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Energia e Metais Preciosos: O que Deve Acontecer com o Preço do Gás Natural?

Publicado 17.10.2021, 08:54
© Reuters.

Por Barani Krishnan

Investing.com - Os touros do gás natural já anotam preços de US$ 7 a dois dígitos durante o inverno do hemisfério norte, consequência dos estoques preocupantemente baixos e da produção abaixo do esperado do combustível, em contraste com as expectativas de frio glacial.

Mesmo assim, a Energy Information Administration dos EUA espera que o contrato à vista para o Henry Hub na Bolsa de Valores de Nova York gire em torno de pouco menos de US$ 6 por mmBtu, ou milhões de unidades térmicas métricas britânicas, em dezembro e janeiro. A partir daí, ela espera que os preços do gás caiam rapidamente, para cerca de US$ 3,50 em maio de 2022.

O motivo? A principal agência norte-americana de energia considera que a produção de gás natural do país irá aumentar a partir de janeiro e que as exportações de GNL, ou gás natural liquefeito, irão desacelerar, apesar da fortíssima demanda prevista para a versão em navios do gás.

As projeções da EIA dificilmente se encaixam no fervor dos touros do gás, que acham que o combustível está à beira de um rali estrutural de longo prazo, assim como o petróleo bruto.

A realidade, porém, é que a intensidade do rali do gás tem diminuído ao longo das últimas duas semanas.

Na semana recém-encerrada, o contrato à vista do Henry Hub caiu 2,8%, estendendo a queda de quase 1% da semana anterior.

A dinâmica que levou o gás para os níveis de US$ 6,50 nos primeiros dias de outubro parece ter evaporado. Por exemplo, durante a semana encerrada em 24 de setembro, o contrato à vista do Henry Hub saltou 9,3%.

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Os preços do gás ainda subiram 114% em relação a um ano atrás. Mas o que temos agora é um mercado mais turbulento, com menores oscilações intraday na faixa dos US$ 5,50 a US$ 5,70, enquanto uma combinação de condições de tempo favoráveis, maiores injeções semanais no estoque dos EUA e uma diplomacia global para o gás sendo travada pelo líder russo Vladimir Putin, criam um antídoto para o rali anterior.

A mínima de sexta-feira foi, na verdade, US$ 5,40, embora isso ainda estivesse acima dos US$ 5,17 de terça-feira que marcaram a mínima de outubro até agora.

O que surpreende na queda de sexta-feira é que ela tenha chegado na sequência da atualização semanal da EIA sobre os estoques um dia antes, que claramente foi positiva para os touros. Analistas de diversas agências, consultorias e casas de negociação de energia previam um acúmulo médio de 94 bcf, ou bilhões de pés cúbicos, em armazenamento. A EIA registrou um aumento dos estoques de apenas 81 bcf - quase 14% abaixo do previsto.

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O contrato à vista do Henry Hub disparou de uma mínima intraday de cerca de US$ 5,60 para US$ 5,96 com o relatório de estoques da EIA, o mais próximo que chegou de recapturar o tão valorizado patamar de US$ 6. No entanto, apenas 24 horas depois, ele teve redução de mais de US$ 0,50 no dia - um forte mergulho, mesmo com a extraordinária volatilidade recente do gás.

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De forma profética, a STEO, ou Perspectiva Energética de Curto Prazo (Short-Term Energy Outlook) da EIA, publicado em 15 de outubro, um dia antes da sua atualização de estoques, afirmava que as oscilações continuarão mesmo que a demanda por aquecimento durante o inverno dispare para além das expectativas e os estoques atinjam níveis menores ainda mais críticos.

"Nossa expectativa é que o preço à vista do Henry Hub será em média de US$ 5,80/MmBtu no quarto trimestre de 2021, o que é US$ 1,80/MmBtu superior à previsão da STEO de setembro", afirmou a EIA.

Mas em vez de US$ 6 ou mais, ela prevê que o preço à vista se situe "num pico médio mensal de US$ 5,90/MmBtu em janeiro".

Além disso, a EIA afirmou, na sua última STEO, que esperava que o preço à vista "diminuísse no geral ao longo de 2022, com uma média de US$ 4,01/mmBtu para o ano em meio ao aumento da produção de gás natural nos EUA e crescimento mais lento das exportações de GNL".

A previsão é que a produção em si aumente para uma média de 94 bcf por dia durante o inverno do hemisfério norte, alcançando uma média de 96,4 bcf por dia durante 2022.

A EIA afirmou que o catalisador para a sua aposta eram os preços do gás natural e do petróleo bruto, "que esperamos irão permanecer a níveis que sustentem perfurações suficientes para fundamentar o crescimento da produção".

