. Os mercados de petróleo dispararam com a notícia, na medida em que a restrição de oferta vital para a economia mundial, em meio à recuperação da pandemia do coronavírus, foi interpretada como extremamente altista para os preços do petróleo.

A cotação do barril de Brent, referência mundial, disparou em Londres nesta segunda-feira, superando a marca de US$77, nível visto pela última vez em outubro de 2018.

Já o barril de West Texas Intermediate, negociado em Nova York, registrou poucas negociações devido ao feriado do Dia da Independência nos EUA, mas seguia a tendência do Brent na janela asiática de negociação desta terça-feira, atingindo o pico intradiário um pouco abaixo da máxima de outubro de 2018, a US$ 76,90.

No ano, o Brent acumula alta de quase 50%, e o WTI, de 58%, em razão do estrangulamento da oferta diária promovido pela Opep+. A aliança ainda está mantendo fora do mercado cerca de 5,8 milhões de barris por dia (mbpd), cortes esses que eram de 10 mbpd em abril de 2020.

Os investidores do petróleo agora mal veem a hora de o Brent chegar ao patamar de US$80 nos próximos dias, como vaticinou o Goldman Sachs (NYSE:GS) há alguns meses, quem sabe chegando até a US$100 como previu recentemente o Bank of America.

Isso se baseia na hipótese de união no âmbito da Opep+ em relação ao respeito aos cortes estabelecidos pela hegemonia russo-saudita que vem mantendo a aliança intacta.

Dissenso na Opep+ afetará resto do grupo?

Como ficou claro no fim de semana, a unidade dentro da aliança começou a se enfraquecer, podendo inclusive se esfacelar a partir de agora.

A Bloomberg noticiou, na segunda-feira, que a falta de acordo para novas cotas em agosto foi “bastante significativa para o cartel”, dizendo ainda:

“As relações entre dois membros centrais da organização estremeceram a tal ponto de impedir qualquer acordo. Isso prejudica a autoimagem do grupo como arrimo do mercado petrolífero, elevando a probabilidade de uma disparada inflacionária maior dos preços”.

O mercado petrolífero também deve ficar atento a outro fator: a deterioração da adesão da Opep+ aos cortes daqui para frente, devido a ação de “trapaceadores habituais”.

Os russos, por exemplo, que conduzem o grupo ao lado dos sauditas e são conhecidos por desonrar suas próprias cotas de exportação, tampouco demonstram interesse em exigir que outros membros cortem sua oferta.

Embora outros “trapaceadores" antigos, como Nigéria e Iraque, tenham mantido seus limites de produção ultimamente, o visível rancor dos Emirados Árabes Unidos com Riad pode incentivá-los a extrapolar os limites.

Desde o fim de maio, a adesão da Opep+ às cotas atingiu níveis históricos de 122%. É preciso ressaltar que a superação da meta se deveu principalmente por causa de um país: a Arábia Saudita.

É justamente aí que reside o cerne do problema entre sauditas e emirados. Por carregar o maior fardo dos cortes de produção desde 2016, quando o primeiro acordo da Opep+ foi selado, os sauditas se sentem agora no direito de auferir uma receita maior com os atuais preços, flexibilizando mais suas reduções do que os outros membros.

Segundo o plano de Riad, a Opep+ deve elevar gradativamente sua produção em cerca de 2 mbpd de agosto a dezembro e estender os cortes até o fim do ano que vem, e não mais até abril de 2022, sem um ajuste dos níveis de base de produção.

Os Emirados, no entanto, não estão satisfeitos com os parâmetros de cálculo dos seus cortes de produção, argumentando que se comprometeram com níveis muito inferiores no auge da pandemia. Abu Dábi investiu bilhões de dólares desde então para elevar sua capacidade de produção e deseja extrair mais petróleo para fazer jus a esses gastos.

A produção petrolífera dos Emirados atingiu o recorde de mais de 4 mbpd em abril do ano passado, durante a breve guerra de oferta entre Arábia Saudita e Rússia. Antes disso, o país só havia produzido mais de 3,2 mbpd durante um mês inteiro em duas oportunidades: novembro e dezembro de 2018.

É preciso lembrar, no entanto, que os Emirados sozinhos jamais serão capazes de inundar o mercado a ponto de derrubar os preços. Ocorre que seu desentendimento com os sauditas pode acabar incentivando outros membros da aliança a colocarem mais barris no mercado.

É preciso ainda ficar de olho em outros eventos.

Acordo de produção entre EUA e Irã

À margem do problema na Opep deve-se considerar ainda um possível acordo nuclear entre Irã e potências mundiais. Ainda que esse acordo não seja iminente, seu timing pode acabar surpreendendo. Se assim acontecer, as sanções norte-americanas às exportações petrolíferas iranianas cessarão, permitindo o retorno imediato de 500.000 bpd ao mercado ou 2 mbpd no longo prazo.

O Irã é membro fundador da Opep mas, devido às sanções, está sendo tratado como pária dentro do cartel, particularmente por sua inimiga de longa data, a Arábia Saudita. Embora Teerã não tenha contribuído com um barril sequer para os cortes liderados pelos sauditas, seu retorno legítimo ao mercado exercerá certa pressão pelo menos sobre os preços do petróleo.

Também existe a questão envolvendo a produção dos EUA, que tem sido em média de 11 mbpd há vários meses, depois de colapsar deste a máxima mundial de 13,1 mbpd um pouco antes dos efeitos da pandemia em março de 2020.

O número de sondas em operação nos EUA, indicador de produção futura, vem crescendo a passos lentos apesar dos preços explosivos do petróleo, em razão da política energética pró-fontes renováveis do governo Biden, que visa desencorajar o uso de combustíveis fósseis prejudiciais ao meio ambiente. As empresas de energia americanas são frequentemente punidas com a desvalorização das suas ações sempre que anunciam planos de perfuração agressiva.

Mesmo assim, em uma leve mudança de tom, o governo Biden expressou, na segunda-feira, seu desejo de ver mais petróleo no mercado através de um acordo na Opep+; Em um pronunciamento direcionado à aliança, a Casa Branca disse:

“Não participamos dessas tratativas, mas as autoridades do governo vêm se empenhando no sentido de promover uma solução consensual que permita a elevação da produção”.

Essas declarações foram feitas durante a coletiva realizada pela Casa Branca às sextas-feiras, em que a secretária de imprensa Jen Psaki expressou preocupações com o impacto da alta dos preços do petróleo sobre os consumidores americanos.

Tais declarações foram as primeiras do tipo desde que o atual governo tomou posse em janeiro, sinalizando que finalmente estava preocupado com a inflação e seu efeito sobre os preços da gasolina nas bombas de combustível, que atingiram novas máximas de sete anos acima de US$3 por galão.

Em suma, os riscos positivos para os preços do petróleo ainda são maiores do que os negativos. Mas não devemos nos surpreender se uma consolidação/correção de mercado ocorrer mais rápido do que se imagina.

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Tudo o que você escreveu hoje as 9hs da manhã pode jogar no lixo ! O sorriso virou lagrimas de sangue
APESAR da falta de acordo? kkkkkkkkkkk... O CORRETO É POR CAUSA DA FALTA DE ACORDO.
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