Os preços da soja subiram nos mercados nacional e internacional ao longo da última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, no Brasil, a alta nos valores foi intensificada pela expressiva valorização do dólar frente ao Real – a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 6 na semana passada. O ritmo de negócios no mercado spot nacional, no entanto, foi limitado pela forte oscilação cambial, que deixou parte dos agentes mais cautelosa e à espera de melhores oportunidades. O setor nacional segue bastante atento ao contexto externo. No dia 9, o governo dos Estados Unidos suspendeu as tarifas recíprocas de vários países (incluindo o Brasil) por 90 dias, com exceção da China. Pesquisadores do Cepea indicam que, por um lado, esse cenário trouxe certo alívio ao mercado e movimentou as transações internacionais, mas, por outro, acirrou a guerra comercial com a China, que, por sua vez, deve buscar intensificar as importações de outros países, como o Brasil – vale lembrar que a China já é o principal destino da soja brasileira.
MILHO: Cotações reagem; maior produção em 2025 é confirmada
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho reagiram na última semana em algumas regiões acompanhadas pelo Centro de Pesquisas, interrompendo o movimento de queda verificado desde o encerramento de março. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação veio sobretudo do retorno de compradores em determinadas praças, como as de São Paulo. Esses demandantes estiveram mais ativos porque buscavam recompor os estoques e se abastecer para as próximas semanas, quando feriados podem dificultar as entregas. Vendedores, no entanto, atentos ao aquecimento da demanda, voltaram a limitar a oferta e a pedir valores maiores. Quanto à produção nacional da safra 2024/25, relatório divulgado na semana passada pela Conab apontou 124,74 milhões de toneladas, aumento de 8% frente à temporada anterior.
FEIJÃO: Avanço da colheita segue exercendo pressão sobre cotações
O ritmo de negócios envolvendo o feijão esteve mais lento ao longo da última semana, e os preços caíram em praticamente todas as praças acompanhadas pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, no caso do feijão carioca, mesmo com a oferta ainda limitada dos grãos de melhor qualidade, o avanço da colheita em algumas regiões e a postura mais cautelosa da indústria pesaram sobre os preços. Produtores consultados pelo Cepea até tentam seguram suas ofertas de vendas, especialmente para os lotes armazenados em câmaras frias, mas, na média, a necessidade de liquidar os lotes de grãos de qualidade inferior acabou prevalecendo sobre as transações. No campo, de acordo com a Conab, até 5 de abril, 77,1% da área nacional da primeira safra 2024/25 havia sido colhida no Brasil.
MANDIOCA: Preços sobem na semana
Na última semana, os preços da mandioca subiram na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, com menor interesse pela comercialização por conta da rentabilidade, ou ainda priorizando outras atividades – entre elas o preparo de solo –, produtores ofertaram volumes abaixo das expectativas de compradores, que estão com demanda mais fortalecida. Entre 7 e 11 de abril, a média nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 557,80 (R$ 0,9701/grama de amido), aumento de 0,5% sobre a do período anterior. Diante da oferta limitada de matéria-prima, colaboradores consultados pelos Cepea afirmam já haver casos de empresas se abastecendo em áreas mais distantes, o que se reflete nas médias regionais/estaduais.