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Semana pré-Copom: Dados de Varejo, Serviços, IGP-10, Atividade EUA e Guerra do Aço

Publicado 12.03.2018, 08:21
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O mercado brasileiro acompanha nesta semana dados econômicos locais e internacionais importantes, que podem influenciar a decisão Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem, nos dias 20 e 21. Cresce a aposta em um novo corte dos juros, de 6,75% ao ano para 6,5%, a taxa mais baixa do período pós hiperinflação e uma das menores da história do país.

Especialistas e investidores estarão de olho em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): pesquisa mostrará, na terça-feira, o desempenho do Varejo relativo a janeiro e, na sexta-feira (16), sai a Pesquisa Mensal de Serviços, também de janeiro. Destaque ainda para a inflação do IGP-10, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), referente ao mês de março.

O índice faz parte da família dos IGPs, que inclui o IGP-M, que é usado em contratos de aluguel, planos e seguros de saúde antigos e reajustes de tarifas públicas. Além disso, o IGP-10 é formado por três outros índices, incluindo o de preços no atacado (IPA), com 60% de peso, e que dá pistas de como vão se comportar os preços no varejo e, com eles, o IPCA, indexador usado pelo Banco Central (BC) em suas metas.

Varejo deve mostrar aquecimento, com destaque para setor de automóveis

O destaque do comércio para janeiro, na avaliação de analistas do Banco Fator, deve ficar com o setor de automóveis, que sai de um dezembro fraco para uma nova alta expressiva. Dados da Fenabrave mostram que o licenciamento de novos veículos cresceu 22% em janeiro sobre o mesmo período do ano anterior. “Estimamos que o varejo registre alta de 0,3% sobre dezembro e de 8,2% sobre fevereiro de 2017; para o varejo ampliado, esses valores são de 1,4% e 7,8%, respectivamente.”

“Nós esperamos um bom desempenho do comércio, na margem (variação mensal), compensando parte da queda vista em dezembro”, diz também a equipe da Rosenberg Associados (RA) em relatório a clientes. Na visão desses analistas, o crescimento mais baixo na comparação interanual deve-se à mudança da pesquisa ocorrida em janeiro do ano passado, quando houve um salto do comércio. “Com o fim deste salto decorrente do encadeamento das séries, será possível aferir com maior precisão o pulso da atividade varejista no país”, completam.

Sinais positivos no setor de serviços

Para a Pesquisa Mensal de Serviços, a previsão da consultoria RA é de continuidade da melhora na comparação interanual. Já o Banco Fator destaca que, em dezembro, o setor registrou a primeira alta interanual (0,4%) desde janeiro de 2015, e o resultado mensal também foi positivo em 1,3%, a segunda alta consecutiva (variação mensal) após quatro meses no negativo. A categoria que mais cresceu foi a de Transportes, enquanto Serviços Prestados às Famílias caíram 3,7% (variação anual).

IGP-10 pode ter nova aceleração em março

Os analistas lembram que todos os índices de Inflação da FGV (IGP´s) sofreram fortes desacelerações em fevereiro. A deflação do IPCA agropecuário foi responsável pela baixa inflação do IGP-10 e IGP-M; contudo, voltou ao positivo ao final do mês no IGP-DI. “Assim, esperamos que, sem a pressão deflacionária do IPA (Índice de Preços no Atacado), o IGP-10 volte a acelerar, para 0,56% em março”, diz o Fator. A projeção da RA é variação mensal de 0,70%. Qualquer oscilação mais forte pode disparar o alerta de que o período de inflação baixa está acabando e influenciar o cenário de juros.

IPCA de fevereiro foi o menor desde 2000; mercado aposta em nova queda da Selic

Vale lembrar que a inflação oficial (IPCA) de fevereiro teve alta para 0,32% (contra 0,29% de janeiro), acumulando no ano 0,61% e, em 12 meses, 2,84% — a menor taxa para fevereiro desde o ano 2000. O economista-chefe do Home Broker Modalmais, Alvaro Bandeira, lembra que outros indicadores de inflação divulgados permanecem comportados.

“Esses indicadores, junto com discurso do presidente do BC, Ilan Goldfajn, induziram expectativa de nova redução da Selic na reunião do Copom do final de março”. Mais que isso, diz o economista, “o consenso de mercado começa a migrar para que nessa reunião o órgão deixe a porta aberta para mais queda”.

Na cena política, processo eleitoral concentra as atenções

Analistas do cenário político destacam que as atenções na semana devem se concentrar nos partidos e nas pré-candidaturas à presidência da República, com 11 postulantes confirmados, três deles nos últimos dias: Ciro Gomes (PDT), Rodrigo Maia (DEM) e Guilherme Boulos (PSOL). O número expressivo de pré-candidatos indicaria um quadro instável, que deve se estender até o início de abril, quando ocupantes de cargos públicos devem renunciar para disputar as eleições.

Maia ganha maior visibilidade; Meirelles é incógnita

No lado dos partidos que apoiam o governo Temer, Rodrigo Maia passa ser um nome em evidência, beneficiando-se da fragilidade política do presidente da República, que sofre mais um desgaste com a quebra dos sigilos bancário e fiscal, de 2013 a 2017, no inquérito que investiga a suspeita de pagamento de propina na edição de um decreto do setor portuário.

Ainda na base governista, o futuro político do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, segue como uma incógnita. Sua possível filiação ao MDB para ser o candidato da legenda à Presidência, defendida por algumas lideranças do partido, é noticiada pelo Estadão de hoje. A semana deve ser marcada ainda, segundo o jornal, por manifestações, na quinta-feira, 15, de juízes federais, do Trabalho e membros do Ministério Público, em favor da manutenção do auxílio-moradia.

