Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - As estimativas da safra e da exportação de soja do Brasil neste ano foram reduzidas pelas tradings e processadoras pela segunda vez neste mês, espelhando os efeitos dos problemas climáticos que o maior produtor e exportador da oleaginosa teve neste ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
A produção de soja do Brasil em 2024 estimada em 153,8 milhões de toneladas, redução de 2,3 milhões de toneladas na comparação com a previsão anterior, divulgada no início de fevereiro, segundo a Abiove.
A associação disse que a menor produção de soja é por conta da produtividade média no atual ciclo, que foi revisada para 3.411 kg/hectare, versus 3.597 kg/ha em 2023.
Com isso, a associação das tradings e processadoras de soja agora projeta queda de 3,27% na produção brasileira de soja em 2024 ante 2023, após estimativa da safra passada ter sido revisada para cima a recorde de 159 milhões de toneladas.
A projeção também indica uma queda de 10,9 milhões de toneladas na comparação com a primeira previsão divulgada pela Abiove, em outubro, quando a associação havia projetado uma colheita de 164,7 milhões de toneladas, antes dos efeitos do clima adverso.
A Abiove ainda se mostra mais otimista em relação a levantamentos divulgados recentemente. Nesta semana, a consultoria AgRural reduziu a projeção para 147,7 milhões de toneladas. Já a estatal Conab estimou a colheita em 149,4 milhões de toneladas, em levantamento divulgado no início do mês.
Ao reduzir a projeção de safra, a Abiove também cortou a exportação de soja do Brasil em 2024 para 97,8 milhões de toneladas, ante 98,1 milhões de toneladas na previsão anterior.
Agora a entidade vê recuo de 4% na exportação ante o recorde do ano passado.
O processamento de soja no país em 2024 foi estimado em recorde de 54,5 milhões de toneladas, estável ante a previsão anterior, versus 53,7 milhões em 2023.
Os estoques finais de soja do país em 2024 foram reduzidos para 3,985 milhões de toneladas, ante 5,685 milhões na previsão anterior, versus 4,64 milhões em 2023, estimativa também revisada para cima.
(Por Roberto Samora)