O Brasil é o país do G20 de matriz elétrica com maior uso de energias renováveis: 89%, segundo o site especializado em Ember Climate. Isso deve ser muito explorado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a reunião do grupo das 20 maiores economias do mundo, no Rio, de 18 a 19 de novembro de 2024.
Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já declararam em diversas oportunidades que o Brasil já realizou a transição energética e que é referência mundial nesse quesito. O governo também repete esse discurso quando mira em empreendimentos fósseis, como a exploração de petróleo na Margem Equatorial.
O entendimento, compartilhado por especialistas, é que o Brasil precisa priorizar a segurança energética ao invés de concentrar esforços na ampliação das fontes renováveis.
Apesar de ser motivo de orgulho para o governo, essa participação de fontes renováveis na matriz elétrica foi alcançada através de subsídios embutidos na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que é paga diretamente na conta de luz dos brasileiros. Silveira já declarou que o governo não aceitará mais subsídios na conta de luz e que os consumidores não podem ser penalizados para que produtores de energia renovável sejam beneficiados.
O Canadá é o país que mais se aproxima do Brasil no uso de fontes renováveis na matriz elétrica. O país norte-americano conta com uma participação de 67%, com destaque para o uso da fonte hidráulica. A Alemanha é o último país a contar com uma participação de renováveis acima de 50% na matriz elétrica.
FRANÇA = MAIS LIMPA
A França tem a matriz elétrica considerada a mais limpa entre os países do G20. Isso se deve ao fato de o país europeu produzir 65% de sua energia elétrica em suas usinas nucleares.
A fonte nuclear é considerada limpa por emitir poucos gases durante sua operação, mas seu uso liga o alerta de ambientalistas pela extração dos minérios necessários para produção da energia nuclear. O setor mineral é um dos que mais encontram dificuldades em se ajustar aos padrões ambientais e reduzir emissões.
Diante desse cenário, a França tem diminuído sua dependência das usinas nucleares ao longo dos últimos anos. A participação nuclear na matriz francesa recuou de 78% em 2000 para 65% em 2023. Por outro lado, a participação de fontes renováveis como eólica, solar e hidráulica aumentou de 12% para 24% no período.
Ao todo, a França produz 92% de sua eletricidade com fontes consideradas limpas pelo padrão do Ember Climate. O Brasil é o 2º país com a matriz elétrica mais limpa entre as principais economias globais. Segundo os dados de 2023, o país ficou só 1 ponto percentual atrás da França. O Canadá completa o pódio de matrizes mais limpas com uma participação de 81%.