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Sobe e Desce da Bolsa em 2020: Veja as Ações mais Voláteis e as Mais Arriscadas

Publicado 01.05.2020, 15:43
Atualizado 11.10.2023, 23:02

Na semana passada, a minha coluna foi alçada à mais lida do portal por dois dias, e agradeço a todos vocês que estão me acompanhando, elogiando e criticando de forma construtiva. Com isso, seguirei analisando o comportamento ao longo do ano dos 100 ativos que compõem atualmente o IBrX 100, mas agora com foco em volatilidade, risco e performance. Lembro que o IBrX 100 é mais abrangente do que o Ibovespa (hoje com 73 ações) e escolhe seus 100 constituintes pelos maiores índices de negociabilidade, funcionando como um bom filtro de liquidez. A análise parte do preço de fechamento do último pregão em 2019 e vai até o fechamento de abril, na quinta-feira, dia 30/04. Espero que a leitura seja bacana e reforço que a planilha com a análise de todas as 100 ações está disponível no meu website.

Sei que há curiosidade para saber se o ranking de rentabilidade em 2020 se alterou nas posições de destaque. As cinco companhias que tiveram suas ações mais desvalorizadas em 2020 seguem as mesmas, mas agora com um novo primeiro lugar: IRBR3 (-73,8%), AZUL4 (-70,1%), CVCB3 (-68,5%), GOLL4 (-66,3%) e SMLS3 (-63,4%). Para efeito de comparação, o principal índice da bolsa, Ibovespa, teve queda de 30,4% em 2020. Minha visão a respeito dos motivos dessas empresas estarem nessa lista negativa encontra-se na minha coluna da semana passada.

Por outro lado, na outra ponta da lista, estamos agora com apenas quatro companhias no azul em 2020, ou seja, com retorno positivo: MGLU3 (+4,3%), WEGE3 (+15,7%), BTOW3 (+16,5%) e MRFG3 (+28,9%). A MARFRIG vem apresentando uma recuperação graficamente interessante nas últimas semanas, conforme o gráfico abaixo aponta.

Marfrig em 2020

A volatilidade dos retornos diários é, no mercado, normalmente representada pelo desvio-padrão: a amostra com as 100 ações apresentou uma média de espantosos 5,65% ao dia. Tal patamar equivale a uma volatilidade anual da ordem de 90%! As cinco ações mais voláteis são: PRIO3 (10,0% ao dia), GOLL4 (9,8%), CVCB3 (9,7%), AZUL4 (9,5%) e BRKM5 (8,9%) – note que três delas aparecem também no ranking das maiores perdas. Por outro lado, as cinco ações com menores volatilidades são: TAEE11 (2,2% ao dia), TRPL4 (2,7%), PSSA3 (3,0%), VIVT4 (3,0%) e EGIE3 (3,1%) – em geral, o mercado vê com bons olhos empresas menos voláteis.

Se por um lado a volatilidade é bastante associada ao risco de um ativo, pela teoria de Markowitz (ganhador do prêmio Nobel de economia em 1990), parte do risco não é remunerada pelo mercado pois este entende que tal parte do risco é diversificável. De acordo com Markowitz, apenas o risco não diversificável recompensa com maiores expectativas de retorno. Desta forma, a teoria conclui que a verdadeira medida do risco seria representada pelo famoso beta (que mede exatamente o risco não diversificável). Não cabe aqui discutir a teoria, até porque esta discussão é longa, mas é fato que o mercado acompanha os betas das ações. Calculei todos os betas para as séries de retornos em 2020 com relação ao principal índice da B3 (SA:B3SA3): o Ibovespa.

Comecemos notando que todas as 100 ações apresentaram betas positivos, o que indica correlação positiva entre todas as ações analisadas com o Ibovespa. Os menores betas indicam menor exposição ao risco recompensável e apontam ativos importantes na composição de uma carteira, na medida em que ajudam a reduzir a volatilidade total da mesma sem penalizar a relação risco/retorno almejada. Eis nossa lista (onde tivemos empate tríplice na quarta posição): TAEE11 (0,37), RADL3 (0,44), VIVT4 (0,44), PCAR3, TRPL4 e PSSA3 (todas: 0,46). Note que quatro destas ações estão na lista das menos voláteis (e mesmo as outras duas ações ficaram de fora da lista por pouco), o que reforça o papel destes ativos em conter a volatilidade de um portfólio, algo geralmente bem visto por investidores mais conservadores. Por outro lado, as ações de maiores betas foram: CVCB3 (1,62), VVAR3 (SA:VVAR3) (1,65), PRIO3 (1,83), GOLL4 (1,84) e AZUL4 (1,85): interessante pontuar que as seis ações com maiores desvios-padrão são as mesmas seis ações com os maiores betas (mas em diferente ordem), indicando consistência entre ambas as medidas de risco.