Agenda internacional: foco nos EUA e China

Na agenda internacional, os principais destaques devem ser informações sobre atividade para o mês de fevereiro na China e nos EUA, além da leitura de inflação americana também para fevereiro, que, segundo a Rosenberg Associados, poderão ganhar relevância após a observação acima do esperado para janeiro. Na China, destaque também para a aprovação pelo Congresso Nacional do Povo do fim da proibição de reeleição após dois mandatos do presidente do país, o que permitirá a Xi Jinping continua no cargo indefinidamente, o que aumenta seu poder.

De olho nos dados americanos de produção, consumo e na inflação de fevereiro

A equipe do Banco Fator enfatiza que a inflação americana relativa a janeiro registrou taxa interanual de 2,1%, com o núcleo (excluindo itens mais voláteis como combustíveis e alimentos) de 1,8%. “Este resultado contou com resistência dos preços de serviços, a 2,6%, e de energia, a 5,9%”, lembra o relatório do banco, que destaca entre os focos a serem acompanhados pelo mercado a divulgação do CPI de fevereiro na terça-feira, dia 13, a produção industrial, que o Fed (Banco Central americano) apresenta na sexta-feira, dia 16, e os Indicadores de Expectativa do Consumidor, também a serem conhecidos na sexta-feira, anunciados pela Universidade de Michigan.

Medidas protecionistas de Trump afetam mercados de risco em todo o mundo

A semana anterior, lembra análise da ModalMais, foi complicada para os mercados de risco em todo o mundo, em grande medida refletindo a decisão do presidente americano Donald Trump de elevar alíquotas de importações sobre aço e alumínio.

Dos países exportadores de aço para os EUA o maior é o Canadá, com 16,75% do total em janeiro deste ano. Mas como o país está fora da nova tarifa, não deverá ter problemas. Já o Brasil, o segundo colocado com 13,72% do volume importado pelos EUA, deverá sofrer com a medida, enquanto o México, que é o quarto, também não será afetado com a decisão de Trump, que visa proteger a indústria siderúrgica americana e seus trabalhadores.

Estrangeiros tiraram R$ 2,2 bi da bolsa em 4 pregões

Diante dessa situação, no Brasil, destaca relatório da Modalmais, chamou a atenção do mercado a retirada de recursos de investidores estrangeiros da B3 (antiga Bovespa), que em apenas quatro sessões de março já sacaram R$ 2,2 bilhões, lembrando que o ingresso de recursos em 2018 desses investidores rondou R$ 10 bi, e agora fica perto de R$ 3,1 bilhões.

Países avaliam impactos e estratégias frente à tarifação de siderúrgicos e alumínio

O quadro econômico global, sob tensão a partir do anúncio feito por Trump sobre tarifação de produtos siderúrgicos e alumínio, ainda não dá sinalização clara do que virá pela frente, avalia Bandeira, da Modalmais.

“Ainda não é possível vislumbrar os impactos que acontecerão; não se tem ideia das isenções que os EUA poderão aplicar para países, e nem se teremos retaliações por outros países e/ou regiões.” Para o economista, as repercussões contra a medida estão em nível elevado. “Há forte oposição da China; o Brasil, como segundo maior exportador de produtos siderúrgicos para os EUA, pode ser impactado diretamente, e ainda ter que rever projeções de superávit comercial para o ano em curso, já que as novas regras devem entrar em vigor em 15 dias”, destaca.

Tentativa inicial deve priorizar o diálogo

O consenso a que se chega por enquanto, analisa Bandeira, é que quase nenhum país tenciona entrar agora com demandas junto à OMC (Organização Mundial do Comércio), preferindo tentar o diálogo diretamente com os EUA, o que já foi expresso pela União Europeia, que espera ser excluída da tarifação.

“O certo é que o protecionismo não convém a ninguém e nem aos EUA, mas Trump precisa domar o déficit comercial, que em janeiro foi o maior em nove anos (US$ 56,6 bilhões), ou mesmo seu déficit crônico com a China, que em fevereiro foi de US$ 21 bilhões”, enfatiza o economista. “De qualquer forma, será preciso ver a dimensão que isso tomará”, completa.

Volatilidade nos mercados local e internacional

No Brasil, o processo eleitoral para sucessão de Temer, “oficialmente” aberto com as pré-candidaturas lançadas, é mais um fator de apreensão. “Isso vai provocar ruído nos próximos dias, até que o início de abril chegue e o quadro esteja definido, principalmente a situação do (ex-presidente) Lula.” Tudo isso, diz Bandeira, significa que a volatilidade estará em pleno curso no mercado internacional e também local.

Economista vê tendência de recuperação econômica global e melhor precificação

“Porém, seguimos acreditando que o cenário de recuperação econômica global vai impulsionar os mercados de risco no sentido da melhor precificação”, analisa. No Brasil, diz Alvaro Bandeira, seria importante conseguir ultrapassar o patamar de 86.200 pontos, para fixar tendência mais definitiva. “Seria bom não perder a faixa de 84.500 pontos, sob pena de o mercado se precipitar mais, e importante acompanhar o fluxo de recursos canalizado, notadamente o de investidores estrangeiros que voltaram a sacar forte”, conclui.

Zona do Euro e China

Na zona do Euro, a agenda traz ainda, na quarta-feira, divulgação de dados de produção industrial relativos a janeiro, e na sexta-feira, sai o CPI de fevereiro, apresentado pela Eurostat. Na região, lembram os analistas do Fator, os preços atingem uma inflação de 1,3% em janeiro, com o núcleo em 1%. Os destaques são alimentos em 1,9%, energia em 2,1% e serviços em 1,3%. Na terça-feira, a China divulga dados de produção industrial relativos a fevereiro.

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