Café canéfora tem recorde na exportação do Brasil em agosto; embarque de arábica recua

Publicado 10.09.2024, 17:13
Atualizado 10.09.2024, 17:15
© Reuters. Colheita de café na Nova Guinén29/12/2017nREUTERS/Oswaldo Rivas

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de café do Brasil em agosto registraram recorde para meses de agosto, com impulso dos embarques da espécie canéfora (robusta e conilon), enquanto os envios de grãos arábicas brasileiros tiveram uma queda na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) divulgados nesta terça-feira.

Ao todo, o país exportou 3,73 milhões de sacas de 60 kg de café, alta de 0,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, considerando também o equivalente de produtos industrializados (solúvel e torrado & moído).

Somando apenas grãos verdes, os embarques atingiram 3,4 milhões de sacas, alta de 1,4% na comparação anual, com um impulso dos embarques de grãos canéforas, com 924,7 mil sacas, o que representa um aumento de 31,4%.

Já a exportação de arábicas, que respondem pela maior parte do embarcado no maior produtor e exportador de café, recuou 6,6%, para 2,49 milhões de sacas.

"Nossos cafés conilon e robusta seguem em 'velocidade de cruzeiro' e já somam mais de 6 milhões de sacas enviadas ao exterior entre janeiro e agosto, o que é o maior volume da história para esses oito primeiros meses e representa uma expressiva alta de mais de 200% ante 2023", destacou o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em nota.

Ele lembrou que o Brasil vem ocupando espaços nos mercados de robusta deixados por menores ofertas de países concorrentes, como Vietnã e Indonésia, "que seguem, inclusive, importando cafés brasileiros".

Para exportar volumes recordes, o setor em enfrentado desafios logísticos, observou o presidente do Cecafé.

"O cenário de falta de estrutura física para recebimento das cargas nos portos e de atrasos e alterações de escalas de navios para exportar café continua muito preocupante, e isso tem feito com que nossos exportadores tenham que arcar com custos imprevistos e elevadíssimos de 'pré-stackings', armazenagens adicionais, 'detentions' e 'gates' antecipados”, afirmou Ferreira.

Segundo ele, para manter o comprometimento com a entrega dos cafés, as empresas exportadoras vêm abrindo mão de suas margens e mantendo o "market share" do Brasil no mercado global ao pagarem esses custos extras.

"A questão é saber até quando irão aguentar, uma vez que o cenário vem deteriorando mês a mês", disse ele, citando que em agosto 69% dos navios, ou 197 de um total de 287 embarcações, tiveram alteração de escalas ou atraso para exportar café nos principais portos do Brasil.

Em receita, as exportações de café do Brasil aumentaram 31% em agosto, para 955,6 milhões de dólares, em meio a preços mais altos.

De janeiro a agosto de 2024, o Brasil exportou um recorde de 31,9 milhões de sacas de café, um avanço de 39,2%. Essas exportações renderam ao país o faturamento jamais visto no período de 7,2 bilhões de dólares, ou 47,2% a mais na comparação anual.

 

(Por Roberto Samora)

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