SÃO PAULO (Reuters) - O setor brasileiro de cogeração de energia chegou a 20,5 gigawatts (GW) de capacidade instalada operacional no Brasil, segundo dados até final de março apurados pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), representando um crescimento de 4% nos últimos 12 meses.
Com isso, a fonte, que conta com 654 usinas distribuídas pelo país, atingiu uma participação de 10,7% da matriz elétrica brasileira.
O bagaço de cana-de-açúcar é o principal insumo das usinas de cogeração, representando 60,4% do total, seguido pelo licor negro (16,6%), subproduto do tratamento químico da indústria de papel e celulose. Já a cogeração a gás natural soma 15,4%.
Em nota, o presidente da Cogen, Newton Duarte, disse que a cogeração é uma fonte importante para equilibrar a matriz elétrica nacional, uma vez que garante "energia firme", não intermitente, e gerada próxima aos principais pontos de consumo, o que dispensa a necessidade de investimentos em grandes linhas de transmissão.
"O potencial de crescimento é expressivo, sobretudo com as possibilidades de um novo uso da cana-de-açúcar e seus resíduos (como por exemplo a vinhaça da produção do etanol e da torta de filtro) com o advento da produção de biometano", acrescentou Duarte.
Com base em dados da agência reguladora Aneel, a Cogen apontou que a cogeração deverá crescer cerca de 1,7 GW em potência no país até 2026, com média anual de 430 MW por ano.
(Por Letícia Fucuchima)