Ao se confirmarem as projeções para o PIB brasileiro hoje, registra-se a pior sequência recessiva da história do país, superior à crise de 1929. Dentre os aspectos políticos / econômicos que nos trouxeram a este momento, a condução macroeconômica é o fator chave para explicar o atual panorama.
Da mesma maneira, a condução macroeconômica, agora renovada na mudança de governo, explica o porquê da mudança de perspectiva dos investidores em relação ao futuro, muitas vezes contrariando a realidade dos indicadores no curto prazo.
Independentemente do resultado de hoje, existe a certeza de que, mesmo com a melhora da visão para o futuro, os riscos existem e o Banco Central deixou isto claro ao citar a taxa de juros estrutural da econômica, ou seja, aquela que depende de fatores exógenos como a aprovação de medidas de cunho fiscal e previdenciário ou mesmo medidas microeconômicas, como citado no site do Banco Central ontem.
A autoridade monetária tem usado a comunicação de maneira clara para indicar que, apesar de sinais mistos, menor vulnerabilidade externa e uma perspectiva de melhora da atividade econômica num futuro próximo, os elementos de incerteza continuam centrados no contexto político, ou seja, imponderável.
CENÁRIO DE MERCADO
A queda acentuada nos pedidos às fábricas na Alemanha, mesmo com o PIB da zona do Euro dentro das expectativas puxa a abertura na Europa para o terreno negativo, seguida pelos futuros das bolsas em NY na mesma linha.
Na Ásia, o fechamento repete a sessão anterior, com queda no Nikkei, porém fechamento positivo nos outros mercados, na perspectiva de valorização do dólar global, em consequência à perspectiva de alta de juros nos EUA na próxima semana.
O petróleo tem leve avanço na abertura, apesar da perspectiva de elevação da produção de óleo de xisto nos EUA e entre as metálicas, o aço puxa a queda após anúncio de aumento dos estoques chineses da commodity.
Em nível global, o dólar opera em alta neste momento, acima do Euro e da Libra, porém perdendo para o Won Sul-Coreano, o Rand Sul-Africano e o Peso Mexicano. Os US Treasuries têm rendimento em alta em todos os vencimentos observados.
CENÁRIO POLÍTICO
Como citamos anteriormente, o foco agora de Temer é a agenda econômica positiva e as reformas em andamento no congresso.
Medidas como o anúncio da primeira reforma tributário e do grupo de trabalho para desburocratização da economia mostra a necessidade urgente de avanços, de forma a minar o contexto negativo devido aos alvos muito próximos do governo nas operações contra corrupção.
Ao não ceder na idade mínima para a reforma da previdência, o presidente mostra mais uma vez que o seu alinhamento está centrado na equipe econômica e longe do contexto político. Aguardemos.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,1375 / 0,70 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,104%
Dólar / Yen : ¥ 113,97 / 0,070%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,343%
Dólar Fut. (1 m) : 3144,79 / 0,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 18: 10,21 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 19: 9,66 % aa (-0,62%)
DI - Janeiro 21: 9,96 % aa (-0,40%)
DI - Janeiro 25: 10,31 % aa (-0,29%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,67% / 66.341 pontos
Dow Jones: -0,24% / 20.954 pontos
Nasdaq: -0,37% / 5.849 pontos
Nikkei: -0,18% / 19.344 pontos
Hang Seng: 0,36% / 23.681 pontos
ASX 200: 0,26% / 5.761 pontos
ABERTURA
DAX: 0,177% / 11979,53 pontos
CAC 40: -0,210% / 4961,77 pontos
FTSE: 0,124% / 7359,27 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 66975,00 pontos
S&P Fut.: -0,105% / 2372,90 pontos
Nasdaq Fut.: -0,126% / 5354,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,31% / 86,85 ptos
Petróleo WTI: 0,28% / $53,35
Petróleo Brent:0,21% / $56,13
Ouro: -0,12% / $1.223,81
Aço: -0,96% / $85,90
Soja: 0,05% / $19,51
Milho: -0,34% / $371,50
Café: -1,13% / $139,65
Açúcar: -0,89% / $18,96