SÃO PAULO, (Reuters) - Exportadores brasileiros de café devem enviar para o exterior ao menos 35 milhões de sacas de 60 kg na safra 2018/19, incluindo café verde, solúvel e torrado e moído, disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, nesta quarta-feira.
Ele não deu um número comparativo para a safra anterior, mas no ano de 2017 o país exportou 30,9 milhões de sacas de café, segundo o Cecafé.
Na temporada 2016/17, encerrada em 30 de junho, o país exportou 32,90 milhões de sacas.
O Brasil deverá produzir uma safra recorde de café em 2018/19, estimada pelo governo em 56,4 milhões de sacas.
Falando a produtores de café em uma conferência em São Paulo, Carvalhaes disse que cafeicultores não devem se preocupar sobre as perspectivas para a grande produção que têm pressionado os preços internacionais, dizendo que ele espera forte demanda à frente, o que deve limitar um declínio nas cotações.
"Se você pegar essa estimativa para exportações e acrescentar mais 22 milhões de sacas que o Brasil deve consumir, você achará basicamente destino para toda a safra", disse Carvalhaes.
A Abic, associação das indústrias de café que também participou da conferência, projeta que a demanda local deverá crescer 3,5 por cento em 2018, ante as 22 milhões de sacas consumidas no ano passado.
O grupo prevê que o consumo no Brasil crescerá em um ritmo mais elevado do que a média global de crescimento, que está abaixo de 3 por cento.
As exportações totais de café do Brasil alcançaram um recorde de 37 milhões de sacas de café em 2015, mas as vendas no exterior têm caído desde então devido à queda na oferta, altos estoques globais e competição de outros países produtores.
O Brasil está se aproximando do início da colheita de sua safra 2018/19 (julho/junho). Os primeiros volumes da nova safra devem começar a chegar aos armazéns por volta de maio.
(Por Marcelo Teixeira)