Joaquim Levy concedeu entrevista nesta segunda-feira dia 29.
O mercado recebeu bem a projeção de superávit de R$ 66 bilhões para 2015. Porém as duvidas sobre a execução e os efeitos na economia ainda permanecem.
As intensões do ministro são consideradas corretas, mas os efeitos colaterais podem ser danosos para a economia. O ajuste fiscal arquitetado pela equipe comandada por Levy pode sim levar a uma maior redução do crescimento no curto prazo.
Com a economia fragilizada, medidas de austeridade podem empurrar ainda mais o país da direção de um quadro recessivo. É preciso, por parte do investidor, muita atenção e acompanhamento na execução das medidas propostas.
Já tivemos a elevação da TJLP para 5,5% ao ano. E hoje o anúncio de cortes de benefícios previdenciários e trabalhistas que gerarão uma economia de R$ 18 bilhões.
Em tempo, durante a campanha, Dilma disse com todas as letras que não iria mexer em direitos trabalhistas, “nem que a vaca tussa”.
Com todos os ventos soprando contra, se Levy e sua equipe, realmente conseguirem emplacar um ajuste fiscal programado, mantendo o nível de atividade será uma enorme oportunidade para o investidor se posicionar e renda variável.
Adianto-me para dizer ao leitor que o setor mais beneficiado será o elétrico.
De acordo com o discurso de Levy, “o tesouro irá parar de assumir responsabilidades desproporcionais a sua capacidade”. Essa fala mostra que haverá repasse de custos para o consumidor, benefício principalmente para distribuidoras.
O ministro fala claramente em gerar valor para a concedente, melhora da qualidade do serviço e adequação a realidade tarifária.
O recado foi dado.
Melhor ficar de olho no setor para 2015 e acompanhar de perto o desenrolar dessa historia.
Gustavo Lobo é analista de ações certificado
Autor do Ebook Os 7 Pilares do Investidor de Sucesso distribuído gratuitamente nesse link.