A política do pão e circo utilizada por tantos governos e de sucesso temporário, assim como em Roma parece ruir aqui no Brasil. O governo se empenha em dar dinheiro e promover eventos como a copa do mundo, com gastos exorbitantes, mas se esquece das principais obras que dariam qualidade de vida a sua população. Se tivesse sabido dosar o “pão e circo” com investimentos essenciais ao crescimento não estaria colhendo o fruto de sua arrogância: os manifestos pelo Brasil.
O ditado de que é preciso ensinar a pescar continua sendo válida, mas o governo ignorou preocupado apenas com a reeleição, amparado em índices altos de aprovação por uma massa que sem saber pescar sempre quer mais, o governo foi lançando bolsas e mais bolsas, como a ultima bolsa para aquisição de móveis, mas esta não agradou tanto afinal é um financiamento a juros baixos, mas tem que pagar, o governo acostumou a uma grande massa querer tudo de graça.
O governo justifica essa distribuição de renda para diminuir a desigualdade social, mas desigualdade se diminui com acesso a educação, e o Brasil está na penúltima colocação no ranking global de educação. A lista contou com 40 países e foi divulgada pela consultoria Britânica EIU (Economista Intelligence Unit) e Pearson. O Brasil segue atrás de países como México, Colômbia e Argentina. Só estando à frente da Indonésia.
Muitos já disseram que o Brasil só não cresceria se fizessem tudo errado, não que a presidenta Dilma estivesse fazendo, acredito e sei que ela é capaz de colocar este país no lugar certo, mas infelizmente tudo tem dado errado ou não tem sido feito por culpa do sistema institucional impregnado no governo, seja por alas radicais, por funcionários públicos ideológicos, e infelizmente os bons funcionários públicos se veem engessados no sistema atual.
A população não se contenta mais com o “pão e o circo” e se vê indignado por dezenas de motivos em diversos setores, afinal não basta ser a sexta economia mundial e ao mesmo tempo ter a 85ª posição no ranking mundial de IDH que considera renda, saúde, educação, na América do Sul estamos atrás do Chile (40º lugar), Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru (77º). Em um ranking que mede o ritmo de crescimento do PIB (produto interno bruto) de 166 países, o Brasil ficou em 128º lugar.
Como podemos ver o governo tem sido pouco eficiente em transformar a economia brasileira em crescimento, e programas assistencialistas tem custado caro ao povo brasileiro que sabe pescar, a falta de investimentos, a burocracia e os altos impostos aliados ao protecionismo trabalhista que se reflete em custo e pouca eficiência produtiva da mão de obra tem baixado a competitividade brasileira em todos os setores.
O povo que sabe pescar e não se contenta em ganhar o peixe, o povo que aceitou pagar a conta da bolsa família com um gasto de 23,9 bilhões ao ano, esse povo não aguenta ver o Brasil com baixos índices de investimento em saúde, segurança, esporte, esse povo não aguenta mais pagar a energia mais cara do mundo, o combustível mais caro do mundo, a roupa mais cara do mundo e os impostos mais caros do mundo.
Tem gente que não entende esses movimentos, o brasileiro não está contra a copa, está contra a falta de prioridade, todo brasileiro sabe que precisa primeiro ter o sustento de sua família para depois ter o lazer, tem que ter a casa própria, a educação, saúde e dai sim pensar em futebol. O que está indignando a população é a falta de prioridade, como gastar dezenas de bilhões em estádios quando se investe apenas 12 bilhões em logística de transporte.
Nós produtores por um lado comemoramos um plano safra, que nos impulsiona a produzir mais, infelizmente no Brasil produzir mais significa prejuízos, pois não temos como exportar, a falta de prioridade faz a nós e a indústria perdermos mercado por termos o mais alto custo de transporte do mundo com uma das piores infraestruturas, tudo isso e ainda ter que aguentar toda essa insegurança no campo, simplesmente não dá.
O brasileiro felizmente começou a se indignar, deixamos de ser chamados mundo a fora de um país de bananas e fomos às ruas, cada um com sua causa e sua indignação, afinal o povo não quer esmola, quer ter orgulho, quer dignidade e o que lhe é de direito e obrigação do Estado. Em um país em que índios, produtores, industriais, estudantes estão insatisfeitos alguma coisa está errada. Como em Roma agora o governo está na arena, resta saber se o povo irá fazer sinal positivo ou negativo condenando-o aos leões.