Todo investidor em algum momento, indiferente ao seu nível de experiência, já lidou com o dilema de ficar na segurança da renda fixa ou arriscar no potencial da renda variável. Um conceito muito utilizado neste momento de decisão é o prémio de risco, que analisa uma compensação adicional para o risco assumido pelo investidor na troca da renda fixa pela variável.
Renda fixa: Segurança com limite
A renda fixa é o investimento mais tradicional entre os investidores, todos praticamente possuem, mesmo que pequena, alguma posição em renda fixa. A principal atração da renda fixa é a segurança e previsibilidade do retorno. No entanto, essa segurança vem com um preço: os retornos geralmente são limitados.
O prêmio de risco na renda fixa é relativamente baixo. Investidores aceitam um retorno mais modesto em troca de estabilidade e previsibilidade.
O principal risco falando em renda fixa é o de crédito - a possibilidade do emissor não honrar com os pagamentos. Assim, quanto maior o risco do emissor, maior é o retorno esperado, assim o prêmio de risco é analisado na renda fixa.
Renda Variável: o céu é o limite, e o chão também
A renda variável, por outro lado, oferece um potencial de retorno significativamente maior, mas com um grau de incerteza muito maior. Na renda variável, ações, fundos, índices, não existe o risco de crédito como na renda fixa, o principal risco presente nesses ativos é o risco de mercado, que nada mais é a flutuação de preço no mercado à vista, causando uma volatilidade no curto prazo imprevisível.
Os preços podem flutuar devido a uma variedade de fatores, incluindo condições econômicas, desempenho da empresa e eventos geopolíticos, oferta e demanda entre outros fatores.
É justamente a volatilidade na renda variável que torna o prêmio de risco maior em comparação com a renda fixa. Investidores assumem riscos mais elevados, incluindo a possibilidade de perda de capital, em troca de maiores retornos. No entanto, é importante notar que o prêmio de risco na renda variável não é uniforme - certas ações ou setores podem apresentar prêmios de risco mais altos do que outros, dependendo de sua volatilidade e perspectivas de crescimento.
Buscando o prémio de risco de uma ação
O cálculo do prêmio de risco para uma ação geralmente envolve analisar os números da empresa bem como o desempenho da ação no mercado para se chegar a uma expectativa de retorno. Analisamos expectativa de preço da ação com base em indicadores como o P/L, P/VPA, dividendos, EBITDA, entre outros indicadores para chegar em um retorno esperado da ação.
Além disso, utilizamos um ativo como referência para ter a Taxa Livre de Risco, essa taxa livre de risco é o retorno de um ativo sem risco, ou com o menor risco possível, no Brasil esse ativo pode ser uma LFT por exemplo.
Com o retorno esperado e taxa livre de risco basta subtrair um pelo outro que chegamos no prêmio de risco, para fazer sentido o risco o prêmio deve ser maior que a taxa livre de risco.
Por exemplo, se o retorno esperado da ação VALE3 (BVMF:VALE3) for de 12% e a taxa livre de risco for de 6%, o prêmio de risco da ação VALE3 seria de 12% - 6% = 6%.
Neste exemplo, o prêmio de risco equivalente à taxa livre de risco, faria sentido a depender de alguns fatores, como perfil de investidor, horizonte de tempo e planejamento da carteira.
O prêmio de risco ajuda na tomada de decisões de investimento entre renda fixa e renda variável. Enquanto a renda fixa oferece segurança e previsibilidade com prêmios de risco relativamente baixos, a renda variável oferece potencial de retorno significativamente maior, mas com prêmios de risco mais altos e maior volatilidade.
Sendo que se o prêmio de risco for menor do que a taxa livre de risco, é preferível investir em ativos de renda fixa em vez de assumir riscos adicionais sem um retorno atrativo.
Portanto, um prêmio de risco significativo em relação à taxa livre de risco é geralmente necessário para compensar a exposição ao risco nos investimentos.