Grande parte das bolsas de ações no mundo teve uma semana positiva em função dos melhores indicadores industriais nos Estados Unidos e China, e também da aposta de estímulos que devem vir da zona do Euro, talvez, influenciados pela queda do índice de confiança dos investidores alemães.
O índice do S&P500 está em altas históricas, com as cotações oscilando dento do mais estreito intervalo em oito anos, preocupando assim o FED pela complacência do investidor no último ano.
Os principais índices de commodities ganharam entre 0.35% e 0.79% nos últimos cinco dias, com destaque para a subida do cacau, níquel, soja, e o complexo de energia.
O Café em Nova Iorque teve finalmente uma semana menos volátil, com volumes menores (exceção à quarta-feira) e acumulando perdas de US$ 4.17 por saca. Londres se comportou de forma parecida, embora tenha caído menos, US$ 2.58 a saca.
O mercado demostrou poder de reação mais tímido do que anteriormente, mas mesmo assim conseguiu manter-se acima de US$ 180.00 centavos no fechamento da sexta-feira.
Os baixistas mais uma vez pressionaram tentando atrair alguma liquidação significativa de fundos, entretanto tudo tem indicado os fundos não vão largar o “osso” de forma tão simples. Se nos colocarmos na posição de um administrador de fundos de commodities, que senta com seus investidores e eventualmente venha a dizer que não tem nenhuma posição comprada no café, a commodity que mais subiu no ano, talvez não pareça tão interessante de manter seus recursos com ele. Sem falar que de alguma forma a commodity ainda tem uma estória que, dadas tantas incertezas, incluindo climáticas, ainda pode ser altista.
Ao mesmo tempo parece que o sentimento explosivo aos preços tem arrefecido, até, claro, chegar uma frente fria (que naturalmente acontece no inverno), e que seja divulgada de forma acentuada e misture a estória das perdas devido a seca do primeiro trimestre do ano. Ou seja, ainda tem bastante água para rolar debaixo da ponte para que os baixistas ganhem mais coragem de ficar vendidos, e os fundos venham desmontar parte de suas posições.
A divulgação de notícias, que não são novidades, continua influenciando o mercado, que não tem fundamentos novos por ora. Exemplo disto foi o relatório da consultoria F.O.Licht, publicado na quinta-feira, e que aparentemente provocou a recuperação de Nova Iorque, depois do contrato de julho ter negociado a 176.70 cts por libra – menor patamar desde 4 de abril último.
De volta a questão climática, alguns institutos tem questionado a probabilidade de um ano de El Nino, dizendo que é necessário mais do que o aquecimento das águas do pacífico para a ocorrência do evento. Outros dizem que caso aconteça, será mais tardio, o que para o café é uma boa notícia, pois não estragará a qualidade.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou novas estimativas de produção nesta semana para algumas origens, apontando safras praticamente do mesmo tamanho para Etiópia (6.35 milhões de sacas), México (3.9 milhões de sacas) e Índia (5.13 milhões de sacas). O órgão diz que no Peru a safra será 600 mil sacas maior, ou 4.5 milhões de sacas, e na Colômbia 1.1 milhão de sacas a mais do que o ano passado, voltando para 11.9 milhões de sacas depois de muitos anos. Na Indonésia a produção será de 8.9 milhões de sacas, queda de 600 mil sacas. Resumo: entre os principais produtores, depois de Brasil e Vietnã, o saldo é de um aumento de 1.3 milhão de sacas. A produtividade em geral é baixa, variando de 9 a 15 sacas por hectare no arábica, e 17 sacas por hectare no robusta (deixando de fora o México, cujos os dados são sempre questionados).
O fechamento da semana deixou o mercado vulnerável para buscar patamares mais baixos, já que está mais próximo de um ponto que será lido como sinal de venda, 176.70, do que dos 188.00 centavos, cujo rompimento deve atrair novas compras.