Por Julia Monsalve
Na segunda-feira, dia típico de menor movimentação, com muitos compradores ainda tomando posição quanto ao desempenho das vendas no fim de semana e, nesta segunda, em meio ao feriado prolongado, os preços do boi subiram R$2,00/@ em São Paulo. Para as demais categorias, os preços permaneceram estáveis.
Mercado atacadista de carne com osso
Após duas semanas de quedas consecutivas nos preços no mercado atacadista de carne com osso, na última semana do mês os preços subiram. Com isso, as carcaças casadas de bois castrados e inteiros subiram em 3,2% e 2,4%, respectivamente. A carcaça casada da vaca subiu 10,3, após queda de 7,2% na semana anterior. Para a carcaça casada de novilha, aumento de 2,1%.
Para as carnes concorrentes, houve queda de 4,0% na cotação da carcaça especial suína*, em comparação com a última semana. A cotação do frango médio** sofreu queda de 1,5%. Com o aumento nos preços da carne bovina e o recuo nos preços das concorrentes, a carne bovina perdeu competitividade.
*Animal abatido, sem vísceras, patas, rabo e gargantilha.
**Ave que leva em consideração o peso médio da linhagem para um lote misto, com rendimento de carcaça estimado em 74,0%.
Vencimento do contrato futuro em março/24 na B3 (BVMF:B3SA3)
No último dia de funcionamento da B3, em março, houve a liquidação do contrato futuro do boi gordo, cujo código é BGIH24. A cotação da arroba nesse vencimento, segundo o indicador calculado pelo Cepea, ficou em R$232,12.
Balanço do clima em março e expectativas para o trimestre
No dia 20 de março, começou o outono no hemisfério Sul, estação que irá até julho. Durante esse período, esperam-se chuvas mais escassas no interior do Brasil, em particular no semiárido nordestino.
Em contraste com a região Norte, marcada por fortes chuvas, principalmente com a presença da zona de convergência intertropical (ZCIT). A queda de temperatura, provocada pelas massas de ar frio oriundas do sul do continente, serão mais presentes nas regiões sul e sudeste.
As condições climáticas adversas no início do ciclo da soja (setembro a novembro) afetaram a produtividade em muitas regiões. Lavouras semeadas após novembro tiveram desempenho melhor, mas não compensaram as perdas iniciais. No Maranhão, Piauí e Pará, as chuvas em março beneficiam o crescimento da cultura.
Para o milho segunda safra (principal no Brasil), 96,8% já foi semeado devido à antecipação do ciclo da soja, influenciado pelo El Niño.
Em Mato Grosso, que lidera a produção, a semeadura já encerrou e o clima tem sido favorável às lavouras.
Para o período de abril a junho, a expectativa é de que a região Norte tenha precipitações superiores a 400mm, com exceção do sul do Pará, Rondônia e Tocantins, onde os índices ficarão entre 150mm e 200mm abaixo da média.
Para o Sudeste, no acumulado para o período deverá chover até 400mm, com exceção do Norte de Minas Gerais, onde deverá chover, no máximo, 50mm.
Para o Centro-Oeste, a expectativa é de pouca chuva – típico para o período –, com a expectativa de acumulado entre 100mm e 400mm para o período abril-junho. Quadro que deverá promover até 50mm de déficit hídrico no Norte de Mato Grosso, mas cenário dentro da normalidade para a região Central e Sul do estado. Em Mato Grosso do Sul, a expectativa é de que o volume precipitado seja até 50mm acima da normalidade, com exceção à região de fronteira com o Paraná.
Já no Sul, a precipitação acumulada poderá chegar a até 600mm, com a exceção do Norte do Paraná e do litoral de Santa Catarina, onde o volume acumulado deverá ser de 400mm, a expectativa é de precipitação até 50mm abaixo do normal para a região Oeste dos três estados do Sul, enquanto nas zonas centrais a precipitação acumulada deverá ser entre 10 e 50mm acima do normal.
A temperatura deverá cair no país para o trimestre em questão, mas, apesar da expectativa de queda na temperatura, esta deverá ficar acima da média histórica (normal) para todas as regiões brasileiras, comportamento típico do El Niño que, durante o período, deverá perder força.