A Black Friday chegou! Não perca até 60% de DESCONTO InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Tônica da Semana: Yields Preocupam? Super Ciclo de Commodities pra Sempre?

Publicado 08.03.2021, 17:16
Atualizado 09.07.2023, 07:32
US500
-
MSFT
-
ADBE
-
QCOM
-
AAPL
-
AMZN
-
NVDA
-
WMT
-
AMT
-
AMD
-
CRM
-
NQZ24
-
NEE
-
TSLA
-
TTWO
-
MELI
-
VALE3
-
US10YT=X
-
ENPH
-
NOW
-
XBIT
-
AAPL34
-
AMZO34
-
MSFT34
-
WALM34
-
RUN
-
QCOM34
-
GDX
-
TSLA34
-
PDD
-
MELI34
-
DDOG
-
T1TW34
-
NVDC34
-
ADBE34
-
N1OW34
-

Vamos lá, começo a semana amargo. Comi um porco indigesto no final de semana… Porco com frango! Ninguém merece! Parabéns ao Palmeiras que foi campeão da Copa do Brasil com merecimento. A mim só resta a crítica, o lamento e a indigestão!

O assunto do mercado atualmente não são as críticas ao Bolsonaro. A gente se esquece mas o Brasil é só uma peça numa engrenagem maior da economia global. Barbante não se empurra… o rabo não abana o cachorro… Então vamos ao que movimenta o mundo e depois falo de Brasil.

US/GLOBAL

PACOTE DO BIDEN?

Resumo. O Senado dos EUA aprovou o Plano de Resgate do Presidente Biden, um pacote de gastos de US$ 1,9 trilhão projetado para lidar com os efeitos econômicos e de saúde da Covid-19. Algumas alterações foram feitas, mas ainda espera-se que chegue a um valor próximo aos US$ 1,9 trilhão e que cumpra quase todos os itens que o presidente Biden propôs inicialmente em 14 de janeiro. Ainda faltam algumas etapas no processo, mas é provável que o presidente Biden sancione o pacote nessa semana. Se a câmara simplesmente aceitar as mudanças e aprovar, o processo será mais rápido.

Contextualizando. No ano passado, no auge da pandemia, o Congresso aprovou a Lei CARES, um pacote de gastos de US$ 2 trilhões. Perto da aprovação da legislação, a taxa de desemprego nos Estados Unidos era de 15% e a economia travada. Agora é diferente. Ainda assim, haverá mais ajuda em 21 que 20.

Crítica. Esse é um pacote que basicamente irriga a economia com muito dinheiro. Não se investe em infraestrutura, pouco se investe em educação ou em formação profissional… Então, a meu ver, gera um impacto de curto prazo na economia sem gerar estímulo de crescimento de longo prazo. Em outras palavras, penso que é um dinheiro muito mau gasto.

Datas. Espera-se que US$ 1,2 trilhão serão distribuídos nos próximos 5 meses, com a maior parte desse dinheiro, US$ 700 bilhões, indo para os consumidores, e outros US$ 350 bilhões indo para os governos estaduais e locais. O dinheiro para educação e saúde é mais carregado de volta em 2022.

Ajuda ao consumidor. Assim que a legislação for transformada em lei, US$ 1.400/pessoa serão pagos a quem tem renda de até US$ 75k/ano. Deve chegar dentro de 2 semanas após o presidente Biden assinar a legislação. Em janeiro, os consumidores receberam US$ 130 bilhões como parte do pacote de estímulo de dezembro e as vendas no varejo aumentaram 5% em janeiro, muito acima da visão consensual de 1%. Como reflexo, muitos acreditam num o PIB forte nesse 1T21. A nova legislação oferece mais de 2,5 vezes o valor do cheque aos consumidores norte-americanos no início do segundo trimestre.

Aqui um breakdown do pacote…

Plano de Estímulo de Biden

IMPACTOS DISSO

Pump para o mercado de ações? Dinheiro chega num momento em que a economia ainda não está totalmente reaberta. Temos a perspectiva de que a economia americana venha reabrir em breve, à medida em que a vacinação evolui num ritmo forte – cerca de 2 milhões de aplicações por dia com os EUA tendo vacinado cerca de 25% da população. Mas a economia AINDA não está totalmente aberta. Logo, restaurantes, hotéis, cassinos e cruzeiros ainda não operam de forma normal. Com essa injeção de recursos ainda acontecendo numa economia fechada, entendo que, assim como foi no ano passado, é possível que vejamos um aumento de taxa de poupança e que parte desse dinheiro seja “dragado” para o mercado de ações. Taxa de poupança de veio crescendo e atingiu 20,5% nos Estados Unidos!

