Consumo de café no Brasil sobe 1,1% e faturamento dispara com preços, diz Abic

Publicado 05.02.2025, 15:40
Atualizado 05.02.2025, 16:15
Consumo de café no Brasil sobe 1,1% e faturamento dispara com preços, diz Abic

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de café no Brasil de novembro de 2023 a outubro de 2024 aumentou 1,1% em relação ao mesmo período anterior, em meio a preços mais altos do produto nas gôndolas dos supermercados após uma safra frustrada no país, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), divulgados nesta quarta-feira.

O Brasil, maior produtor e exportador global e segundo consumidor mundial de café, consumiu 21,9 milhões de sacas (equivalentes), versus 21,68 milhões de sacas de novembro de 2022 a outubro de 2023, com a indústria do produto torrado no país registrando um salto de mais de 60% no faturamento interno em meio a preços mais altos, segundo a Abic.

O volume do consumo representa 40,4% da safra de 2024 do país estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 54,21 milhões de saca, enquanto no período anterior o total consumido representou 39,4% da previsão oficial de colheita, citou a Abic.

Embora os números de safra de café de fontes governamentais sejam vistos como subestimados, já que somente a exportação do Brasil superou 50 milhões de sacas em 2024, segundo dados do conselho de exportadores Cecafé, o aumento do percentual consumido em relação à produção nacional dá uma ideia do balanço de oferta e demanda mais apertado.

O faturamento da indústria de café torrado em 2024 alcançou 36,82 bilhões de reais, alta de 60,85% quando comparado a 2023, em meio a preços mais altos nas gôndolas, segundo a associação, que monitora as vendas no varejo por meio de 3 milhões de notas fiscais coletadas mensalmente.

O preços do café cru engataram uma alta nos mercado globais desde o início de 2024, após problemas de safra no Brasil e no Vietnã, maior produtor de grãos da variedade canéfora, o que levou a indústria local a repassar custos.

De acordo com a associação, a escalada de preços do café cru ainda não foi totalmente transferida para o varejo no Brasil, o que poderia resultar em repasses entre 20% e 30%.

Segundo a Abic, o preço médio no varejo dos cafés especiais sofreu um aumento de 9,80%, quando comparado o período de janeiro de 2024 com dezembro do mesmo ano; na categoria de cafés gourmets, a alta foi de 16,17%; enquanto nos tradicionais e extrafortes o avanço foi de 39,36%.

Mas a Abic ressaltou que o custo da matéria-prima, nos últimos quatro anos, aumentou mais do que no varejo, subindo 224% e 110%, respectivamente.

A variação do café tradicional nos supermercados, contudo, foi mais forte do que a registrada em alguns produtos da cesta básica, como leite (+18,4%), arroz (+15%) e óleo de soja (+26,6%), relatou a Abic.

ATRÁS DOS EUA

O Brasil segue na posição de segundo maior consumidor de café do mundo, atrás dos Estados Unidos em volumes absolutos, disse a Abic, citando que o total consumido pelos norte-americanos superou o nacional em 4,1 milhões de sacas.

Mas se for levado em conta o consumo per capita do Brasil com os EUA, os brasileiros levam a melhor.

O consumo per capita no Brasil entre novembro de 2023 a outubro de 2024 foi de 6,26 kg por ano de café cru, ante 4,9 kg dos EUA.

(Por Roberto Samora)

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