Panorama Semanal de 7 a 11 de janeiro
O otimismo quanto à Reforma da Previdência e a expectativa quanto a um acordo para a guerra comercial entre Estados Unidos e China marcou a semana.
A autorização da fusão entre a Boeing e a Embraer (SA:EMBR3) pelo governo de Jair Bolsonaro na noite de quinta-feira também foi destaque, bem como a divulgação pelo IBGE da inflação de 3,75% em 2018, abaixo da meta de 4,5%.
O governo afirmou que não enviará ao Congresso uma proposta de Reforma da Previdência fatiada. De acordo com Paulo Guedes, ministro da Economia, a proposta inclui a criação de um regime de capitalização. Sobre divergências e ruídos entre as áreas política e a econômica do novo governo nesse e em outros assuntos, Guedes disse que a equipe está sintonizada.
A posse dos presidentes dos bancos públicos foi outro assunto de peso na semana. Pedro Guimarães, presidente da Caixa, disse que o foco do banco será população de baixa renda e pequenas empresas. No BNDES, Joaquim Levy afirmou que o banco precisa se adequar, sem patrimonialismo. Já o presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3), Rubem Novaes, falou em redução de subsídios ao crédito rural.
A notícia de maior repercussão envolvendo bancos, no entanto, foi a promoção de Antonio Mourão no Banco do Brasil, triplicando seu salário para cerca de R$ 36 mil. Ele é filho do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. A decisão causou mal-estar no banco, no governo e gerou críticas da oposição.
Outra história polêmica foi a saída do Brasil do Pacto Global para a Migração, da ONU. Bolsonaro disse que é preciso ter critérios para impedir a entrada “indiscriminada” de imigrantes no país.
E a demissão de Alex Carreiro da presidência da Apex gerou uma crise. Anunciada pelo chanceler Ernesto Araújo no Twitter (NYSE:TWTR), foi contestada pelo executivo, que continuou trabalhando. Segundo Carreiro, quem nomeia ou exonera o presidente da agência é o presidente da República. Bolsonaro confirmou a demissão dias depois, e Mário Vilalva é quem agora comanda a Apex.
No caso Queiroz – o ex-assessor de Flávio Bolsonaro citado pelo Coaf por movimentação atípica de dinheiro – houve pouco avanço. Nem ele nem sua família foram depor, justificando que Queiroz estava internado no Albert Einstein. Convidado a depor, Flávio Bolsonaro, por sua vez, informou que pediu cópia dos autos da investigação do Ministério Público do Rio e que marcará o dia para prestar esclarecimentos sobre o assunto após ter acesso aos documentos.
Na Lava-Jato, as atenções se voltaram a mais uma delação do ex-ministro Antonio Palocci. Ele teria falado sobre fraudes em fundos de pensão e sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para esta sexta-feira, há a expectativa quanto ao decreto que libera a posse de armas em mais de três mil municípios brasileiros.
No exterior, há uma expectativa de que saia o acordo com o objetivo de evitar o fim da guerra comercial entre China e Estados Unidos, o que borrifou algum otimismo nos mercados.
O novo mandato de Nicolás Maduro na Venezuela é alvo de críticas. A OEA não reconhece o governo, e os EUA avisam que haverá sanções. A cerimônia de posse, que contou com a presença da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi esvaziada, com quase nenhum líder mundial. O Brasil reconheceu a Assembleia de oposição a Maduro como o governo legítimo do país vizinho.
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa bateu recorde e fechou a 93.613 pontos, em alta de 0,21%. Já o dólar, que vinha caindo ao longo da semana, registrou alta de 0,57%, cotado a R$ 3,7, no fechamento de quinta-feira. As declarações de Jerome Powell, presidente do Fed (o banco central americano), influenciaram os ativos. Segundo ele, o Fed pode ser “paciente” em relação à política monetária dos EUA.
*Dados atualizados até o dia 11/1, às 9h.