Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - Os agricultores argentinos estão preferindo a soja ao milho na safra 2024/25 devido à lucratividade da oleaginosa e à persistência dos temores sobre uma doença que impactou a colheita do cereal no ano passado, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires na quarta-feira.
A produção de soja nesta temporada deve aumentar cerca de 3% em relação à temporada anterior, para 52 milhões de toneladas métricas, de acordo com estimativas da bolsa, enquanto a produção de milho deve cair cerca de 5%, para 47 milhões de toneladas.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, e o terceiro maior exportador de milho.
"Não devemos nos surpreender (com a tendência)", disse Ramiro Costa, que dirige os estudos econômicos da bolsa, em uma apresentação em Buenos Aires.
A soja e o milho têm o mesmo período de plantio na Argentina e, portanto, competem pela mesma área de cultivo.
A bolsa espera que os agricultores se voltem para a soja "no contexto da ameaça da cigarrinha e de uma relação insumo-produto desfavorável para o milho", disse Costa.
Na última temporada, o milho sofreu sérias perdas devido a uma bactéria transmitida pela cigarrinha, que atrofia a cultura. As cigarrinhas não têm impacto sobre a soja.
Enquanto isso, a bolsa elevou sua projeção para a safra de trigo desta temporada em quase 3% em relação à estimativa de maio, para 18,6 milhões de toneladas.
A Argentina é um grande exportador de trigo e sua colheita começa em novembro.