Moraes retoma vigência de decreto de Lula que aumentou IOF, mas barra cobrança sobre risco sacado
Recentemente, as críticas de Donald Trump ao Federal Reserve (Fed) têm reacendido intensos debates no mercado. Embora alguns temam que as pressões do presidente norte-americano possam minar a confiança dos investidores e levar Jerome Powell a ceder a cortes de juros precipitados, esta hipótese não é a mais provável. O cenário mais esperado é que Trump mantenha o embate retórico com o banco central, enquanto Powell segue firme em seu compromisso de preservar a estabilidade da moeda para manter a inflação sob controle e o mercado de trabalho robusto.
De um lado, Trump defende juros mais baixos, argumentando que taxas reduzidas acelerariam a economia, ao estimular o consumo e facilitar investimentos produtivos, impulsionando o crescimento de longo prazo. Do outro, Powell busca equilibrar a política monetária, trazendo a inflação para a meta de 2% ao ano sem provocar um aumento abrupto do desemprego – um dilema clássico da Curva de Phillips, que ilustra o trade-off entre inflação e desemprego.
Neste embate, os maiores riscos estariam em um cenário extremo, no qual Trump consiga pressionar o Fed a cortar juros de forma precipitada. Isto poderia levar a uma desvalorização do dólar e à migração de capitais de portfólios de baixo risco para alternativas como o euro, tornando a moeda europeia mais atrativa. Esse movimento desestabilizaria os mercados cambiais e aumentaria a incerteza global sobre a condução da política monetária americana.
No caso de um eventual enfraquecimento da independência do Federal Reserve, com pressões excessivas do governo Trump, o impacto poderia se estender além do simples ajuste das taxas de juros. A credibilidade das instituições americanas - especialmente o sistema de "checks and balances" que garante o equilíbrio dos poderes - estaria em risco, elevando a insegurança jurídica e diminuindo a atratividade dos investimentos. Essa perda de confiança poderia resultar em uma fuga de capitais e em uma maior volatilidade nos mercados financeiros.
Em suma, enquanto o embate entre Trump e o Fed continua a ser um ponto de atenção, o mercado ainda aposta na capacidade de Powell de manter o rumo da política monetária, preservando a estabilidade da economia. No entanto, o desenrolar desses confrontos institucionais terá implicações profundas, não apenas para os EUA, mas também para os mercados globais, influenciando a dinâmica do dólar, dos investimentos e da segurança jurídica dos sistemas financeiros internacionais.