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Valorização do dólar e depreciação do real: Isso é bom ou ruim para o Brasil?

Publicado 05.07.2024, 10:41
ZS
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Em Economia, quando a demanda – quantidade de um produto ou serviço que as pessoas desejam comprar – aumenta, os preços também sobem e estimulam a inflação. A Taxa básica de juros (Selic no Brasil e Fed Interest Rate nos EUA) influencia outras taxas de juros no país, como empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Assim, Taxas baixas incentivam o acesso ao crédito e estimulam a economia e Taxas altas dificultam o crédito e, por isso, podem controlar a inflação.

Após a pandemia, muitos países enfrentaram uma onda de inflação. Para combatê-la, a solução adotada foi elevar as taxas de juros. Com o acompanhamento nos indicadores da inflação, o Brasil foi reduzindo a taxa Selic, de 13,75% ao ano (2022) para 10,5% ao ano (2024), mas, nos Estados Unidos, enquanto a inflação não cede, a taxa de juros continua alta.

O aquecimento do mercado e consequentemente, o aumento da demanda e da inflação nos Estados Unidos, é contribuído por alguns fatores, como o aumento da imigração e a política industrial do governo que estimula muitos investimentos em manufatura, principalmente chips - componentes eletrônicos essenciais em carros elétricos, computadores, celulares e outros dispositivos - fundamentais para a tecnologia moderna.

Devido a esse aquecimento no mercado, o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, sinalizou que as taxas de juros devem permanecer mais altas por mais tempo devido à persistência da inflação, algo entre 5,25% e 5,5%, o nível mais alto em 23 anos.

Esse momento de incerteza faz com que a demanda e o preço do dólar aumentem, considerando que a moeda americana é a referência monetária mundial. Por isso, no Brasil, houve essa valorização do dólar, cotado na sua última atualização em R$ 5,65.

Isso é bom ou ruim para o Brasil?

Depende. Se o dólar está alto, é bom para um brasileiro que quer vender algum produto para fora (exportadores), mas é ruim para o brasileiro que precisa comprar algum produto lá de fora (importadores).

O Brasil exporta (vende para fora) commodities agrícolas (soja), mineração, proteína (carne e frango), papel e celulose. Pelos produtos já negociados, os exportadores continuam recebendo a mesma quantidade de dólares, quando convertidos em reais, faz com que seus ganhos diminuam. Por outro lado, com o Real depreciado, os Estados Unidos precisam de menos dólares para comprar a mesma quantidade que comprava antes. Se fica mais barato para eles, irão comprar mais, e então, o Brasil exporta mais a um dólar mais forte.

O Brasil importa (compra de fora) diversas matérias-primas essenciais, deste adubos e fertilizantes para a agricultura, passando por óleos combustíveis de Petróleo (utilizados como fonte de energia), componentes de comunicação (celulares, roteadores e outros dispositivos), componentes eletrônicos usados em diversos setores, como eletrônica e automação, até obras de ferro ou aço e outros metais, utilizados na construção civil, indústria e infraestrutura. O aumento do dólar, encarece o preço da matéria-prima, portanto, aumenta o custo de produção que é repassado ao preço final. Direto para o bolso do consumidor.

O mesmo raciocínio se aplica ao turismo. Como os estrangeiros encontram preços mais baixos em reais em relação aos dólares, a tendência é aumento do turismo receptivo (mais visitantes). Já, para quem deseja viajar para o exterior, as despesas ficarão mais caras com o aumento da moeda estrangeira.

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