Essa frase, em essência, defende o bordão dos mercados de commodities de que "a cura para preços mais altos são preços mais altos". A lógica é que, depois de um certo ponto, a demanda é desbaratada, pois ou os consumidores mais pobres começam a fazer racionamento do seu uso, ou o mercado é inundado pela oferta de produtores que tentam se beneficiar ainda mais com a produção maciça da commodity.

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A lógica da EIA, no entanto, vai contra a maioria dos touros do gás, que acham que os Estados Unidos serão praticamente incapazes de gerar aumentos significativos na produção durante o próximo inverno do hemisfério norte ou mesmo nos primeiros meses de 2022, devido às limitações autoimpostas sobre excesso de perfuração por parte da maioria das empresas que atuam em campos de shale.

No entanto, alguns analistas estão se voltando para o lado da EIA, prevendo que um clima ameno no curto prazo - nem de longe o tipo de condição climática típico de meados a fins de outubro no hemisfério norte - poderia aumentar a pressão sobre os preços, apesar da crise do fornecimento de gás/GNL na Europa.

COMMODITIES: Confira cotações em tempo real

"Nossa previsão anterior de um acúmulo na faixa dos 90 bcf no próximo relatório manterá viva a tendência de aumentos de estoques maiores que o normal", disse Dan Myers, da Gelber & Associates, com sede em Houston, uma das consultorias menos otimistas no mercado.

A tendência atual do balanço oferta-demanda "manterá um limite para os preços enquanto as temperaturas mais quentes que o normal em outubro continuarem", Myers acrescentou.

Os serviços de previsão meteorológica parecem concordar com o fato de que vai demorar pelo menos um mês antes de o frio significativo chegar.

"Continuamos olhando para o final de outubro e início de novembro para frentes frias mais fortes sobre os EUA, mas os dados da noite não apresentam uma maior tendência para o frio", disse a NatGasWeather em uma projeção publicada pelo portal naturalgasintel.com.

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A casa de análise apontou que o modelo europeu de maior alcance favorecia um padrão mais quente que o normal em grande parte dos 48 estados contíguos dos EUA até meados de novembro, afirmou o site naturalgasintel.com.

A Bespoke Weather Services trazia uma avaliação semelhante à do portal. A empresa disse que os modelos da noite estavam "apenas um pouco mais frios" e que o padrão de demanda abaixo do normal se mantém firme. Os dados apresentam maior variabilidade nos últimos dez dias do mês, permitindo que massas mais frias oscilassem corram pelo Meio-Oeste e Leste dos EUA.

De acordo com a Bespoke, "não existe uma verdadeira fonte de ar frio", dado que o lado do Pacífico do padrão se manteve "muito hostil" em relação a qualquer influxo de ar frio para os Estados Unidos. No entanto, isso foi uma "notável mudança de compasso" em relação a alguns dias atrás.

"Enxergamos isso como uma janela de variabilidade", disse a Bespoke. A empresa de análises ainda acredita que o tempo mais quente irá predominar no início de novembro, "embora continuaremos monitorando o bloqueio, pois isso representa riscos para a perspectiva de calor caso continue a ser sub interpretado por todas as projeções do modelo".

É claro que os meteorologistas, os analistas e a EIA podem estar todos fazendo uma leitura errada da situação do frio e da demanda/inventário de gás à frente. Vamos saber com o tempo como será a movimentação pré-inverno.

Resumo do mercado e dos preços do petróleo

Os touros do petróleo conquistaram a oitava semana seguida de ganhos após o Brent atingir US$ 85 por barril, aproximando-se da expectativa de Wall Street de US$ 90, enquanto as fortes vendas do varejo nos EUA e um mercado de capitais em recuperação alimentaram o apetite por risco, apesar da explosão da inflação.

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ANÁLISE: Carvão e Gás Natural Seguem em Tendência de Alta, Apesar da Correção Recente

As notícias de que a China cortou as cotas de importação de petróleo bruto para refinadores independentes, em conjunto com os dados de estoque dos EUA de quinta-feira, apontando para uma terceira semana consecutiva de acúmulo nos estoques de petróleo, foram deixadas em segundo plano.

O destaque foi para o anúncio da Casa Branca, na sexta-feira, de que suspenderá as restrições de viagem da Covid-19 para estrangeiros totalmente vacinados a partir de 8 de novembro, um fato que deverá impulsionar a demanda por combustíveis de jato.

Outra notícia que reverbera nos ouvidos dos touros do petróleo é a estimativa da International Energy Agency, na quinta-feira, de que a crise energética geraria um déficit no mercado global de 500.000 barris por dia - que na estimativa de alguns, alcançará 700.000 bpd.

