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As demandas de indústrias domésticas e de importadores por soja estiveram mais aquecidas no Brasil nos últimos dias, cenário que impulsionou os preços internos, apesar da desvalorização internacional. A apreciação do dólar frente ao Real foi outro fator de sustentação às cotações domésticas. Segundo colaboradores do Cepea, no geral, vendedores estiveram mais ativos no mercado, diante dos vencimentos de custeio; contudo, uma parcela de sojicultores segue retraída, à espera de novos avanços dos valores nos próximos meses, para quando a paridade de exportação indica preços maiores frente aos observados no spot nacional atualmente. Entre 22 e 29 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná subiu 1,38%, fechando a R$ 195,24/saca de 60 kg na sexta-feira, 29. Para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR), o avanço foi de 2,43%, a R$ 191,16/sc de 60 kg na sexta.
Os agentes do setor brasileiro de milho seguem atentos ao clima desfavorável à semeadura nos Estados Unidos e ao desenvolvimento das lavouras de segunda safra no Brasil, contexto que vem limitando a liquidez no spot nacional. Segundo colaboradores do Cepea, parte dos consumidores relata ter estoques confortáveis, enquanto vendedores analisam a necessidade de realização de “caixa” e/ou de liberar espaços nos armazéns. Nos EUA, desde o início da temporada, as baixas temperaturas têm atrapalhado a semeadura, que está em ritmo lento frente ao esperado pelo mercado e também na comparação com o ano anterior. Por enquanto, a produção norte-americana é estimada pelo USDA em 383,94 milhões de toneladas, e caso a produtividade caia, diante de previsões de clima frio e úmido, a demanda pelo milho brasileiro pode crescer. Vale lembrar que outros importantes fornecedores do cereal, como Ucrânia e Argentina, também enfrentam problemas na atual temporada. Na Ucrânia, além das interrupções dos embarques pelo Mar Negro, a semeadura prevista para abril e maio pode não acontecer da maneira ideal, devido às dificuldades no transporte de insumos. Na Argentina, a Bolsa de Cereales estima que serão produzidas 49 milhões de toneladas em 2021/22, 3,5 milhões de toneladas a menos que na temporada anterior. No Brasil, a semeadura da segunda safra foi finalizada, e o desenvolvimento das lavouras está satisfatório na maior parte das regiões. No entanto, produtores de algumas praças do Centro-Oeste estão em alerta, visto que não chove há mais de duas semanas na região.
O clima dos últimos dias favoreceu a retomada da colheita de mandioca, principalmente pelos agricultores com necessidades de caixa ou de liberar áreas de arrendamentos. Além disso, com o aumento no teor de amido das raízes – que teve média semanal de 501,68 gramas entre 25 e 29 de abril –, a comercialização avançou, também incentivando a colheita. Assim, o movimento de alta dos preços, observado há alguns meses, se enfraqueceu, e o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia subiu ligeiro 0,11% na última semana de abril, para R$ 831,63 (R$ 1,4463 por grama de amido). Atualizado (deflacionamento pelo IGP-DI), esse valor é 58% maior que o do mesmo período de 2021.
As cotações dos ovos comerciais recuaram na última semana de abril. Segundo colaboradores do Cepea, o ritmo de vendas diminuiu, devido à proximidade do fim do mês, o que é típico para o período. Assim, vendedores passaram a reduzir os preços pedidos, com o objetivo de garantir a liquidez e evitar sobras. No entanto, mesmo com a recente desvalorização, os preços médios de abril atingiram patamares recordes nominais na série histórica do Cepea em todas as regiões acompanhadas, sustentados pelas intensas valorizações na primeira quinzena do mês. Em Bastos (SP), o preço médio da caixa de ovos brancos fechou a R$ 148,55 na parcial de abril (até o dia 28), 2% acima da média de março, 17,2% superior à de abril/21 e a maior, em termos nominais, da série histórica do Cepea, iniciada em 2013.
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