Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo esboçaram queda na terça-feira mais cedo, mas o tom geral continue sendo de otimismo e os preços se recuperaram, na medida que a demanda da China deve voltar ao normal e em função da restrição continuada na oferta.
Às 13h05, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com alta de 0,65%, a US$ 119,27 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, avançavam de 0,71% a US$ 120,36 por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 2,14%, a US$ 4,1032 por galão.
O sentimento do mercado tinha retornado para a preocupação com a demanda global, pois a elevação de 50 pontos base feita pelo Reserve Bank da Austrália trouxe o foco das mentes dos investidores para o provável aperto da política monetária nos EUA, na Europa e no Reino Unido.
Mas, a flexibilização das restrições de viagem na China deve impulsionar a procura por petróleo nas próximas semanas, pois a capital Pequim e Xangai, o centro comercial do país, estão relaxando as restrições contra a Covid-19 e permitindo maior mobilidade.
A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo bruto do mundo, mostrou confiança suficiente na demanda futura, no início desta semana, elevando em US$ 2,10 o preço oficial de venda do seu petróleo principal, o Arab Light, para a Ásia em julho, pouco abaixo do recorde histórico registrado em maio.
Mesmo a decisão da semana passada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, de impulsionar a produção em 648.000 barris por dia em julho e agosto - cerca de 50% mais que o esperado - teve pouco impacto no sentimento bullish.
"É difícil ver um potencial de queda significativo para o mercado nos próximos meses", afirmaram os analistas do ING, em relatório. "A rejeição ao petróleo russo continuará a restringir o equilíbrio, enquanto as margens bem saudáveis de refino devem proporcionar maior suporte aos preços do petróleo bruto".
O petróleo Brent precisará alcançar a média de US$ 135 por barril nos 12 meses a partir de julho, um aumento de US$ 10 em relação às previsões anteriores do banco, para que os estoques globais se normalizem ao final de 2023, afirmaram os analistas do Goldman Sachs em relatório, considerando-se a retomada da demanda chinesa e a redução da produção oriunda da Rússia.
Os investidores esperam agora os dados de fornecimento de petróleo bruto dos EUA, a serem publicados pelo American Petroleum Institute às 17:30.
Os estoques caíram mais de 1 milhão de barris na semana passada e a expectativa é que continuem caindo enquanto a temporada de viagens rodoviárias continua a todo vapor nos EUA, o maior consumidor de petróleo bruto do mundo.