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Semana: Debate, Pesquisas, Inflação Oficial, Copom, Balanços e Guerra Comercial

Publicado 06.08.2018, 07:26
Atualizado 09.07.2023, 07:32

A política continuará mobilizando as atenções do mercado brasileiro na semana, ganhando ainda mais peso após as definições das candidaturas à Presidência da República, coligações e da maioria dos vices nas chapas que concorrerão ao pleito. Espera-se a partir de agora pesquisas eleitorais mais consistentes com a realidade e o efeito dos debates entre os candidatos na TV, a começar pelo da Bandeirantes, na quinta-feira. Continua a expectativa também com a decisão na semana que vem do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda líder nas intenções de voto, bem como a do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a chapa do PT liderada pelo presidente preso.

Na agenda econômica local, os analistas estarão de olho, entre terça e quarta-feira, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), ainda que o Banco Central (BC) possa não dar sinalização mais clara para os próximos passos nos juros, e no resultado do IPCA — inflação oficial de julho. Sai ainda a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de junho, na sexta-feira. Na bolsa, segue firme a temporada de balanços, com os resultados de Banco do Brasil, Magazine Luiza, CSN, Gerdau, Braskem, Suzano e B3, entre outros.

Guerra comercial, inflação e atividade nos EUA, Europa, Japão e China

No cenário internacional, consultorias e bancos alertam que a guerra comercial deve continuar sendo o principal tema. “No plano externo é de se prever maior suavização da situação comercial, pelo menos no que tange ao México, e possivelmente Canadá, mas fica difícil prever o que acontecerá entre EUA e China”, ressalta o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira. Na agenda econômica externa, os destaques são a divulgação de dados de inflação nos EUA, atividade na Europa, PIB do Japão e os números de crédito e comércio exterior na China.

O ritmo de expansão do PIB global segue com sinais de desaceleração, com exceção dos EUA. A equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco analisa, em relatório, que os índices de Gerentes de Compras (PMI na sigla em inglês, pesquisas feitas junto a executivos de empresas sobre perspectivas para os negócios) de julho, divulgados na última semana, reportaram perda de tração da economia mundial, com exceção dos EUA, onde os dados de mercado de trabalho mostraram criação de 157 mil vagas no mês passado, levando à manutenção da taxa de desemprego em patamar bastante baixo (3,9% da força de trabalho).

No contexto de atividade forte e inflação ao redor da meta de 2% ao ano, lembra a equipe, o Federal Reserve, banco central americano, manteve sua leitura sobre a economia na reunião da semana passada, reforçando o cenário projetado pelo Bradesco (SA:BBDC4), de mais duas altas de juros em 2018.

Sinais de desaceleração do PIB na área do euro e aceleração gradual nos EUA

O PIB da área do euro, que teve alta de 0,3% no segundo trimestre, “tem indicado sinais de desaceleração do ritmo de expansão na região”, o que tende a manter os juros negativos ou perto de zero e os estímulos monetários por mais tempo. A mesma leitura, afirmam os analistas do Bradesco, vale para os dados de atividade na China, onde o governo seguiria agindo para tentar reduzir os impactos da tensão comercial com os EUA. Juros baixos ajudam a desvalorizar a moeda chinesa e a compensar em parte as alíquotas mais altas impostas pelos Estados Unidos às exportações.

Desta forma, os indicadores da balança comercial de julho na China, na avaliação do banco, poderão trazer novidades em relação aos impactos iniciais da tensão comercial sobre o PIB local. Sobre os indicadores americanos de inflação no atacado e no varejo, a estimativa da equipe é que “deverão seguir indicando aceleração gradual”.

Cenário político se define após convenções; Ciro terá Kátia Abreu como vice

Após as convenções partidárias, que oficializaram os últimos nomes à Presidência da República e coligações, no sábado e as decisões de domingo, o cenário político do início desta semana se mantém ainda indefinido no que diz respeito às candidaturas de presidente e vice, especialmente no PT e PDT. Ciro Gomes deve oficializar a senadora do PDT de Tocantins, Kátia Abreu, optando assim por uma chapa “puro sangue”, já que não conseguiu atrair nenhum grande partido. O Centrão fecho com Geraldo Alckmin, do PSDB, e o PT, além de rejeitar a união pelas esquerdas, ainda convenceu o PSB a se declarar neutro e não apoiar Ciro.

A expectativa é de definir as vagas nesta segunda-feira, 6/8, prazo final para o registro de candidaturas, segundo recomendação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o momento, a eleição presidencial tem doze candidatos, e o primeiro debate está marcado para próxima quinta-feira, 9/8, na TV Band.

As convenções de sábado oficializaram os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Cabo Daciolo (Patriota).

Alckmin tem o maior número de partidos coligados e tempo de TV, mas sofre desgastes

O candidato tucano é o que tem maior número de partidos coligados – oito – o que lhe garante maior tempo de televisão (44%), fator considerado estratégico pelos aliados para que ele possa subir nas pesquisas de intenção de voto e disputar o segundo turno.

Com o início da campanha, Alckmin poderá ter desgaste por conta da aliança com o Centrão, grupo de partidos de centro-direita envolvidos em denúncias de corrupção e aliados do desgastado governo Temer. Pesam também os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato em São Paulo sobre irregularidades nas obras do Rodoanel Sul e do Sistema Viário Metropolitano de São Paulo, entre 2004 e 2015.