Não obstante, as empresas hoje estão sentadas numa montanha de caixa. Diria que é questão de tempo para mais e mais programas de recompra sustentarem esse mercado (fonte).

Empresas do S&P com Montanhas de Caixa

Podemos discutir se isso é bolha ou não, mas me parece que é uma questão de tempo para vermos o mercado americano em ATH novamente.

Para economia. No campo macro, esse pacote aumenta os chamados déficits gêmeos dos EUA, ou seja, comercial (EUA compram mais do que vendem para o mundo) e orçamentário (governo gasta mais do que arrecada). Isso, por sua vez, joga mais pressão sobre o dólar no médio prazo, além de reacender ainda mais as expectativas inflacionárias – produtos importados mais caros e pelo consumo mais forte. O impacto inicial apontado hoje são de yields mais altos e isso gerando impacto negativo sobre as ações de tecnologia. Hoje (segunda) pela manha veio bater 1.61% novamente e impactou negativamente o futuro do Nasdaq.

EUA a 10 Anos

Fim da TINA (“there is no alternative”)? Essa alta dos juros gera o temor de acabar com o acrônimo TINA, ou seja, passaríamos a ter alternativa de investimento que não apenas ações. Veja que o yield dos juros longos já se mostra maior que o yield do S&P.

Yields de Títulos vs. Yields de Rendimentos

YIELDS VOLTANDO AO NORMAL?

Então, contrapondo que falei de mercado de ações para cima, temos essa questão dos juros pesando.

Apesar de toda celeuma com os yields, acho importante contextualizar.

Olhando um gráfico mais longo vemos que os yields dos títulos longos americanos apenas voltaram para o patamar pré-pandemia – gráfico semanal abaixo, mosque que apenas voltamos aos níveis de janeiro de 2020.

EUA a 10 Anos

Então eu entendo como totalmente normal que os yields subam!

Apesar desse impacto negativo de curto prazo decorrente da alta dos yields, eu te convido a refletir: se a economia cresce, a Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) vai vender menos iPhones? A Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) vai vender menos Windows? Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) vai vender menos? Estou sendo apenas provocativo, mas é algo para pensarmos.

A vacinação vem avançando nos EUA e as expectativas seguem sendo de uma reabertura maior da economia no segundo semestre, com a atividade econômica retomando, o que é muito bom! Então seria normal esperar alguma equalização dos juros para um cenário onde é possível que vejamos o retorno da inflação num horizonte mais longo.

Veja que o gráfico abaixo compara o PMI (indicador que mede a atividade econômica) com o yields reais de juros dos EUA (gráfico superior) e Reino Unido (gráfico inferior). A ideia aqui é a seguinte: se a economia reabre e se expande, os yields reais (linha pontilhada com parâmetro no eixo direito) acompanhariam isso cedo ou tarde.

PMI Industrial vs. EUA a 10 Anos

E AS AÇÕES TECH?

Logo, se eu entendo que é normal que os yields subam e que vejo como um risco passageiro, ou talvez resultado de um exagero do mercado, é possível inferir que o sell off das ações de tecnologia possam ter sido exagerados…correto? Sim, esse é meu palpite furado.

O mercado é sempre imprevisível e maníaco depressivo. No curto prazo tudo é sentimento.

O que Move o Mercado?

Já no médio prazo o que manda são os lucros. Como disse, entendo que se a economia cresce, as grandes empresas de tecnologia podem continuar surpreendendo.

Então me chama muita atenção a queda de alguns papéis nos últimos 30 dias. Não é um call de compra… Longe disso. Cada um toma suas decisões. Só estou chamando atenção para coisas que me chamam atenção:

Vejamos alguns exemplos de empresas que acumulam 20% ou mais de queda em 30 dias:

Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) -30% ; SunRun (NASDAQ:RUN) -29%; Enphase Energy (NASDAQ:ENPH) -27%; DataDog (NASDAQ:DDOG) -25%; Palatir -24%; Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34) -21%; Qualcomm (NASDAQ:QCOM) (SA:QCOM34) -20%

Tem ainda aquelas que caíram entre 10% e 20%

Pinoduoduo (NASDAQ:PDD) -19%; Nextera Energy (NYSE:NEE) -15%; ServiceNow (NYSE:NOW) (SA:N1OW34) -15%; TakeTwo (NASDAQ:TTWO) (SA:T1TW34) -15%; American Tower (NYSE:AMT) -14% ; AMD (NASDAQ:AMD) -11%; Salesforce (NYSE:CRM) -10%; no setor de biotech Xbiotech (NASDAQ:XBIT) -14%.

E algumas que caíram pouco menos de 10%.

Você tem ainda a Apple e Amazon que caíram 10%; Nvidia (NASDAQ:NVDA) (SA:NVDC34) -8%; Walmart (NYSE:WMT) (SA:WALM34) -8%; Adobe (NASDAQ:ADBE) (SA:ADBE34) -8%; em mineradoras de ouro, Goldex (TSXV:GDX) -8%.

