Garanta 40% de desconto
💎 WSM subiu +52.1% desde que foi selecionada por nossa estratégia de IA em dezembro. Acesse todas as açõesAssine agora

São os Investidores Pessoa Física Responsáveis pela Alta das Bolsas?

Publicado 27.07.2020, 15:03
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Tanto nos EUA quanto no Brasil o fenômeno da invasão de pessoas física investindo no mercado de ações aumentou de maneira gigantesca após a pandemia. Nos EUA, um dos aplicativos que popularizaram isso foi o Robin Hood, onde muitos desses investidores são conhecidos graças a esse movimento, como RobinHooders.

Nos Estados Unidos, com o avanço da pandemia e o incentivo por parte do Fed, o Banco Central Americano, foram injetados trilhões, onde inicialmente cada detentor de Social Security Number (o CPF dos americanos e que os residentes possuem) receberam US$ 1.200 de graça para gastar. Já quem está em auxílio-desemprego recebe semanalmente US$ 600. Muitos estão recebendo esse auxílio até em valor maior do que quando trabalhavam, ocorrendo casos em que preferem ficar em casa do que trabalhar. São valores altos e que muitas vezes passam do custo de manutenção de uma família, sobrando dinheiro para outras coisas, como investir na bolsa de valores, por exemplo.

Outro fato que posso notar, e ajudou na corrida das pessoas físicas para a bolsa, foram os fechamentos de cassinos, esportes como baseball, futebol americano, basquetebol, jogos que podem ser apostados e com grande número de apostadores em casa, só restou uma coisa aberta: a bolsa de valores, vista como muitos (de maneira equivocada) como um local de apostas!

Soma-se a questão de grana liberada de graça, mercados de apostas fechados, unindo-se ao tempo ocioso em casa, bummm!, temos o ambiente propício para os investidores pessoa física irem para a bolsa de valores.

 

Mas será que esses investidores influenciaram tanto assim o mercado de ações?

No Brasil, efeito similar ocorreu, temos o maior número de pessoas física na bolsa brasileira. Em 2002, tínhamos cerca de 85 mil pessoas física investindo e agora perto de 2,7 milhões de pessoas, ou seja, um crescimento de quase mais de 50% apenas em 2020 e o maior número da história!

Fonte: B3

Fonte: B3

No Brasil, o aplicativo que mais se assemelha ao RobinHood dos EUA é o Warren, mas que não é igual. Tanto nos EUA quanto no Brasil, mais apps surgiram e isso tem facilitado a questão de entrada de pessoas físicas investindo. O Warren recebeu recentemente R$ 120 milhões para ampliação e o Robin Hood existe desde 2013, permitindo que investidores abram um cadastro sem um valor mínimo inicial, inclusive com custo aparentemente gratuito, digo aparentemente, porque nos EUA é permitido a ordem de venda do que estão fazendo os investidores dessas corretoras para fundos e investidores institucionais, ou seja, há autorização e permissão para os investidores institucionais operarem do uso dessas informações. No Brasil isso ainda não ocorre, há corretagem aparentemente gratuita, mas como não existe almoço grátis, muitas dessas plataformas saem do ar no momento que o investidor mais precisa perdendo a possibilidade de operar por alguns momentos. Obviamente, não há “almoço grátis” em nada na vida.

Sobre o Robin Hood ele foi criado em 2013, tem 10 milhões de clientes e, apenas nesse período de pandemia, abriu cadastro para 2 milhões de investidores no primeiro trimestre, sendo esse número maior que corretoras americanas como Charles Schwab (a XP Investimentos dos EUA), TD Ameritrade e E-Trade combinados. Outros dados que são interessantes é a idade média do investidor que usa o Robin Hood, 31 anos e média de US$ 4.800 por cliente, o que é muito baixo e que multiplicando o valor médio por cliente vezes o número de clientes, temos US$ 48 bilhões, um valor muito pequeno perante o valor de mercado de US$ 14 trilhões a US$ 15 trilhões que possui o valor total do mercado americano.

Abaixo seguem dados da evolução dos investidores divididos por idade. Nota-se que a maioria dos investidores possui mais de 55 anos, correspondendo a 74% do total de investidores, não sendo o perfil dos investidores nos EUA:

Faixa Etária dos Investidores nos EUA

 

No Brasil temos evento similar onde mais da metade dos investidores, em torno de 55%, possui mais de 55 anos. Além disso, se somarmos todo o massivo crescimento de investidores de 2019 para 2020 (cerca de 1 milhão de investidores) eles representam apenas 25% do total de valores investidos na bolsa brasileira, com peso menor que os investidores institucionais e ainda quase a metade dos investidores estrangeiros (que resgataram da bolsa brasileira cerca de R$ 75 bilhões apenas em 2020).

