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Zoom Video: Apesar dos Resultados, Negócios Corporativos Podem Apoiar Ação

Publicado 25.08.2022, 16:06
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  • A Zoom decepcionou os investidores na segunda-feira pelo desempenho no segundo trimestre e pela projeção para todo o ano.
  • O trimestre contribui para a narrativa de que a Zoom é apenas uma ação que se beneficiou da pandemia e enfrentará dificuldades em um ambiente operacional normal.
  • Mas uma análise mais de perto dos negócios da empresa sugere que ela pode oferecer mais valor.
  • A Zoom Video Communications (NASDAQ:ZM) ganhou as manchetes na segunda-feira depois que seus resultados ficaram abaixo das estimativas de Wall Street pela primeira vez em quatorze trimestres.

    Para ser justo, a Zoom só ficou aquém em apenas um quesito – e não foi muito. A receita de US$ 1,10 bilhão ficou abaixo do consenso em US$ 20 milhões ou menos de 2%. Mesmo assim, em conjunto com a perspectiva fraca para o segundo semestre de 2023 fiscal (que se encerra em janeiro), o mercado claramente considerou que a Zoom decepcionou nos resultados.

    De fato, a Zoom abriu o pregão de terça-feira com uma queda de quase 13%. ZM diário

    À primeira vista, a venda faz algum sentido. Assim como a Peloton Interactive (NASDAQ:PTON) e a Teladoc Health (NYSE:TDOC), a Zoom se beneficiou da pandemia e talvez tenha sido a maior vencedora nesse ambiente. Entre janeiro e meados de outubro de 2020, a Zoom aumentou sua capitalização de mercado em incríveis US$ 150 bilhões. Para colocar isso em contexto, a Intel (NASDAQ:INTC) neste momento vale US$ 141 bilhões.

    Agora, felizmente, voltamos à normalidade. Os trabalhadores estão voltando para os escritórios, as famílias estão se encontrando em pessoa e a videoconferência é apenas um nicho interessante do ecossistema de tecnologia. Adicione a isso a concorrência da Microsoft (NASDAQ:MSFT) via Teams, e o crescimento da Zoom está chegando ao fim, abrindo espaço para que suas ações caiam.

    Essa narrativa simples pode estar correta. Mas, olhando de perto os resultados do 2º tri, pode ser que não.

    Um exercício mental

    Imagine que uma empresa de capital aberto que neste ano deva gerar uma receita de cerca de US$ 2,4 bilhões, com um faturamento crescendo algo em torno de 22-25% ano a ano. Novos produtos, que registram forte adoção inicial, sugerem que ainda há muito espaço para o crescimento.

    Os resultados operacionais no momento são modestos, mas os investimentos em áreas, como pesquisa, desenvolvimento e vendas, estão reduzindo os lucros. A empresa apresenta uma impressionante margem bruta de mais de 70%, abaixo de algumas empresas de software, mas ainda assim acima da média. A empresa também tem cerca de US$ 5,5 bilhões em caixa em seu balanço – e não dívidas.

    Obviamente, não há tantas informações para determinar precisamente o valuation, mas esse tipo de empresa deve receber um múltiplo razoável de receita, mesmo em um mercado menos disposto a pagar por crescimento, como estava há um ano.

    Workday (NASDAQ:WDAY), por exemplo, tem margens brutas de 72%. Os analistas esperam que a receita cresça 21% neste ano. Em bases GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos), a Workday registrou um leve prejuízo nos últimos quatro trimestres. Ela é negociada um pouco abaixo de 7x as expectativas de vendas deste ano.

    A Fortinet (NASDAQ:FTNT) tem um perfil similar, mas um crescimento mais acelerado do faturamento: 31% neste ano, com base na média de estimativas de Wall Street. Ela está avaliada em 9x sua receita para este ano.

    Podemos fazer uma estimativa aproximada de que um múltiplo de 7,5x a receita para nossa empresa teórica está pelo menos em uma faixa razoável, observando outras ações com perfis parecidos.

    Zoom Enterprise

    Nossa empresa teórica é a Zoom, considerando apenas a parte dos seus clientes corporativos. (A Zoom define os clientes corporativos como aqueles para os quais empresa vende, em oposição a consumidores e pequenas empresas, que geralmente são autodirigidos. Esse último grupo forma o que a Zoom chama de negócios online.)

    Algo em torno de 55% a receita deste ano deve vir de clientes corporativos (o número era de 55% no 1º tri e 54% no 2º tri). E após o 2º tri, a Zoom projetou que o grupo deve gerar um crescimento de receita na faixa de 20% a 25%.

    O interessante em relação ao fato de o preço da Zoom ter ficado abaixo de US$ 90 após o horário regular de pregão é que a empresa está ficando mais perto de respaldar todo o seu valuation. 7,5x a receita neste ano sugere um valuation de cerca de US$ 18 bilhões, mesmo que a Zoom feche seus canais de consumidores e pequenas empresas. Excluindo caixa, o valuation da Zoom agora é de cerca de US$ 22 bilhões.

    A empresa tem bons negócios. A expansão líquida em dólares (em outras palavras, o crescimento das vendas em comparação com o mesmo período do ano passado a partir de clientes atuais) foi de 120% no 2º tri, mostrando que a Zoom continua aumentando os negócios com clientes que já atendia.

    É importante ressaltar, em relação à narrativa simples aqui, que a estratégia corporativa da Zoom também contempla uma enorme oferta além do serviço de videoconferência. Zoom Phone e Zoom Contact Center estão impulsionando o faturamento, mesmo em seus estágios iniciais de crescimento. A gigante da comunicação Avaya Holdings (NYSE:AVYA) novamente está enfrentando problemas financeiros, possivelmente abrindo as portas para que a Zoom conquiste uma parcela maior do mercado com o Zoom Phone, em particular.

    Mesmo no segmento de videoconferências, tudo indica que o trabalho híbrido será uma parte integrante da vida nos escritórios ao redor do mundo daqui para frente.

    E, embora as projeções tenham desapontado, vale a pena notar que a maior parte da fraqueza vem dos negócios online, sem falar no impacto da valorização do dólar. Em grande medida, a história da empresa parece estar em bom caminho.

    As ações da ZM estão atraentes?

    A pergunta é se os clientes corporativos são suficientes para evitar um declínio a partir de agora. Afinal, existe um diferencial de quase US$ 4 bilhões entre nosso valuation para receita corporativa (US$ 18 bilhões) e a capitalização de mercado da Zoom menos caixa (US$ 22 bilhões). Esses US$ 4 bilhões se apoiam em uma receita online de cerca de US$ 2 bilhões, que tem uma projeção de declínio de 7% a 8% neste ano.

    Em vista do sentimento claramente negativo no momento, talvez não haja necessidade de ter pressa. Especialmente em vista da ameaça de uma correção mais ampla do mercado, US$ 90 não necessariamente seria um fundo para as ações da ZM.

    Mas os investidores devem ficar de olho no papel em caso de correção. Pelo menos, a ZM não pode ser descartada tão facilmente, como alguns sugerem.

    Aviso: No momento em que escrevia este artigo, Vince Martin não tinha posições em quaisquer dos ativos mencionados.

     

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