Levantamentos do Cepea mostram que as cotações da soja recuaram na última semana. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão veio da menor liquidez e do avanço da colheita no Brasil e na Argentina. Nem mesmo as reações no preço FOB no porto e nos prêmios de exportação foram suficientes para sustentar os valores domésticos. A queda de mais de 3% do dólar na semana passada limitou os negócios envolvendo a oleaginosa no spot nacional, à medida que esse cenário afastou parte dos sojicultores brasileiros do mercado. Pesquisadores do Cepea explicam que esses vendedores estão cautelosos, apostando em recuperação nos preços nas semanas seguintes, fundamentados na possível intensificação dos envios à China. De fato, a maior disponibilidade de soja na safra 2024/25 deve favorecer o escoamento do Brasil ao país asiático caso a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos se prolongue, ainda conforme o Centro de Pesquisas.
MILHO: Cotações têm novas quedas
Pressionadas pela demanda enfraquecida e pela maior oferta, as cotações do milho seguiram em queda na última semana, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, consumidores se mantêm afastados do spot nacional, à espera de melhores oportunidades para adquirir novos lotes. Vendedores, por sua vez, se mostram mais flexíveis nas negociações, sobretudo diante das boas expectativas para a segunda safra – a maior parte das lavouras apresenta bom desenvolvimento, favorecida pelo retorno das chuvas em volumes suficientes para manter a umidade dos solos. Pesquisadores do Cepea ressaltam que o ritmo de negócios é lento mesmo com o preço do milho se mostrando mais atrativo que o da soja.
FEIJÃO: Negócios seguem lentos; colheita da 1ª safra soma mais de 80% da área
O ritmo de negócios envolvendo o feijão carioca de notas 9 ou superior continuou lento, devido especialmente à cautela das reposições por parte da indústria, indicam pesquisadores do Cepea. Os produtores, por sua vez, seguem restringindo as ofertas dos lotes de melhor qualidade, numa tentativa de sustentar os preços. No entanto, levantamento do Cepea mostra que a pressão exercida pelo avanço da colheita e pela disponibilidade crescente de grãos de menor qualidade mantém os valores de negociação do feijão em queda. No campo, dados divulgados pela Conab indicam que, até 19 de abril, a colheita da primeira safra havia alçado 83,2% da área nacional.
MANDIOCA: Oferta restrita sustenta preços
A oferta de mandioca continuou restrita na última semana, refletindo, segundo pesquisadores do Cepea, o feriado de segunda-feira (Tiradentes) e as chuvas mais frequentes, que limitaram os trabalhos de campo em grande parte das regiões acompanhadas pelo Centro de Pesquisas. Nas áreas com menor volume de precipitações, produtores deram prioridade ao preparo do solo para o plantio. Como resultado da baixa disponibilidade de matéria-prima, levantamentos do Cepea mostram que os preços da raiz continuaram firmes. Por outro lado, a demanda industrial mais estável restringiu as altas nas cotações. Entre 21 e 25 de abril, a média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 560,49 (R$ 0,9748/grama de amido), leve aumento de 0,4% em relação à da semana anterior.