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Superando as resistências ao ESG

Publicado 26.05.2023, 07:05
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Houve quem dissesse, no final do século XVIII, que aquele movimento que começou na Inglaterra e que promoveu a substituição gradual de algumas atividades laborais humanas por máquinas representaria o colapso da sociedade, principalmente por conta do desemprego. Hoje, apesar de alguns efeitos colaterais, podemos afirmar que a maioria de nós sequer teria nascido, não a fosse a Revolução Industrial, tamanho o aumento na qualidade de vida e explosão populacional que se seguiu.

Os bravos pescadores de baleia do século XIX também não deviam ser muito favoráveis ao petróleo ou à energia elétrica; afinal, o óleo de baleia era o principal responsável pela iluminação de casas, ruas e até faróis, além da lubrificação de máquinas, e sua substituição por querosene, lubrificantes sintéticos ou lâmpadas definitivamente não era bom para seus negócios.

Hoje sabemos que essas visões estavam equivocadas – basta comparar nossa sociedade de hoje com a de 200 anos atrás.

Mudanças de paradigma na sociedade e nas formas de se fazer negócios sempre ocorrerão. E em um mundo mais conectado e com mais de 8 bilhões de pessoas em 2023 – no final do século XVIII nós éramos 1 bilhão – disrupções serão cada vez mais frequentes.

Dentro desse contexto de transformação constante surgiu o conceito de mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo, em português), em muito pouco tempo já substituído pelo conceito BANI (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível), que representa muito do que vivemos no nosso dia a dia enquanto seres humanos economicamente ativos. Mas há três aspectos que são sim, previsíveis e estão passando diante dos nossos olhos nesse momento:

  1. Em um mundo de transformações com baixa previsibilidade de futuro, as pessoas mais flexíveis, competentes e preparadas terão cada vez mais valor;

  2. Novos mercados, empresas cada vez mais competitivas e com clientes cada vez com mais exigências e opções, os mais criativos, eficientes, organizados e centralizados no cliente levarão vantagem;

  3. Os recursos naturais estão cada vez mais escassos para acomodar e alimentar 8 vezes mais gente do que há 200 anos – logo, soluções criativas para melhorar essa situação serão bem-vistas.

Se estamos alinhados até agora, concordamos que que existem três fatores fundamentais que irão reger o futuro do mundo corporativo: pessoas extremamente qualificadas; organizações com processos internos e externos de excelência; e utilização otimizada dos recursos do planeta.

Pra complementar esse ponto de vista, proponho o seguinte exercício fictício – pense no valor atual dos seguintes ativos: 100 gramas de sementes de eucalipto, um estagiário no último período de faculdade e um computador de última geração. Passados 10 anos, o que ocorre com os três ativos? Teremos, possivelmente, muitos hectares de eucaliptos prontos para colheita, um executivo e uma máquina obsoleta. Em outras palavras, o capital humano e o capital natural se valorizaram, enquanto o outro depreciou.

Algumas conclusões que podemos chegar: 1- investir em recursos naturais – seja na preservação, no desenvolvimento ou em mudanças para melhor é chave; 2- a necessidade do desenvolvimento de pessoas está cada vez mais importante; 3- organizações reconhecidas por sua excelência, competência e ética serão mais valorizadas.

E como pode uma organização estar preparada para isso? Basta traduzir (e aplicar corretamente) a sigla ESG.

 

*Gustavo Nobre é Pesquisador e Professor convidado do COPPEAD/UFRJ. Doutor em Administração com ênfase em Economia Circular e Indústria 4.0 pelo COPPEAD/UFRJ. Mestre, Administrador e Analista de Sistemas. Professor de cursos voltados para Gestão de Projetos, Ciência de Dados e Administração. Consultor empresarial com mais de 25 anos de experiência profissional, a maior parte em funções executivas e em grandes empresas.

Últimos comentários

pra alguém defender ESG ou faz parte do Estado ou é muito burro
Duas perguntas inquietantes: (i) já foi mensurado, por alguma consultoria / acadêmico, a ineficiência econômica gerada durante a transição de matriz energética e os reflexos deste custo sobre a qualidade de vida das populações e; (ii) queremos (ocidente democrático), ser ainda mais dependentes das matérias primas / recursos naturais necessários para produzir e armazenar a tal energia limpa, que se encontram ainda mais concentrados que o petróleo, em países onde a liberdade não é exatamente um valor essencial? Aguardo resposta, mas sem narrativas...
99% das pessoas escolhem uma empresa por custo benefício. É a velha relação preço e qualidade. Para as pessoas com menor poder adquisitivo, que é a maioria, MTS vezes o preço será o principal fator, até mesmo em detrimento da qualidade. Então esse negócio de ESG serve pra um setor bem pequeno. É uma pressão barulhenta, mas de poucos que estão em bolhas longe da realidade.
Obrigada, professor, por sua colaboração. Por mais artigos objetivos e cirúrgicos como este!
Impressionante como continuam a tentar ganhar alguns Likes com materias de ESG. É só olhar as empresas listadas com ESG e ver que isso é uma piada.
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