Bom, que tal agora juntar retorno e risco para falarmos de performance ajustada a risco? Há várias métricas de performance, mas talvez a mais conhecida seja o índice Sharpe. Entretanto, em um mercado onde a absoluta maioria das ações apresentou rentabilidade média negativa, o índice Sharpe perde sua capacidade explicativa pois acaba por beneficiar as ações mais voláteis em vez de penalizá-las. Por sua vez, o índice de Israelsen corrige esta distorção, mas por outro lado, é bem menos utilizado no mercado talvez porque ele perde a interpretação econômica que o índice de Sharpe possui: ponto percentual de retorno além da livre de risco por unidade de volatilidade, sendo esta medida pelo desvio-padrão. Com isso, analisei o alfa de cada ação, novamente com relação ao Ibovespa. Tal métrica de desempenho considera o risco pelo beta da ação e representa o prêmio de risco em relação ao CDI (ou seja, acima da taxa livre de risco) que a ação gerou, em média, naquele período. Trata-se de medida de performance ajustada a risco (aqui medido pelo beta) igualmente utilizada com frequência no mercado. Todos os alfas calculados são diários.

As cinco empresas com piores alfas são encabeçadas por um conhecido nosso: IRBR3 (-0,88% ao dia), SMLS3 (-0,51%), EMBR3 (SA:EMBR3) (-0,44%), HGTX3 (SA:HGTX3) (-0,39%) e CVCB3 (-0,36%). Note que três dos piores alfas estão entre os cinco piores retornos em 2020. Além disso, a título de curiosidade, EMBR3 e HGTX3 têm a sexta e a sétima piores rentabilidades no ano, o que corrobora a lista acima. Por outro lado, as cinco ações com melhores alfas contam igualmente com figurinhas repetidas: WEGE3 (+0,59% ao dia), VVAR3 (+0,72%), MGLU3 (+0,73%), BTOW3 (+0,87%) e MRFG3 (+0,99%).

Ressalto que as análises acima são absolutamente originais e com todas as métricas calculadas por mim. Procuro com este trabalho trazer informação a você, investidor de ações. A planilha com a análise completa está super disponível, acesse meu site pessoal e faça o melhor uso possível. Eu ficarei feliz por tê-lo ajudado de alguma forma.

* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, professor do Coppead/UFRJ e especialista em investimentos, previdência privada e pública e finanças pessoais e públicas. Ele pode ser encontrado em seu site pessoal.

Últimos comentários

Parabéns pelo excelente trabalho!!!
Interessante
obrigado por compartilhar!
Show.
Obrigado por compartilhar.
Excelente conteúdo.
Excelente análise e a planilha!!! Muito obrigado por compartilhar!
Muito boa análise. Parabéns!
Otimo estudo.
Muito obrigado pelo texto. Muito difícil ver esse tipo de conteúdo informativo, sem queiram cobrar por isso. Sei que muitos vivem disso, porém compartilhar conhecimento engrandece o homem em diferente níveis.Parabéns pelo texto e OBRIGADO!
muito bom quem gosta de traders rápidos . existe a jbs também quem quiser arriscar sobe e desce bem rápido ganhos ou perdas de 3% . mas agora ficou meio estável mas ela variava de 19 pra 22 em dias ou até menos. marfrig voltou ao preço que estava. veja só. dobrou de valor. dia 19/03 foi dia do pico da queda. maioria dos papéis foram buscar 100% de alta...e outros até mais. vamos ver como será maio.
excelente !!!
Muito bom, parabéns por compartilhar.
Muito obrigado por compartilhar.
Excelente artigo. Parabéns e obrigado por compartilhar seus conhecimentos.
Bom artigo.
Só temos a agradecer e elogiar pelas análises expostas.
Parabéns pelo trabalho apresentado
Excelente analise!!
Nenhum dos links funciona, apesar do bom artigo
Muito bom tecnicamente. Mss pecou em nao colocar o link para acessk às tais planilhas. Niguem está conseguindo acessar
Desculpe mas nao encontro a planilha no seu website.
Como acessar a planilha?
Qual o website?
Boa
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