SÃO PAULO (Reuters) - A Archer Daniel Midlands, uma das maiores traders mundiais de grãos, informou nesta sexta-feira que lançará um programa de certificação de soja sustentável no Brasil, visando atender a demanda de compradores europeus.
O programa, que deve incluir 120 dos 6 mil produtores brasileiros que produzem para a ADM até o fim do ano, tem como foco principal, especificamente, a União Europeia, em particular a Holanda, disse Amanda Cosenza, gerente de sustentabilidade para a ADM na América do Sul.
O Brasil, segundo maior produtor de soja do mundo após os Estados Unidos, embarca quase 70 por cento de sua soja para a China, embora alguns exportadores estejam buscando diversificar o mercado devido a desaceleração do crescimento da maior economia asiática.
A ADM não quis divulgar dados de exportações.
Outras companhias no Brasil também trabalham para provar que sua soja não contribui para o desmatamento da Amazônia ou que não emprega mão de obra escrava. O programa da ADM vai ser expandido nos próximos anos e deve ser lançado no Paraguai também, disse Cosenza.
"Isso está em linha com a demanda", disse ela em entrevista.
Representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que inclui os maiores traders de soja no Brasil, viajaram para a Europa no mês passado para discutir a sustentabilidade da soja e seu programa Soja Plus.
Os esforços do setor privado para atender demandas da Europa para soja sustentável, um dos principais insumos na alimentação animal, acontecem em meio a mudanças de políticas no Brasil. O governo estendeu, no ano passado, uma moratória sobre a compra de soja cultivada em área desmatada ilegalmente na floresta amazônica até 2016.
Até lá, o governo espera terminar de registrar todas as propriedades agrícolas no Brasil, considerado um primeiro passo para implementação de um novo código florestal aprovado em 2012.
(Por Caroline Stauffer)