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Por que responsabilidade fiscal e social não devem ser vistas como opostos?

Publicado 23.11.2022, 10:55
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No espírito do “hot topic” do momento e de uma rede social que tem trazido tanta incerteza quanto o cenário político-fiscal brasileiro, a coluna de hoje tentará ilustrar porque a oposição defendida por alguns entre responsabilidade fiscal e social não passa de uma miragem de curto prazo. 

Ah! E tudo isso, em 10 tweets. Segue o fio.

(1/10) Do começo: não há uma definição única e clara para “responsabilidade fiscal”. Simplificando, se trata da boa gestão das contas públicas. Ou seja, equilibrar o que o governo gasta provendo bens e serviços para a sociedade com o que ele arrecada com impostos. 

(2/10) Como todo governo tende a gastar mais do que arrecada (é normal), ele também pode se endividar, emitindo dívida. Por aí podemos começar a perceber que as responsabilidades social e fiscal não andam assim tão longe...

(3/10) Afinal, essa dívida pública é financiada por quem? Todos aqueles que investem no Tesouro Direto. Eu, você, seus amigos e familiares, e instituições como bancos e fundos de pensão. Bancos esses que guardam o dinheiro de milhões de brasileiros, como na “boa e velha” poupança. 

(4/10) Assim, optar por não pagar a dívida pública significa calotear não somente “bancos”. E sim, todo o sistema por trás dele, incluindo eu, você, famílias que poupam seu dinheiro confiando que o terão de volta com juros, além de empresas – de conglomerados a padarias e manicures. 

(5/10) Ok, precisamos pagar a dívida. Mas ainda não precisamos gastar menos, pois o governo pode emitir dinheiro e pagar. Ok. Mas com muito dinheiro na praça sem trabalhadores mais produtivos para justificar, o dinheiro novo vira inflação. E a inflação afeta mais quem? Os mais pobres. 

(6/10) Fácil: só dar mais dinheiro para quem precisa. Ok. Mas com ainda mais dinheiro na praça, como controlar que os preços não sigam subindo? O Banco Central terá que subir os juros. O crédito fica mais caro, o endividamento acelera, a economia desacelera. Advinha quem sofre mais? 

(7/10) Certo. Então, que tal o Banco Central reduzir os juros, a dívida fica mais barata, o governo não precisa emitir dinheiro, e fica tudo certo? Ok. Mas com juros mais baixos do que o necessário para controlar os preços, a inflação vai subir de novo. Adivinha quem sofre mais?

(8/10) Ainda, como investidores colocam no preço o risco de investir em um país onde a inflação pode corroer os ganhos? Desvalorizando a moeda. 

(9/10) Mas quem se importa se o dólar sobe? Quem come pão, que vem da farinha importada. Ou carne, que é negociada em dólar. Ou anda de ônibus, movido ao petróleo também importado (e negociado em dólares). Ou seja, quanto mais alto o dólar, maior a inflação. Adivinha quem sofre mais?

(10/10) Resumo da ópera: a responsabilidade fiscal não é um capricho ou um obstáculo para a responsabilidade social. Pelo contrário, a segunda não existe sem a primeira. Sem ela, adivinha quem sofre mais?

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