SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paulista Cesp (SA:CESP5) não vai participar do leilão de hidrelétricas existentes que o governo federal promove em 25 de novembro, no qual serão ofertadas as concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que pertenciam à companhia, mas tiveram o contrato expirado em julho.
As duas usinas, que somam quase 5 mil megawatts em potência, estão entre as maiores do país e representavam cerca de 75 por cento do parque gerador da Cesp.
"Não nos inscrevemos e não vamos participar... fizemos chamadas públicas (em busca de sócios para disputar o leilão) e até tivemos dois interessados, mas essas parcerias não se concretizaram", disse o diretor financeiro da Cesp, Almir Martins, em teleconferência de resultados nesta quarta-feira.
O governo federal espera arrecadar 17 bilhões de reais com a cobrança de outorga junto aos vencedores do leilão, dos quais quase 15 bilhões de reais virão das usinas que pertenciam à Cesp.
Devido ao elevado valor e à falta de caixa, a companhia paulista buscava um sócio que entrasse com o capital, enquanto ela cuidaria da operação das usinas e contribuiria com o conhecimento sobre os ativos.
Oficialmente fora do leilão, Cesp irá operar as duas hidrelétricas apenas até que o vencedor do leilão esteja pronto para assumi-las, em um período de transição estimado em seis meses, no qual receberá uma receita que praticamente cobre apenas custos de operação e manutenção.
As demais usinas da Cesp, que somam cerca de 1,6 mil megawatts, têm contratos de concessão que vencem entre 2020 e 2028.
Questionado por analistas sobre os planos da Cesp para crescer após perder seus maiores ativos, Martins disse que ainda não há uma estratégia definida.
"Foram feitos bastantes estudos e conversas, mas nenhuma decisão a respeito. Não temos ainda notícias nesse sentido", afirmou.
(Por Luciano Costa)