Há poucos dias, saiu a notícia de que as carteiras administradas começaram a chegar ao varejo. Antes restrita a apenas um grupo de investidores com patrimônio na casa dos milhões, a modalidade começou a ser oferecida recentemente por algumas empresas do mercado para um público com menos dinheiro. Contudo, por conta dessa restrição antes imposta pelo volume financeiro das pessoas, pouca gente sabe como elas funcionam. É sobre isso que falaremos na coluna de hoje.
Em primeiro lugar, vale uma breve explicação sobre o que são as carteiras administradas. De forma resumida, elas nada mais são do que um serviço de gestão focado nos objetivos financeiros de um indivíduo ou família. E, obviamente, ela leva em consideração o perfil e o apetite a risco de cada um.
Em outras palavras, esse tipo de produto é indicado para pessoas que não têm tempo para investir e decidem delegar esta tarefa a um profissional do mercado.
Para ter acesso a ferramenta, é paga uma taxa de gestão, também conhecida como taxa de administração. Geralmente, este valor é acordado com a empresa escolhida para o gerenciamento dos recursos no momento de fechamento do negócio. Neste ponto, vale ressaltar que algumas casas ainda cobram um percentual de performance.
Até aqui, alguém pode dizer que elas funcionam de forma bastante parecida com fundos de investimento tradicionais. A resposta é sim e não. Isto porque a grande diferença entre as duas modalidades reside na personalização. Enquanto os fundos funcionam por meio de cotas e com um direcionamento definido na estratégia, as carteiras trabalham de acordo com o que o investidor deseja. É algo feito sob medida.
Por outro lado, muita gente também faz confusão com os fundos exclusivos. Neste caso, a semelhança é grande, porém, o tratamento tributário, neste caso, é mais vantajoso se comparado aos portfólios administrados.
Mas, qual é exatamente a vantagem, Rebeca?
A grande vantagem, como eu disse, é contar com a figura de gestores com grande experiência e acesso a informações de mercado. E, ao contrário de outros modelos de atendimento em que profissionais recebem porcentagens a partir de recomendações, as carteiras administradas só trazem ganho para a instituição prestadora do serviço a partir da taxa de administração.
Além disso, a escolha dos ativos feita por este especialista em nada interfere na remuneração, exceto quando é acordada uma taxa de performance, que, no caso, precisa ser positiva para gerar algum retorno para a “casa”.
Aqui, vale ressaltar que, apesar da terceirização gerencial, o investidor tem livre acesso ao portfólio sempre que desejar. Isso evita que custos e outros detalhes “passem batido” e prejudiquem os resultados no futuro.
Por outro lado, vale chamar atenção em relação à questão do imposto. Na carteira administrada, o investidor paga IR toda vez que o gestor faz a compra ou a venda de um ativo. Contudo, ainda assim, a taxa paga vai depender da estratégia adotada e da rotatividade de produtos na carteira.
Por fim, as únicas ressalvas giram em torno dos custos e da empresa escolhida para fazer a gestão. Ainda que muitas tenham reduzido o valor mínimo para esta modalidade, o valor envolvido para contar com este serviço pode ser elevado uma vez que o investidor conta com um atendimento quase exclusivo do gestor.
Além disso, antes de optar pela casa A ou B, conheça o perfil de investimento do lugar antes de confiar os seus recursos ali. Apesar da personalização descrita no início deste artigo, é interessante que os perfis do cliente e da empresa de gestão combinem ou pelo menos se entendam. Bons negócios!