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Charge da semana: ouro volta a brilhar com pessimismo em relação ao dólar

Publicado 15.12.2022, 11:02
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Por Scott Kanowsky

Investing.com – No selo oficial do estado da Califórnia, um minerador busca ouro sob o lema grego "Eureka". Pode ser que, nos últimos anos, os investidores do metal precioso tenham sentido menos entusiasmo em comparação com todo o otimismo dos caçadores de fortunas do século XIX.

O ouro é geralmente tido como porto seguro em tempos de turbulência econômica, mas durante grande parte de 2022, a percepção do mercado em torno da commodity sofreu um processo de mudança. Grande parte disso se deve ao Federal Reserve e seu esforço de fazer a inflação convergir para a meta de 2%.

Os preços foram alçados pela escassez de oferta gerada pela guerra da Rússia na Ucrânia e pelos prolongados bloqueios sanitários contra a Covid-19 na China. Com isso, o Fed passou a subir os juros agressivamente, o que acabou ofuscando parte do brilho de um ativo que não gera renda, mudando o foco das atenções para o dólar e seus rendimentos.

Mas, desde novembro, o sentimento em torno do ouro parece ter tido uma reversão. Nesta semana, os preços chegaram a se aproximar da máxima de seis meses, graças a dados nos EUA, na terça-feira, dando conta de que a inflação na maior economia do planeta subiu menos do que o esperado, para 7,1% em novembro.

Os investidores suspeitaram que, se o Fed se convencer de que conseguiu domar a inflação, é possível que pare de elevar os custos do crédito. Isso pode acabar com o fôlego do rali do dólar e aumentar a atratividade do ouro.

Na quarta-feira, o Fed subiu as taxas de juros em 50 pontos-base (pb), interrompendo a sequência de vários meses de aumentos de 75 pb. O presidente do Fed, Jerome Powell, comemorou a desaceleração do índice geral de preços, mas alertou que os juros deveriam atingir o pico em níveis maiores do que o esperado.

Os mais recentes comentários rígidos foram suficientes para pôr um ponto final no rali desta semana nos preços do ouro, fazendo seu preço à vista recuar abaixo do importante nível de resistência de US$ 1.800.

Mesmo assim, os retornos recentes do ouro mostraram resiliência, mas nada espetacular. Os preços do ouro spot acumulam uma alta de 1% no período de um ano. Já o S&P 500 afundou mais de 13%, enquanto o suposto “ouro digital” bitcoin despencou mais de 61% no período.

Os bancos centrais ao redor do mundo estão mantendo sua fé na moeda. De acordo com o Conselho Mundial do Ouro, essas instituições vêm acumulando as reservas na commodity neste ano, ao ritmo mais acelerado desde 1967, na ânsia de diversificar seus portfólios e se proteger contra os riscos de inflação.

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Ao mesmo tempo, as saídas líquidas de recursos por sete meses consecutivos dos ETFs mundiais de ouro tiveram uma desaceleração em novembro, graças, em grande parte, ao dólar mais fraco e à queda do rendimento dos títulos.

A demanda por joias de ouro também segue firme, com base nos dados da Statista, que prevê que o valor do mercado subirá de cerca de US$ 230 bilhões em 2020 para cerca de US$ 307 bilhões em 2026.

A China, que responde pela maior parte das receitas com joias, finalmente vislumbra um amplo afrouxamento das restrições contra a China, o que pode ajudar a estimular os gastos dos consumidores.

A Índia, onde o ouro tem um importante papel na época festiva de outubro, viu o consumo de joias registrar seu mais forte terceiro trimestre desde 2018. No entanto, ainda existe a expectativa de que a inflação continue acima da média, pesando sobre as vendas durante o resto do ano.

Apesar disso, o futuro do ouro permanece incerto. A economia global enfrenta agora um possível ponto de inflexão, intensificado pela possibilidade de um lento arrefecimento da inflação e de um crescimento lento.

Em sua perspectiva para 2023, o Conselho Mundial do Ouro observou que essa situação pode tanto ajudar quanto prejudicar o metal.

“Uma leve recessão e resultados corporativos mais fracos historicamente são positivos para o ouro”, defendeu a organização. Mas alertou que a pressão atual sobre as commodities, devido à desaceleração econômica no primeiro semestre, provavelmente reduzirá a atratividade do ouro.

“No geral, esse conjunto heterogêneo de influências implica um desempenho estável, mas positivo para o ouro”, concluiu a organização.

Isso talvez não soe tão empolgante quanto o grito de “Eureka” dos tempos áureos, mas pode ser suficiente para fazer a alegria dos investidores do ouro no ano que vem.

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