Levantamento do Cepea mostra que os preços da soja estiveram praticamente estáveis ao longo da última semana. De um lado, pesquisadores do Cepea explicam que a firme demanda por óleo de soja e a valorização cambial deram suporte às cotações do grão. De outro, as recentes chuvas na América do Sul e a maior oferta nos Estados Unidos interromperam as altas. De setembro para outubro, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá e CEPEA/ESALQ – Paraná subiram 1,4% e 2,2%, respectivamente, ainda conforme pesquisas do Cepea.
MILHO: Indicador sobe 13,4% no mês
O Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) encerrou outubro a R$ 72,94/saca de kg, acumulando valorização de 13,4% no mês e atingindo o maior patamar desde 18 de abril de 2023. Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento de alta foi sustentado pela demanda interna aquecida e pela retração de vendedores no decorrer de outubro. Compradores indicam ter dificuldades em adquirir novos lotes, alegando baixa disponibilidade no spot nacional e altos valores pedidos por produtores. Do lado da oferta, colaboradores do Cepea apontam que a expectativa de que os preços sigam avançando mantém produtores afastados dos negócios e atentos ao andamento da atual safra verão. O retorno das chuvas nas principais regiões favoreceu a semeadura da safra verão, o que, conforme pesquisadores do Cepea, ameniza em partes as recentes preocupações relacionadas a possíveis atrasos na segunda safra de 2025.
MANDIOCA: Média de outubro é a maior em 14 meses
Os preços da mandioca seguem em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A média de outubro para a raiz posta fecularia subiu 10,1% em relação ao mês anterior, para R$ 632,37/t (R$ 1,0998 por grama de amido), o maior valor, em termos nominais, desde agosto/23. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso sobre os preços continua vindo sobretudo da oferta restrita, uma vez que a maior parte dos produtores tem postergado a comercialização, seja pela baixa rentabilidade ou por priorizar plantio e/ou tratos culturais em outras atividades agrícolas. A demanda, por sua vez, segue maior que a oferta, tanto por parte da indústria de fécula como, mais recentemente, pelas farinheiras do Paraná e do estado de São Paulo, ainda conforme pesquisas do Cepea.
OVOS: Poder de compra segue em queda frente ao milho, mas avança sobre o farelo
Os preços dos ovos encerraram outubro em alta em relação ao mês anterior, de acordo com levantamentos do Cepea. Quanto aos principais insumos utilizados na avicultura de postura, o comportamento dos valores foi distinto: enquanto o milho teve valorização mais intensa, o farelo de soja apresentou leve queda de setembro para outubro, também conforme pesquisas do Cepea. Assim, o poder de compra do avicultor de postura paulista caiu frente ao cereal pelo quarto mês consecutivo, mas avançou na comparação com o derivado da oleaginosa, interrompendo o movimento de queda que vinha sendo observado há seis meses. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento nos preços dos ovos foi influenciado pela demanda, que se recuperou no início de outubro, elevando as cotações na primeira quinzena e, consequentemente, a média mensal, e pela redução da oferta, devido ao descarte das poedeiras mais velhas.