A preocupação com a alta da inflação em meio à recuperação econômica pós-pandemia nos EUA é o tema da série especial de Análises do Investing.com, que convidou economistas para apresentar sua avaliação sobre o tema. Os textos serão publicados nos próximos dias.
Cada economista vai avaliar os diferentes pontos de vistas sobre a alta dos índices de preço. De um lado prevalece a avaliação do Federal Reserve (Fed), autoridade monetária americana, e do outro os investidores, neste caso manifestada na alta da taxa de juros de 10 anos dos EUA em 2021.
O Federal Reserve observa, em linhas gerais, o fenômeno como temporário, com os números em bases anuais serem mais altos do que os do ano passado devido a um efeito estatístico. Após a deflagração da pandemia, a incerteza predominava e o índice de preços ao consumidor ficou deprimido nos meses do segundo trimestre de 2020, período em que o preço das commodities ficaram em patamares baixos, com o preço do petróleo inclusive no negativo.
Assim, seria natural que os preços voltem a subir em meio à recuperação da atividade econômica após a vacinação de uma ampla parcela da população americana e o controle da Covid-19, processo conhecido como reflação. Além disso, o Fed avalia que o ritmo da geração de empregos é menor do que o da recuperação da atividade, o que ajudaria a segurar a inflação nos próximos meses.
Por isso, os dirigentes do Federal Reserve defendem a manutenção dos estímulos e a taxa básica de juros próxima a zero até 2024. Vale ressaltar que o Fed tem dois objetivos na política monetária: manutenção do poder de compra da moeda e a busca do pleno-emprego. E houve, ano passado, mudança na política de meta de inflação pelo Fed: a saída da meta fixa de 2% ao ano e a entrada da tolerância com uma inflação anual acima de 2%, desde que a média somada a um período anterior de índice mais baixo ficasse em 2%.
Por outro lado, os investidores temem que a avaliação do Fed e sua nova meta de inflação subestime o processo inflacionário e tenha que antecipar a retirada dos estímulos e recrudescer a política monetária. Com isso, os investidores começam a exigir um prêmio maior para carregar papéis da dívida pública americana de longo prazo, elevando, por exemplo, a taxa de juros de 10 anos.
Essa é a primeira série especial de Análises que o Investing.com está realizando. O objetivo dela e das próximas é contribuir com a elaboração de tese de investimentos e de tomada de decisão de nossos usuários. Boa leitura!
Texto 1: O Debate Global Sobre Inflação, por Roberto Padovani
Texto 2: Reflação e Taxas de Juros Americanas, por Julia Braga
Texto 4: Inflação Americana e Estímulos Monetários e Fiscais, por Jason Vieira
Texto 5: A Batalha Pelo Longo Prazo: Juros dos EUA e Pacote de Estímulos, por André Perfeito
Texto 6: Risco de Inflação nos EUA Está no Debate, Não no Preço dos Ativos, por Rafaela Vitória