Eu não estou dando call nenhum, mas tem gente que está dizendo: BUY! Se liga (fonte):

MarketWatch

BRASIL

Vivo uma dicotomia muito forte. Sou eternamente otimista com Brasil! Mas quanto mais eu leio e discuto por aí, mais tenho dificuldade para manter esse otimismo. Eliseu me fala que a bolsa está barata e eu quero acreditar, até porque ele é um cara que entende bem e vem acompanhando de perto os resultados das empresas.

Mas olhando em volta não consigo! Mas talvez tudo o que está em volta já esteja no preço?

Não sei… Vivo uma dicotomia barroca. Um romantismo achar que Brasil vai dar certo, mas também sempre foi essa zona, né? E volta e meia tiramos bons retornos dessa laranja, não é mesmo?

Desculpe se estou sendo confuso, mas eu realmente estou confuso. Rs

Mas vamos lá. Analisando ponto a ponto:

Yields americanos e o Brasil

Seguindo na linha de raciocínio, a questão dos juros americanos desencadeia um efeito dominó de reprecificação global importante. Se a economia americana cresce e os juros de referência sobem eu diria que:

Os juros de equilíbrio de um país emergente com sérios problemas fiscais seria bem longe dos atuais 2%.

Grosso modo, se a T10y está em 1.6%; risco país em 150 pontos; e uma inflação de 4%, diria que o juro mais factível seria de pelo menos 7%. Não estou dizendo que pra esse ano, mas seria para onde estamos caminhando.

Com juro de 7% bolsa seria tão atrativa assim? Tenho minhas dúvidas.

Home Bias de alocação

Temos um home bias ao alocar nosso dinheiro. O fato de estarmos no Brasil (eu não estou, mas entendo que quem está pense assim), faz com que nos sintamos “seguros” em deixar nosso dinheiro no Brasil.

Mas quanto do teu capital você alocaria na Turquia? Ou no Vietnã? Ou na África do Sul? Ou na Rússia? 5%,10%? Eu diria que não seria muito mais que isso né?

"Ah mas meu custo é em Real Will”

Será mesmo? Se o seu aluguel ou prestação da casa sofre influencia de um IGP-M, saiba que esse custo já está dolarizado. Ou mesmo se você pensar na sua inflação…ela tem sido a dos 4% oficial? Imagino que não, e diria que a resposta é o dólar.

Superciclo de commodities…será?

A ideia do superciclo de commodities que beneficia o Brasil tem ajudado diversos setores. E não é por menos, somos bons em commodities. Mas achei esse gráfico que me deixou com a pulga atrás da orelha. Ele mostra que as expectativas de crescimento já apontam para uma economia americana reagindo à reabertura e aos estímulos dados. Logo, deveríamos imaginar que o dólar poderia se valorizar frente a outras moedas, especialmente contra o Real, que representa uma economia ainda fechada, com dificuldades de crescimento e com uma eleição em 1 ano.

Índice Dólar e Previsões de Crescimento

E se o dólar se valoriza em contexto global, como fica essa teoria do superciclo positivo das commodities? Lembrando que dólar e commodities têm correlação negativa.

Covid

Temos visto um spike no numero de casos no Brasil levando a mais um fechamento da economia. Junto a isso, a vacinação avança lentamente. Isso afeta diretamente a economia no curto prazo (fechamento) e perspectiva de reabertura (vacinação). Não por acaso já começamos a ver uma inflexão de indicadores de confiança e de alta frequência.

Indicadores de Confiança e de Alta Frequência

Por outro lado….

Por outro lado, temos visto que os preços já vêm refletindo tudo isso. Recentemente, a queda das ações de varejo e construção me chamam atenção. O Brasil não vai acabar e o varejo não vai parar para sempre. O mercado adora perpetuar notícias e um viés negativo. Fora isso, shoppings, estacionamentos e bancos me parecem deveras descontados, com yields altos (bancos)…mas tenho estado errado.

Da mesma forma o mercado adora perpetuar preços de minério nas máximas, petróleo, e todas commodities…também tenho dificuldade em aceitar e acreditar nisso. Mas é inegável que Vale (SA:VALE3) estaria ridicularmente barata com minério acima de US$ 100 e dólar a US$ 5,5.

Enfim…Tenho mais dúvidas do que certezas em relação ao mercado brasileiro.

De prático, sigo globalizando mais e mais meu patrimônio. Sigo com bancos, shoppings, comprei algumas coisas de varejo… E tenho uma dor de cotovelo gigante de não ter apostado nas commodities…

Era isso.
Aquele Abs.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.