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Déficit hídrico e crédito caro elevarão preços em leilões de energia, diz Itaú BBA

Publicado 24.07.2015, 14:34
© Reuters.  Déficit hídrico e crédito caro elevarão preços em leilões de energia, diz Itaú BBA
ITSA4
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Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - Um ambiente de crédito "mais inóspito", o recuo nos financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e questões específicas, como o déficit de geração enfrentado hoje pelas hidrelétricas, devem resultar em tarifas maiores nos leilões de energia e dificultar grandes projetos como a usina de Tapajós, no Pará.

A avaliação é do chefe de Project Finance para o setor do Itaú (SA:ITSA4) BBA, Marcelo Girão, cuja instituição participa de financiamentos de vários projetos do setor.

De acordo com o executivo, a maior parte dos investidores não considerava, ao precificar os lances para a disputa em leilões de novas usinas, a possibilidade de um déficit de geração hídrico, o que não deve se repetir daqui em diante.

"Não creio que alguém em sã consciência não vá colocar um certo nível de GSF (nome técnico para o déficit hídrico). E o resultado disso sempre morre na tarifa, o preço tem que subir", resumiu Girão.

Ele disse que os investidores ainda têm um aumento do custo financeiro, não só do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), algo que também ajuda a explicar a tarifa mais alta projetada.

De acordo com o especialista, os bancos estão mais cautelosos pela incerteza quanto à disponibilidade de empréstimos de longo prazo do BNDES para os projetos e pelo cenário macroeconômico mais desfavorável no país.

O banco de fomento reduziu a participação em financiamentos, elevou taxas e passou a incentivar as empresas a emitir debêntures de infraestrutura para a captação de mais recursos.

O cenário complica principalmente a aprovação de empréstimos-ponte, que servem para o empreendedor iniciar as obras enquanto aguarda a liberação de recursos de longo prazo pelo BNDES.

"Os bancos têm muitos mais dúvida sobre como o ponte vai ser pago, se vai ter (empréstimo) de longo prazo para pagar o ponte, se o BNDES vai vir, se vai ter mercado para as debêntures de infraestrutura... as análises são mais criteriosas", afirmou Girão.

CENÁRIO DESFAVORÁVEL PARA TAPAJÓS

Para o executivo do Itaú, o atual momento torna "extremamente complicada" a licitação de novos projetos hidrelétricos na Amazônia, como a usina de São Luiz do Tapajós, um projeto de 8 mil megawatts que aguarda liberação de licença ambiental para ser oferecido ao mercado.

"Existe uma questão de que boa parte dos players e eventuais EPCsitas (empresas contratadas para construir projetos) que olhariam para uma obra desse porte não estão no melhor dos momentos. E o ambiente de crédito do país, especialmente para tíquetes grandes, não é nem de longe dos melhores", disse Girão.

Ele estima que a hidrelétrica de Tapajós, que teria mais que metade da capacidade de Itaipu, exigirá investimentos de cerca de 30 bilhões de reais.

"E para virar 40 bilhões de reais não é difícil. Estamos falando de financiamentos de 25 bilhões de reais. É muito dinheiro para o ambiente de crédito em que a gente está".

O especialista citou também riscos ambientais no empreendimento, que seria construído em região ainda bastante preservada e, por isso, seguiria um conceito de "usina plataforma", em que a mata é recuperada após a construção e a planta opera com poucos funcionários, levados até o local de helicóptero.

"Existe uma questão socioambiental relevante, esse conceito de usina plataforma precisa ser muito bem endereçado", afirmou Girão.

(Edição de Roberto Samora)

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