PT pode confirmar Haddad como vice de Lula

No PT, após aclamação de Lula para disputar a Presidência mesmo preso, prosseguem as negociações nos bastidores para definir o vice do ex-presidente, e a batalha jurídica por sua libertação. Depois das especulações em torno do nome de Manuela D´Ávila, já lançada candidata pelo PCdoB, Lula teria indicado o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para vice, condicionando a escolha, porém, ao diretório nacional do PT.

O partido aguarda ainda o julgamento de um novo pedido de liberdade do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias.

Bolsonaro escala um general para vice

Já Jair Bolsonaro rodou, rodou, mas teve de se contentar com um vice militar, o general da reserva do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão, do PRTB. O anúncio foi feito no domingo, depois da desistência oficial de Janaina Paschoal. Outro nome cogitado, Luiz Philippe de Orléans e Bragança, da família real brasileira, também teria recusado o convite.

Ciro e Bolsonaro com pouco tempo de televisão

Ciro e Bolsonaro chegam no início de campanha isolados, e com pouco tempo de televisão. Também com pouco tempo de propaganda, Marina Silva acertou a aliança com o PV, que indicou o ex-deputado Eduardo Jorge para vice. Já Henrique Meirelles, do MDB, anunciou como vice o ex-governador gaúcho Germano Rigotto.

BC deve manter Selic em 6,5% até o fim do ano, estima o Bradesco

Voltando à economia local, o Depec-Bradesco prevê que, depois de manter a Selic em 6,5% ao ano na semana passada, o BC deve preservar esse mesmo patamar até o final do ano.

No comunicado, observam os analistas, a autoridade monetária afirmou que a recuperação da atividade após a greve (dos caminhoneiros) tem sido mais gradual do que imaginado. “Os efeitos da paralisação sobre a inflação, na visão do Comitê, estão se mostrando temporários.” Ainda na avaliação dos economistas do banco, o colegiado reforçou a mensagem de que apenas os efeitos secundários devem ser combatidos pela política monetária, enquanto os modelos sugerem inflação abaixo do centro da meta, nos cenários com variáveis constantes, e com projeções do Focus, chegando a 4,2% no final de 2019, mesmo com manutenção da taxa Selic estável e taxa de câmbio de R$ 3,75.

“Com o cenário de recuperação gradual da atividade e núcleos da inflação distantes (abaixo) do centro da meta, mantemos nosso cenário de estabilidade da taxa de juros até o final de 2018”, estimam. Para a ata do Copom, a equipe diz não esperar novidades em relação ao comunicado já divulgado. Analistas do Banco Votorantim também acreditam que, assim como ocorreu no comunicado, a ata poderá “não dar sinais claros” sobre os próximos passos na condução da política monetária.

Previsão de 0,27% para inflação oficial de julho

Os dados de inflação de julho deverão reforçar a dinâmica recente, destaca o Depec -Bradesco, com indicadores subjacentes da inflação ao consumidor mostrando comportamento benigno e preços industriais no atacado (núcleo) pressionados. “Esperamos altas de 0,27% do IPCA de julho e de 0,36% do IGP-DI do mesmo período.” O Banco Fator prevê variação mensal de 0,24% para o IPCA de julho, contra 1,26% em junho.

Para os dados da pesquisa de varejo, o banco UBS Brasil avalia que, com sinais de normalização de fornecimento após a greve dos caminhoneiros no final de maio, “as vendas no varejo de junho devem renovar as percepções de um ritmo lento de recuperação”, estimando estabilidade na variação mensal e expansão de 1,3% na comparação anual.

Tensões comerciais e política interna afetarão mercados de risco

Para Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, que acompanha os movimentos da economia e principalmente dos mercados de risco, a semana será afetada sobretudo por dois fatores: no segmento internacional, as discussões e acirramento dos ânimos na área comercial, especialmente entre os EUA e a China. E no mercado doméstico, o término das convenções partidárias e escolhas de candidatos, e ainda o registro de candidaturas. “Fica pendente o que o STF fará sobre a prisão de Lula e decisão pelo TSE”, destaca.

No plano externo é de se prever maior suavização da situação comercial, pelo menos no que tange ao México, e possivelmente Canadá. Porém, fica difícil prever o que acontecerá entre EUA e China. “Existe certo jogo de cena dos dois lados. Trump querendo resolver as próximas eleições de novembro, e a China tentando não ficar isolada; ocorre que o problema transcende ao comércio internacional e envolve disputas hegemônicas sobre tecnologia e acusação de roubo de propriedade intelectual, muito mais complexos de serem resolvidos”, analisa Bandeira.

No cenário local, diz o economista, devemos ter novos resultados de pesquisas eleitorais mais esclarecedoras, começando a definir os candidatos e potencial de figurarem no segundo turno.

Bovespa: possibilidade de ultrapassar 81.500 pontos

Do ponto de vista da análise técnica — que estuda o movimento passado do preço das ações e utiliza esse critério para projetar tendências — Bandeira segue acreditando ser possível o Ibovespa chegar e ultrapassar o patamar de 81.500 pontos, conseguindo assim firmar-se e buscar novo objetivo, em 83.900 pontos. “Mas não deveríamos perder o patamar de 78.500 pontos, sob pena de acelerar precipitações”, completa o economista.

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