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Real Apresenta Volatilidade Maior no Preço do que Outras Emergentes Latinas

Publicado 10.09.2019, 07:30
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O Brasil tem reservas cambiais expressivas e está mais bem defendido na questão cambial que os demais países latinos, mas apresenta mutações no comportamento paritário com o dólar mais acentuado do que as demais moedas emergentes latinas.

Ontem, enquanto o peso mexicano sofria depreciação de 0,16%, o peso chileno 0,37%, o peso colombiano 0,46% e o sol peruano 0,22%, o real sofria depreciação, no mesmo horário, de 0,73%, igualando a desvalorização da lira turca.

O que o Brasil tem de diferente, já que teoricamente desfruta de um posicionamento melhor considerando fatores de consistência das contas externas e reservas cambiais?

O Brasil revela neste momento deficiência de fluxo cambial, mas, em tese, este fato foi detectado pelo BC que passou a ofertar moeda efetiva ao mercado à vista do dólar, embora em doses diária programática que podem determinar uma relação causa-efeito mais gradual do que seria recomendado, mas a autoridade interfere também na formação da taxa de câmbio futura ao mesclar sua intervenção com a oferta de swaps cambiais reversos, que tem a característica de afetar o nível de oferta de “hedge” e com isto interferir elevando a taxa futura do dólar.

No Brasil, como se sabe, o mercado futuro forma a taxa cambial do mercado à vista, diferentemente da grande maioria de mercados de outras economias.

Então, seria correto creditar a maior desvalorização do real ante outras moedas latinas como consequência da intervenção do BC no mercado com oferta de swaps cambiais reversos?

É bastante provável e nesta ação pode estar um objetivo não declarado da autoridade monetária de incentivo às exportações, em especial as denominadas commodities, num momento em que tem seus preços menos favorecidos, até pela alta do dólar no mercado externo, e por terem tido participação menos expressiva no PIB no 2º trimestre, e, também e principalmente, pela soberba perda de fluxo cambial comercial nos últimos 12 meses da ordem de US$ 22,0 Bi líquidos.

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O contexto interno do Brasil revela dados relevantes com inflação baixa, juro baixo, CDS baixo, mas em contraposição perspectivas de retomada da atividade econômica ainda anêmica, sem perspectivas de grande geração de emprego, renda e consumo.

A rigor, perspectivas positivas em termos de atividade econômica mais consistente somente para o médio/longo prazo, havendo tão somente o conforto da percepção de que o país está indo na direção certa, lentamente, mas demorará a ganhar efetiva tração e atratividade para investidores nacionais e estrangeiros.

O atual governo vem adotando medidas corretas, mas que demandam tempo para aprovação, e isto impede que o país consiga reverter o “status quo” recebido pela nova gestão em tempo mais identificado com os anseios populares.

E mais, como temos salientado, há todo um ambiente conflituoso externo, com incertezas e indefinições relevantes, que, naturalmente, afetam o Brasil, em alguns casos até favoravelmente, mas no todo travam o desempenho da economia mundial e isto nos atinge diretamente.

Sem fluxos cambiais favoráveis, acreditamos que com a intervenção pontual do BC suprindo a deficiência dos fluxos o preço do dólar, quando cotado a R$ 4,105 poderia estar em R$ 3,955, com viés mais acentuado de ajuste para baixo, contudo a estratégia adotada pelo BC parece sinalizar sustentabilidade a um preço acima do que seria o razoável, talvez com o objetivo não declarado, mas bastante factível de buscar incentivar as exportações, em especial de commodities, o que não descarta a possibilidade de retomar proximidade com R$ 4,15.

O cenário prospectivo de curto prazo para o Brasil, que vê positivamente o avanço da aprovação da Reforma da Previdência e o início dos debates em torno da Reforma Tributária, tem pontos conturbados a partir do mercado externo, que convive com o embate China-USA e otimiza demasiadamente as expectativas sobre a reunião entre ambos para outubro, sem precaução para eventual insucesso, e há mais decisão do FED, do BCE, do Brexit, sinais de recessão na Alemanha, enfim um conjunto de muito complexo de fatos relevantes num curto espaço de tempo.

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E por aqui, com os indicadores recentes é crescente a convicção de corte na SELIC, que pode ter repercussões no câmbio, via cupom cambial, e criar embaraços de gestão ao BC.

Entendemos que há neste momento fator de inibição a um ajuste maior da taxa cambial no Brasil, em grande parte decorrente da atuação do BC que ao irrigar a liquidez do mercado de câmbio à vista, o que entendemos correto, acaba por provocar a elevação da taxa a partir do mercado futuro, e sendo este que dita a taxa do mercado à vista, ocorre a resistência que tem sido observada.

Portanto, não há tendências, mas sim a necessidade da observação diária dos fatos e decisões internas e externas.

Últimos comentários

Sidnei, concordo com sua proposições, mas, discordo de você no que se ficou subentendido que o BC estaria agindo "errado". Creio que a política monetária está correta em manter artificialmente o real desvalorizado; isso será benéfico para as exportações, na geração de emprego e até no cupom cambial, haja vista que mais dólares entraram via pagamento das commodities. Quanto a SELIC, a queda de 0,5% já é "fava contada" (na próxima reunião), o que me deixou até certo ponto "preocupado" foi a divulgação das expectativas do Bradesco que preveem a SELIC a 4,75% no fim do ano. Se isso ocorrer teremos o dólar na faixa de R$ 4,35 a 4,45. Não sei se concordas comigo.
Tudo certo, o que falo do BC é que está ancorando a taxa mais elevada por razões objetivas de incentivar as exportações, mas de toda forma é uma prática disconforme com o mercado e repete o que a China vem tentando fazer.
Melhor artigo sempre!! Parabéns Sidnei.
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