Na agenda macro desta semana, o Banco Central brasileiro divulga a ata do Copom da última decisão de política monetária que encerrou o ciclo de alta da Selic em 13,75%, na qual saberemos os próximos passos da autarquia monetária para os juros básicos da economia. Além disso, a semana conta com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), assim como a prévia do IPCA, o IGP-M de setembro e dados do mercado de trabalho.
No comunicado do Comitê de Política Monetária, por uma lado, foi possível observar que o BC esta preocupado com as incertezas internacionais, que contam com uma inflação ainda pressionada corroborando para a escalada dos juros nas economias avançadas. Por outro, a informação que chamou a atenção dos agentes do mercado foi o da expectativa de inflação do comitê para este e os próximos anos, em 5,8% para 2022, 4,6% para 2023 e 2,8% para 2024.
Ou seja, ainda que o Comitê sinalize uma condução mais dura da política monetária, deixando aberta a possibilidade de mais uma alta na Selic nas próximas reuniões em que deixou claro no seu comunicado que "não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", a ancoragem das expectativas de inflação refletem para uma conduta mais branda do Banco Central, ou seja, de manutenção da Selic e, ao longo dos próximos meses sinais do início do corte dos juros. Assim, espera-se que a ata do Copom esclareça os próximos passos da autarquia para os juros brasileiros.
No tocante das divulgações do Banco Central, o RTI trará informações importantes no tocante à inflação prospectiva, especialmente influenciada pela volatilidade do preço mundial do petróleo assim como com as expectativas de desaceleração das grandes economias. Além disso, informações a respeito dos efeitos defasados da atual Selic na desaceleração da atividade doméstica poderão ser levantados e, consequentemente, os impactos na inflação para o próximo ano, contribuindo para uma melhor leitura da condução da política monetária do Banco Central.
Assim, no cenário em que o processo de desinflação se consolida no país, com a expectativa de mais uma deflação tanto para o IPCA-15 quanto para o IGP-M, os dados do mercado de trabalho desta semana continuarão trazendo a melhora do emprego neste segundo semestre, o que, consequentemente, corrobora para a expectativa de crescimento econômico de 2022 assim como traz as preocupações quanto à inflação de serviços, por exemplo, que tende a deixar os núcleos de inflação pressionados, medida importante para a condução da política monetária.