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Por que responsabilidade fiscal e social não devem ser vistas como opostos?

Publicado 23.11.2022, 10:55
Atualizado 09.07.2023, 07:32

No espírito do “hot topic” do momento e de uma rede social que tem trazido tanta incerteza quanto o cenário político-fiscal brasileiro, a coluna de hoje tentará ilustrar porque a oposição defendida por alguns entre responsabilidade fiscal e social não passa de uma miragem de curto prazo. 

Ah! E tudo isso, em 10 tweets. Segue o fio.

(1/10) Do começo: não há uma definição única e clara para “responsabilidade fiscal”. Simplificando, se trata da boa gestão das contas públicas. Ou seja, equilibrar o que o governo gasta provendo bens e serviços para a sociedade com o que ele arrecada com impostos. 

(2/10) Como todo governo tende a gastar mais do que arrecada (é normal), ele também pode se endividar, emitindo dívida. Por aí podemos começar a perceber que as responsabilidades social e fiscal não andam assim tão longe...

(3/10) Afinal, essa dívida pública é financiada por quem? Todos aqueles que investem no Tesouro Direto. Eu, você, seus amigos e familiares, e instituições como bancos e fundos de pensão. Bancos esses que guardam o dinheiro de milhões de brasileiros, como na “boa e velha” poupança. 

(4/10) Assim, optar por não pagar a dívida pública significa calotear não somente “bancos”. E sim, todo o sistema por trás dele, incluindo eu, você, famílias que poupam seu dinheiro confiando que o terão de volta com juros, além de empresas – de conglomerados a padarias e manicures. 

(5/10) Ok, precisamos pagar a dívida. Mas ainda não precisamos gastar menos, pois o governo pode emitir dinheiro e pagar. Ok. Mas com muito dinheiro na praça sem trabalhadores mais produtivos para justificar, o dinheiro novo vira inflação. E a inflação afeta mais quem? Os mais pobres. 

(6/10) Fácil: só dar mais dinheiro para quem precisa. Ok. Mas com ainda mais dinheiro na praça, como controlar que os preços não sigam subindo? O Banco Central terá que subir os juros. O crédito fica mais caro, o endividamento acelera, a economia desacelera. Advinha quem sofre mais? 

(7/10) Certo. Então, que tal o Banco Central reduzir os juros, a dívida fica mais barata, o governo não precisa emitir dinheiro, e fica tudo certo? Ok. Mas com juros mais baixos do que o necessário para controlar os preços, a inflação vai subir de novo. Adivinha quem sofre mais?

(8/10) Ainda, como investidores colocam no preço o risco de investir em um país onde a inflação pode corroer os ganhos? Desvalorizando a moeda. 

(9/10) Mas quem se importa se o dólar sobe? Quem come pão, que vem da farinha importada. Ou carne, que é negociada em dólar. Ou anda de ônibus, movido ao petróleo também importado (e negociado em dólares). Ou seja, quanto mais alto o dólar, maior a inflação. Adivinha quem sofre mais?

(10/10) Resumo da ópera: a responsabilidade fiscal não é um capricho ou um obstáculo para a responsabilidade social. Pelo contrário, a segunda não existe sem a primeira. Sem ela, adivinha quem sofre mais?

Últimos comentários

Direta e objetiva.
Muita Verdade
simples assim
Excelente, uma visão clara sem viés político!
Finalmente, alguém com lucidez para abordar assunto tão importante. Obrigado!!!
O maior erro foi de Dilma em colocar Levy na Fazenda em 2015. De lá pra cá , juros altos , desemprego alto e PIB pífio !!!!
De todos os tempos lendo sobre economia, melhor comentário do ano 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
ótimo esclarecimento, parabéns! a colunista pela visão sóbria da conjuntura atual.
O governo precisa induzir à criação de empregos, para tanto precisa controlar a inflação para em seguida baixar os juros da economia, o que estimula a abertura de negócios. Mais empregos, menor tende a ser o assistencialismo.
A definição de responsabilidade fiscal com responsabilidade social eu digo: é preciso gastar no limite que não atrapalhe quem produz, simples assim, com inflação alta não é momento para expandir gastos, não adianta governo achar que está fazendo pelo social, quando na verdade está estimulando uma diminuição na produção de tudo que o pobre come ou veste. Em outras palavras, se estão prejudicando os setores produtivos, nada estarão fazendo pelo social.
As ferramentas estão na mão do Lula, ou estoura o teto do orçamento em 180 bilhões ou ele estoura aqui em baixo intervindo no câmbio forçando a baixa do dólar e com isso também distribuindo renda e pior ainda aumenta a interferência na política da Petrobras que também abaixando combustível distribui renda
EXCELENTE!!
Somos um pais de maioria ignorante. Inclusive Lula, que não sabe ler e acha que entende de economia e que acha que gastar cada vez mais pagando 15% de juros para o mercado e endividar cada vez mais o país é a solução. Não tem solução quando a maioria é ignorante e querem algo que é pior para todos mas eles acham que é bom
O mais ignorante de todos, Lula.
o pobre.
Parabens Rachel, otimo texto .
Ô gênia, e como você resolve o problema das pessoas que estão com fome HOJE? Diz aí, ô sumidade da macroeconomia. Vai dizer que o problema não é teu?
teu candidato prometeu dinheiro e não previu recursos
como fez teu candidato em 4 anos? Só que nos últimos meses abriu as portas da esperança. Perdeu, mané
Com no mínimo responsabilidade fiscal, acho que ela respondeu, mas fala aí o Gênio, como tu resolve? E não, realmente o problema não é dela, nem teu nem meu. Se o problema dos outros nos afeta fazemos algo pra ajudar nós mesmos não exigimos que outros façam algo para resolver problemas que nos incomodam.
faz o 'L'...
Lula ladrão, roubou a eleição!
perdeu mané 💩😚💩🤡
Parabéns, É exatamente isso. Quando vi o título pensei que era um artigo de algum esquerdista acéfalo que não pensa, estuda ou produz coisa alguma, além de propagar a ignorância herdada da escória que geralmente seguem.
Esse ponto de “?” Significa nao sei de nada so especulo 🤣🤣🤣
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