Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil poderá elevar em até 20,4 por cento o plantio de algodão na safra 2018/19, com impulso de bons negócios já realizados, o que permitirá colheita e exportação recordes na nova temporada, avaliou nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em sua primeira estimativa para o ciclo.
Se o tempo for favorável, o Brasil poderia produzir entre 2,0,8 milhões e 2,3 milhões de toneladas da pluma, ante um recorde de 2 milhões de toneladas registrado na temporada anterior.
O plantio de algodão, uma cultura das mais intensivas em capital e tecnologia, atingiria históricos 1,4 milhão de hectares no país, disse a Conab.
"A comercialização da safra 2017/18, aliada às boas perspectivas futuras de mercado, vem gerando um ambiente de otimismo no setor produtivo", afirmou a companhia em relatório, no qual também estimou volumosas safras de soja e milho, cujo plantio já se desenvolve no Brasil.
O plantio de algodão começa mais tarde nos principais produtores (Mato Grosso e Bahia), nos próximos meses.
A Conab destacou que a comercialização da safra 2018/19 em Mato Grosso está avançada, já atingindo 67 por cento do total.
"Em Mato Grosso, maior produtor nacional, o plantio ocorre apenas a partir de dezembro... Todavia, já é possível estimar um aumento significativo na área plantada devido aos bons retornos financeiros da cultura", disse.
O analista sênior de agronegócios do Itaú BBA, Guilherme Bellotti, apontou que os números do algodão da Conab, que vieram dentro da expectativa, destacam-se no relatório da estatal.
O aumento "significativo" de área, acrescentou ele, "é resultado das boas margens que têm sido observadas na safra 17/18 e das perspectivas positivas para a próxima safra".
Com uma boa safra, o Departamento de Agricultura norte-americano estima que o Brasil poderá superar a Índia em 2018/19 como o segundo maior exportador global da pluma, ficando apenas atrás dos EUA.
A Conab estima exportações de 1,33 milhão de toneladas da pluma em 2018/19, ante a marca histórica de 1 milhão de toneladas de 2017/18. O consumo do país deverá crescer em 50 mil toneladas na nova safra, para 750 mil.
(Por Roberto Samora)