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Rebanhos Maiores, Altas Menores

Publicado 16.11.2015, 12:39
LCc1
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O rebanho bovino brasileiro cresceu 0,3% em 2014. Ao final daquele ano existiam 212,3 milhões de cabeças no país, frente a 211,8 milhões no final de 2013 (IBGE).

O maior aumento ocorreu na região Norte, de 2,5%, e a maior retração na região Sudeste, cuja diminuição foi de 2,1%. Veja a figura 1.

Fig. 1 - Variações dos rebanhos bovinos por região entre o final de 2013 e de 2014.

Variações dos rebanhos bovinos por região

Fonte: IBGE / Elaboração: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

O maior crescimento percentual ocorreu na Paraíba, onde o rebanho aumentou 9,3%. Vale destacar que em 2012, devido à seca, o estado perdera 28,6% do rebanho bovino. O que tem ocorrido é a recomposição do efetivo.

Cenário semelhante foi observado no Rio Grande do Norte, onde houve aumento de 6,3% no período. A tabela 1 mostra um resumo do que correu em 2014.

Tabela 1 - Rebanho ao final de 2014, variação frente a 2013 e participação de cada UF no rebanho nacional, em ordem decrescente.

UF

Rebanho
(mil cabeças)

Variação anual

Participação no rebanho nacional

%

Cabeças

Mato Grosso

28.592

0,7%

196.978

13,5%

Minas Gerais

23.707

-2,0%

-494.214

11,2%

Goiás

21.538

-0,2%

-42.326

10,1%

Mato Grosso do Sul

21.004

-0,2%

-43.444

9,9%

Pará

19.911

3,9%

746.189

9,4%

Rio Grande do Sul

13.957

-0,6%

-80.414

6,6%

Rondônia

12.744

3,4%

414.355

6,0%

Bahia

10.824

0,0%

-4.275

5,1%

São Paulo

10.126

-3,4%

-360.527

4,8%

Paraná

9.182

-2,3%

-213.736

4,3%

Tocantins

8.062

-1,0%

-78.353

3,8%

Maranhão

7.758

1,9%

147.028

3,7%

Santa Catarina

4.286

2,0%

84.370

2,0%

Acre

2.800

3,8%

102.184

1,3%

Ceará

2.597

0,2%

6.072

1,2%

Rio de Janeiro

2.380

1,7%

39.670

1,1%

Espírito Santo

2.296

-0,8%

-17.821

1,1%

Pernambuco

1.920

5,3%

96.845

0,9%

Piauí

1.660

-0,4%

-6.008

0,8%

Amazonas

1.405

-4,4%

-65.329

0,7%

Alagoas

1.253

0,1%

1.398

0,6%

Sergipe

1.219

-0,3%

-4.243

0,6%

Paraíba

1.146

9,3%

97.119

0,5%

Rio Grande do Norte

973

6,3%

58.039

0,5%

Roraima

736

-1,5%

-11.083

0,3%

Amapá

168

8,1%

12.562

0,1%

Distrito Federal

100

-1,4%

-1.396

0,0%

Brasil

212.344

0,3%

579.640

100,0%

Fonte: IBGE / Elaboração: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

O estado com o maior rebanho bovino é Mato Grosso, seguido por Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, nesta ordem. Destes, apenas em Mato Grosso o rebanho cresceu.

Os dez estados com os maiores rebanhos detêm 80,8% do total nacional, o que equivale a 171,6 milhões de cabeças.

O maior crescimento absoluto ocorreu no Pará, um aumento de 746,2 mil bovinos no período. Em geral, no Norte e Nordeste houve aumentos. A figura 2 mostra estas variações no mapa.

Fig. 3 - Visualização dos aumentos (azul) e reduções (laranja) do rebanho entre 2013 e 2014.

Visualização dos aumentos (azul) e reduções (laranja)

Fonte: IBGE / Elaboração: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Variações de rebanho e mercado

Uma redução no rebanho tende a gerar menos oferta. Tende porque o rebanho total não define a disponibilidade por eras, ou a segregação entre corte e leite.

De toda forma, fizemos um exercício. Comparamos as variações de preços em 2015 (frente a 2014), com o que ocorreu com o rebanho em 2014. Isso porque os dados apresentados se referem ao rebanho no final do ano, ou seja, o que estará disponível no começo de 2015.

Veja o resultado gráfico da associação destas variáveis na figura 4.

Fig. 4 - Variações do rebanho em 2014 e das cotações do boi gordo em 2015 (até outubro), frente a 2014.

Variações do rebanho em 2014 e das cotações do boi gordo

Fonte: IBGE / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Observe que existe uma tendência de altas maiores nas regiões onde houve diminuição do rebanho (pontos alaranjados). A valorização média do boi gordo nos estados onde houve aumento de rebanho foi de 13,4%, enquanto os preços subiram 16,7% nos estados com redução no efetivo.

A linha de tendência decrescente indica que quanto maior a queda no rebanho, maior a valorização do boi gordo no ano seguinte.

Bahia e São Paulo se distanciam um pouco da linha de tendência. No caso da Bahia, uma explicação seria a seca, afetando a engorda e a disponibilidade de boiadas.

Sem considerar São Paulo e Bahia, temos um coeficiente (R²) de 0,83. Valores próximos de 1,0 indicam um ajuste maior do modelo de regressão (ilustrado pela reta). Em outras palavras, se a reta explicasse perfeitamente os dados, teríamos um coeficiente de 1,0.

Para evitar uma possível coincidência, fizemos a mesma análise com os dados de preços e rebanhos imediatamente anteriores. De maneira semelhante, São Paulo teve comportamento discrepante, juntamente com Mato Grosso do Sul.

Aqui surge a hipótese de que o gado importado de praças vizinhas influir na precificação no estado. Retirando os dois estados que tiveram comportamento distinto, tivemos um R2 de 0,80.

Considerações finais

O mercado do boi gordo não se limita a uma simples equação e,portanto, esta análise é complementar a tantas outras que se faz para monitorar o comportamento de preços.

De toda forma, o objetivo desta análise foi trazer os dados recentes sobre o rebanho nacional e mostrar uma possível relação entre as cotações e o comportamento do tamanho do rebanho por estado, sem a pretensão de definir uma forma de “prever” o mercado.

A variável demanda, fortemente influenciada pela situação econômica, é outro ponto que não pode ser negligenciado. A força da indústria e o ajuste pelo qual esta passou no último ano, com dezenas de fechamentos de plantas, também pesam.

O mercado do boi gordo não se limita a uma simples equação e acreditar nisto tende a gerar um alto custo de aprendizado.

O estado com o maior rebanho bovino é Mato Grosso, seguido por Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, nesta ordem. Destes, apenas em Mato Grosso o rebanho cresceu.

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