Fonte: B3

Nos EUA, o RobinHood possui um mecanismo para sabermos quais são as ações mais populares no app. Há uma gama de ações e a mais popular no momento é a Tesla (NASDAQ:TSLA), que muitos falam que estaria cara e que vem subindo no ano.

Fonte: RobinHood

Tendência de crescimento no número de investidores e de dinheiro investido na Bovespa

Muitos sabem que nos EUA, metade da população americana (328 milhões de pessoas) investe diretamente ou indiretamente no mercado de ações, sendo 55% de investidores acima dos 18 anos. Esse percentual já foi de 65% em 2007, um ano antes da Crise de 2008. No Brasil, temos cerca de 2,7 milhões de investidores e se tivéssemos apenas um quinto do percentual americano, ou seja, 10% da população brasileira (209 milhões de pessoas), teríamos um crescimento de mais de 9x no número de investidores.

Porcentual da população dos EUA que investe na bolsa

 

No Brasil, o potencial de pessoa física é gigante, além disso, diferentemente dos EUA, estamos vivendo nosso primeiro período de juros baixos. Por exemplo, em 2001, chegamos a ter juros de renda fixa a 42% ao ano e hoje temos juros de 2,25%, uma queda de quase 40%, o que é muita coisa e que vai transformar aos poucos o pensamento do investidor pessoa física brasileiro.

Soma-se a isso, um valor de R$ 7 trilhões em renda fixa, com R$ 1 trilhão em poupança e que deve migrar nos próximos meses para a bolsa. Se pegarmos apenas 5% do valor de R$ 7 trilhões, temos R$ 350 bilhões saindo da renda fixa e entrando na renda variável. Como exemplo que comentei anteriormente, os estrangeiros com uma das maiores saídas da história do Brasil do Ibovespa com R$ 75 bilhões e que já teve uma grande influência, é quase um quinto do que tende a entrar no mercado de ações.

Sendo assim, conclui-se que atualmente o investidor pessoa física tanto nos EUA quanto no Brasil foi fator importante, mas não fundamental na alta recente das ações, eis que representa em ambos os países menos de 30% do total de investidores.

 

Mas, então o que auxiliou na alta das ações, se não foram os investidores pessoa física?

Em artigos anteriores, comentei que a recuperação das mínimas nas bolsas mundiais, “coincidentemente” teve valor similar ao que foi injetado na economia. Nas mínimas de março, as bolsas mundiais atingiram US$ 63 trilhões e que após os incentivos elas chegaram rapidamente a US$ 81 trilhões. O que ocorreu para mudar esse valor especificamente? Incentivos somados de US$ 17 trilhões pelos quatro maiores bancos mundiais: BOJ, FED, Banco Central da Inglaterra e BCE.

Abaixo podemos notar a quantidade de dinheiro que foi injetado nesses últimos 12 meses:

Estímulos econômicos

Somado a isso e outros acontecimentos macros é que comentei que maiores oportunidades de investimentos podem estar em mercados emergentes, empresas focadas em value investing, commodities (algumas com maior potencial que outras, que comentei no último artigo quais são), real state e propriedades.

Fico por aqui!

