Deixei para escrever a tônica dessa semana no último minuto para ver quais seriam os últimos desdobramentos desse evento superimportante. Estou falando, obviamente, do . Para quem eventualmente não sabe do que eu estou falando dá uma olhada:
Terrorismo corta metade da produção de petróleo da Arábia Saudita
Abaixo a foto dos pontos atingidos pelo ataque (Fonte: @nayrazz):
Não só um ataque, mas com uma magnitude não desprezível. Ao que tudo indica, foram 5,7 milhões de barris dia afetados. Estamos falando de 5% da produção mundial! Isso é mais que a perda no Iraque e Kuwait durante a guerra do Golfo na década de 1990, ou ainda que a perda Iraniana com a revolução Islâmica de 79! Fonte: (@JavierBlas)
ATAQUES COM DRONES
Antes de falar dos impactos: parênteses: ataques com Drones mano! Drone! Imagina se começam a assaltar com drone! Tá doido! Que mundo é esse? StarWars? Mad Max?
Se, assim como eu, você quer saber como eles atacaram com drones, essa reportagem ajuda a explicar:
How drone attacks on Saudi Aramco might blow up US-Iran tensions
OS IMPACTOS
Li diversas coisas a respeito. Reportagens oficiais, tweets, comentários aqui e ali. O que é verdade? Não sei, talvez só os árabes saibam, ou talvez nem eles saibam ainda. Enfim, me arrisco aqui a estimar (palavra mais politicamente correta para o bom e velho chute) os possíveis desdobramentos:
Preocupação maior: envolvimento do Irã levando a escalada na tensão geopolítica na região. O presidente Trump já se pronunciou a respeito falando que espera que a Arábia Saudita apure os envolvidos para daí sim assumir uma posição oficial. Lembro que o Irã tem certo apoio de Rússia e China.
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Consequências possíveis:
Óbvia: Preços de sobem. Abriram subindo quase 13% saltando de US$54,4/barril para mais de US$61/barril, acalmou e até a hora de envio dessa tônica, quando estava em US$ 59. Não sei o quanto sobem nem se manterão, isso depende de outros fatores. Mas, é sim um choque de oferta inesperado.Volatilidade deve aumentar. Ataques, envolvimento dos EUA, o desconhecido leva a um aumento da Volatilidade, simples assim.Suporte para o Ouro? Com maior volatilidade e aversão a risco tenderia a ser beneficiado.Aumento de custo de vida “na veia” para o americano –> inflação –> segura o corte de juros? Repasse nos EUA é bem direto, ou seja, preço do mercado internacional é repassado para a bomba de gasolina. Um incremento de 10% no preço da gasolina geraria uma inflação que em tese tenderia a frear o ímpeto de corte de juros do Fed. Interessante que esse juro já vinha se alterando semana passada com o mercado “corrigindo” certo exagero e apostando em cortes menos agressivos. Vamos ver como abre hoje.Maiores custos para empresas –> menores margens –> ruim para o mercado? Os maiores custos não são apenas para pessoas, mas também para empresas. Com concorrência o repasse nem sempre é perfeito e muitas tem que assumir o impacto com a redução de margens. Se as empresas lucram menos, sabemos que o mercado sofre. Com S&P voltando as máximas, e testando uma resistência gráfica temos um prato cheio para os ursos voltarem ao mercado – (entendendo os termos bullish e bearish no mercado).Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes
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Trump pressionado. Se isso que falei acontecer, teremos um Trump mais pressionado a chegar a um acordo com China. A 12 meses da eleição, sem o “apoio” de um corte mais agressivo de juros pelo FED ele precisará não deixar a economia travar, logo um acordo com a China vira ainda mais imprescindível?
E NO BRASIL?
Inflação a vista? Depende muito do repasse que poderíamos ter. Em tese, sim deveríamos ter algum repasse caso o preço se mantenha nesse patamar mais alto. Logo, seria razoável supor algum impacto na inflação. Dado que ela está bem controlada, penso que será ok.Juros devem repercutir isso? Se tivermos alguma inflação os juros poderiam repercutir isso. Na verdade, nas últimas semanas, já temos visto aquela ideia de que juros baixariam muito no Brasil ser relativizada. Como assim? Curva de 10 anos voltou a subir, com muitos justificando que nossos desarranjos macroeconômicos ainda persistem e que por isso não há muito espaço para juros baixarem tanto mais. Fora isso, muitos fundos estão posicionados, quando alguns decidem zerar sua posição isso impacta na curva.Ganhadores? Obviamente que no curto prazo isso tende a ser positivo para as empresas de na bolsa: PETR, ENAT e PRIO.Segura preços de etanol? Com mais alto há uma sustentação para preços de Etanol, o que a meu ver pode também ser bom para uma SMTO3 (SA:) e CSAN3 (SA:). TUDO NA VIDA É RELATIVO…
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Busquei aqui fazer uma leitura dos encadeamentos que um evento importante como esse pode gerar no mercado. No entanto, obviamente, existem muitos “Se’s” para que muito do que foi narrado aqui se materialize. Penso que depende de: (i) da capacidade da Arábia Saudita (empresa Aramco) em recompor a oferta de ; (ii) da produção dos países da OPEP+.
Sabemos que existe atualmente existe capacidade de produção que em poucos dias poderia compensar as perdas com o ataque. A própria capacidade de produção adicional da Arábia Saudita é gigantesca!
PARA ACABAR…
Penso que o principal resultado dos ataques foram em mostrar a fragilidade da produção saudita, tendo sido atacada por drones que fizeram um estrago enorme; junto a isso, a volatilidade pode sim persistir com a tensão de que algo maior ocorra envolvendo o Irã.
Confesso que apesar da paúra de momento, entendo que as coisas tendem a se acalmar. deve ser ajudado pela performance de Petrobras (SA:) e testar novamente as máximas? Penso que sim, mas é um chute.
Fora isso, vimos alguma recuperação dos preços de commodities e isso ajudou os mercados emergentes semana passada, penso que pode continuar ajudando.
Para o investidor penso que o foco é o longo prazo, então:
Segue o jogo!
Era isso.
Aquele Abs.