Ação da Embraer sobe forte com pedido firme feito pela Latam
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que a taxa de juros no Brasil vai começar a cair de maneira consistente e sustentável, dando apoio a uma melhora no resultado fiscal nominal, que impacta a dívida pública.
Em seminário promovido pelo BTG Pactual, Haddad afirmou que o caminho para cortes na taxa básica de juros pelo Banco Central está sendo pavimentado por dados melhores de inflação e o fortalecimento do real, ressaltando que "as coisas vão melhorar muito a partir do ano que vem".
"Eu acho que o juro vai começar a cair, e vai cair, na minha opinião, de forma consistente, de forma sustentável. Então esses números do (resultado) nominal vão se alterar, e eles vão se alterar para melhor, disse.
O Banco Central decidiu semana passada manter a taxa Selic em 15% ao ano, maior patamar em duas décadas, e previu a manutenção dos juros nesse nível por período bastante prolongado, mencionando o tema fiscal como um dos pontos de atenção.
O resultado nominal do setor público, que inclui gastos com juros da dívida pública, atualmente pressionados pela Selic elevada, ficou negativo em R$968,5 bilhões nos 12 meses encerrados em julho. No período, o gasto do governo com juros foi de R$941,2 bilhões, bem acima dos R$869,8 bilhões registrados um ano antes.
No evento, Haddad defendeu que o nível dos juros no Brasil não se explica apenas pela questão fiscal, embora o tema seja muito importante.
DESPERDÍCIOS
Na avaliação do ministro, para o arcabouço fiscal ser fortalecido é necessário criar condições políticas para falar com parlamentares que será necessário ajustar algumas regras.
Haddad afirmou não ver uma norma fiscal melhor que a do arcabouço e defendeu o combate de "desperdícios" com o avanço de propostas que já estão tramitando no Congresso Nacional, após citar temas como supersalários no serviço público e Previdência de militares.
Ele ainda pontuou que o Brasil precisa de mais crescimento econômico, o que também vai colaborar com os resultados fiscais.
O ministro disse que o governo está alcançando um nível de arrecadação similar ao observado antes do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda aquém de períodos nos quais o governo registrava superávit primário nas contas federais.
Em apresentação, ele argumentou que despesas obrigatórias que pressionam fortemente o Orçamento têm uma trajetória de crescimento herdada de governos anteriores, como no caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Fundeb (fundo para desenvolvimento da educação básica).
(Por Bernardo Caram)