A produção econômica dos EUA no quarto trimestre deve registrar um crescimento anualizado de 2,0%, segundo projeções iniciais do CapitalSpectator.com. Esse ritmo está abaixo do avanço de 2,8% no terceiro trimestre, marcando o segundo trimestre consecutivo de desaceleração moderada.
Embora mais lento, o crescimento de 2,0% é considerado saudável e reforça o cenário de "pouso suave" da economia, no qual a desaceleração ocorre sem recessão iminente. Apesar disso, é o menor índice desde o primeiro trimestre de 2024.
No curto prazo, o risco de recessão permanece baixo. Os EUA continuam superando as economias do G7 em desempenho econômico, uma tendência que deve se manter no futuro próximo.
Alguns analistas projetam que o dinamismo econômico dos EUA continuará em 2025. Segundo um economista da RSM US LLP, "nosso cenário-base prevê que a economia americana cresça a um ritmo de 2,5% ou mais no próximo ano, bem acima da média de 1,8% registrada nos anos seguintes à crise financeira." Esse cenário tem 55% de probabilidade, de acordo com suas estimativas.
Outros especialistas, contudo, enxergam divergências nas perspectivas econômicas. “Estamos saindo do consenso otimista de pouso suave em Wall Street e nos dividindo em dois grupos: aqueles que acreditam em um cenário sem desaceleração ('no landing') e os que esperam turbulências à frente ('bumpy landing')”, explica um economista do BMO Economics.
Os otimistas argumentam que a administração Trump deve acelerar o crescimento econômico ao reduzir impostos e flexibilizar regulações. No entanto, outros analistas alertam que essas medidas podem elevar os riscos inflacionários caso o presidente eleito cumpra promessas de campanha, como impor tarifas de importação agressivas e deportar milhões de trabalhadores imigrantes.
“Estamos no cenário de pouso suave”, avalia Joseph Stiglitz, economista vencedor do Prêmio Nobel e professor da Universidade de Columbia. “Mas isso termina em 20 de janeiro”, data da posse de Trump.
Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs (NYSE:GS), faz um alerta:
“O maior risco é uma tarifa generalizada que pode afetar fortemente o crescimento.”