Era isso!!
Um grande abraço,
Eliseu Manica Júnior

Últimos comentários

isso sim um artigo de qualidade, diferente do bruce compre muita bolsa
Excelente análise. Parabéns
Se seguirmos o caminho do dinheiro, desde os BCs até os investidores, vê-se que o $ injetado vai diretamente para o mercado de ações pois quem tem acesso ao excesso de crédito são os grandes fundos. Daí percebe-se o aumento da bolsa como uma inflação.
"o fenômeno da invasão de pessoas física investindo no mercado de ações aumentou de maneira gigantesca após a pandemia." Após ou Durante??
Muito bom o artigo que os tubaroes se cuidem
hola Eliseu. Me parece que existe um erro ao escrebe que 2.7 M de cpf 2020 é um crescimento de 50% com respeito a 87.000 cpf de 2002.
Parabéns! Muito boas suas informações
goste muito desse artigo, muito enriquece nosso conhecimento.Parabéns Eliseu M. Júnior, ganhou mais um seguidor
Sempre focar em boas empresas e não as "da moda".
Discordo por completo do autor. O mercado não sobe ou desce devido aos pequenos investidores, são os grandes investidores que tem volume financeiro e organização para controlar o mercado. E não, nao é 1200 dólares recebidos do governo que deixam o americano "confrotável" para apostar na bolsa, uma vez que as casas de jogos e aposta estão fechadas. Esse movimento em U sempre acontece em todas as quedas acentuadas da bolsa. Teve investidor (será que merece esse nome?) que no ápice da pandemia sugeriu: cuidado, agora precisa justificar o injustificável, como se a recuperação do IBOV não fosse previsível.
ele não disse que o mercado subiu por causa dos pequenos investidores, ele mostrou isso com os dados tanto do Ibovespa ,quanto do mercado norte americano.
Uma duvida, os grandes nao inflacionam os valores das açoes, procuram pagar preço justo, os sardinhas sobem os valores quase com um leilao, e meu pensamento, oq acaba influenciando os valores para cima.
E tanto dinheiro estes 600 reais do governo que está sobrando para as pessoas investir eu não acredito que escreveram isto na matéria kkkk estão de sacanagem com as pessoas mais humilde
Tava com a mesma dúvida. Será mesmo q os nomes vós investidores é quem estão subindo o ibov ? Enfim, com stop programado dá pra operar com menos preocupação. Nem sardinha nem tubarão, o máximo q eu sou na bolsa é um plâncton
novos*
Parabéns pelo artigo. Bons argumentos e exposição do tema.
Ate W.B. ja foi sardinha um dia. Ninguem nasce no topo. A nao ser q foi nas custas da familia.
valeu o comentário Rafael! abraço
os Tubarões vão ceva os sardinhas e depois vão come-los inteiro. Essa dívida de 1 trilhão de reais no combate ao COVID não sera paga tão cedo.
Foque em investir em boas empresas e possuindo paciência Cristiano!! concordo que poderemos ter aumento de impostos para pagar a divida, de algum lugar terá que vir. abraços
Valeu!!!
Parabéns.
valeu obrigado o comentário!!
Exatamente os sardinhas que elevaram a bolsa aos 105 mil pontos. Fizeram o cadastro na caixa, receberam os 600 reais que dá para sustentar uma família, e a sobra aplicaram na bolsa. É ridículo dizer que são os sardinhas por esta alta. Quem são os responsáveis são os manipuladores.
Quando o Vírus sair da cadeira presidencial brasileira o investidor gringo voltará com tudo, somando se a juros nos atuais patamares a bolsa brasileira está se tornando muito atrativa.
esse só pode ser doente. Fugido de algum manicômio do PT
Pobres pessoas, deveriam ter conhecido a Venezuela como eu conheci. Não falaria tamanha m.
mano não e posssivel que existe Brasileiro a favor da politica social e financeira da Venezuela.
Mas a bolsa de valores é de um tipo de aposta mesmo... Não sei porque o colunista se queimou.
Parabens
Obrigado Bernardo! abraços
Comparou banana com maçã. Os motivos do aumento do S&P500 são diferentes do IBOV. No Brasil não houve QE e não houve migração de fluxo externo para cá. Em questão de poucos meses os investidores individuais tiveram um aumento substancial de aporte, superando inclusive os volume dos institucionais, o que é impressionante. Ou seja, no Brasil a recuperação foi sim motovada pelos sardinhas. Verifique o nível da B3 com as demais Bolsas de países em desenvolvimento. Brasil é o ponto fora da curva.
Nilo, você leu o texto? Se verificar no decorrer do texto, não falei em QE no Brasil e sim da grande migração da pessoa física para o Ibovespa e que o peso deles de 25% não tem como ser grande peso para os outros 75% inclusive os institucionais e estrangeiros (mesmo com toda a saída recorde deles em 2020 do Ibovespa á vista). Mesmo com o substancial aporte o % ainda corresponde a 25% do peso dos investidores. abraço
Excelente análise Eliseu.
Obrigado Inaldo! Grande abraço
bolsa americana vale 35 trilhões, pesquise
Vanderlei, sim a bolsa americana vale US$ 35 trilhões. Comentei no texto a bolsa americana e todas as bolsas mundiais nas mínimas de março atingiram US$ 63 trilhões. Todas somadas, falado ali no texto! e agora valendo mais de US$ 80 trilhões, todas somadas! está correta essa parte, favor verificar e ler ali.. abraços e obrigado
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.