"Será necessária uma trifecta de eventos para tirar este rali do preço do petróleo dos eixos: Um aumento inesperado na produção por parte da Opep+, o hemisfério norte ser atingido por uma onda de calor e a utilização pelo governo Biden das reservas estratégicas de petróleo", disse Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA.

O petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preço nos EUA, apresentou alta de US$ 0,97, ou 1,2%, a US$ 82,28 por barril. No início do pregão, o WTI chegou ao pico de US$ 82,48, seu valor mais elevado desde 2014. Na semana, o WTI subiu 3,7%, e a oitava semana consecutiva de ganhos levou a referência de preço da commodity nos EUA a registrar uma escalada de 32%. No ano, o WTI apresenta alta de quase 70%.

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O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou em alta de US$ 0,68, ou 1%, a US$ 84,86. Tanto o Goldman Sachs como o Morgan Stanley (NYSE:MS) precificaram o Brent a US$ 90 antes do final do ano.

O Brent aumentou 3% na semana, com a sexta semana consecutiva de ganhos que resultou em um avanço acumulado de quase 17%. No ano, o Brent apresenta alta de 64%.

O mais recente rali do petróleo também vieram na sequência dos números de vendas do varejo dos EUA em setembro, divulgados pelo Departamento de Comércio na sexta-feira, terem registado um crescimento de quase 14% no ano e uma expansão mensal contínua de 0,7% desde agosto.

Calendário dos mercados de energia

Segunda-feira, 18 de outubro

Estimativas de estoque em Cushing (privado)

Terça-feira, 19 de outubro

Relatório semanal de estoques de petróleo do American Petroleum Institute

Quarta-feira, 20 de outubro

Relatório semanal da EIA sobre estoques de petróleo bruto

Relatório semanal da EIA sobre estoques de gasolina

Relatório semanal da EIA sobre inventários de destilados

Quinta-feira, 21 de outubro

Relatório semanal da EIA sobre estoques de gás natural

Sexta-feira, 22 de outubro

Pesquisa semanal da Baker Hughes sobre plataformas de petróleo dos EUA

Resumo do mercado e dos preços do ouro

Os touros do ouro parecem amaldiçoados por qualquer celebração antes da hora ultimamente.

Após uma breve euforia por ter retomado o marco de US$ 1.800, os longs no metal dourado foram atirados de volta a patamares intermediários dos US$ 1.700 na sexta-feira, após as fortes vendas do varejo nos EUA em setembro conduzirem a um novo pico dos rendimentos dos títulos do Tesouro com a especulação de o Federal Reserve pode ser forçado a elevar as taxas de juros antes do planejado.

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O contrato mais ativo dos futuros de ouro dos EUA, para dezembro, fechou a US$ 1.768,30 por onça na Comex de Nova York, queda de US$ 29,60, ou 1,7%. A mínima do pregão atingiu US$ 1.765,10. O único consolo foi o ganho semanal de 0,6%.

Ainda na quinta-feira, o ouro atingiu quase US$ 1.802, cruzando os US$ 1.800 pela primeira vez desde 15 de setembro, e parecendo ter finalmente feito jus a sua fama como um "hedge da inflação" e "porto seguro" dias após os preços do petróleo atingirem os valores mais altos em sete anos, acima dos US$ 80 por barril.

Mas toda ilusão de que o metal dourado expandiria sua escalada de dois dias para atingir a casa dos US$ 1.900 e, eventualmente, os níveis recordes de US$ 2.000 de agosto de 2020 parecia se esvair por enquanto.

"O ouro não conseguiu se manter no nível de US$ 1.800 depois de um relatório de vendas no varejo melhor que o esperado e uma forte rodada de ganhos que fizeram os rendimentos do Tesouro dos EUA subir, transferindo o apelo para ativos sem juros", afirmou Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA.

Embora o ouro estivesse maduro para uma realização de lucros após sua escalada para os níveis de US$ 1.800, "a tendência descendente pode se prolongar se Wall Street continuar a gerar ações", observou Moya.

As vendas mais altas no varejo em setembro estenderam os ganhos no S&P 500, que já havia tido o seu melhor dia em sete meses no pregão anterior.

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"Os touros do ouro ainda precisam ser pacientes", acrescentou Moya. "O ouro parece pronto para se consolidar aqui, mas o início de uma nova tendência de alta está próximo, assim que a recuperação econômica global voltar aos eixos e o dólar perder o seu predomínio".

Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não possui posição nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

Últimos comentários

Excelente análise!!! Obrigado e parabéns!
mui grato a vocês. Equipe Investing pelas informações. Bem consistentes. Muitos sucessos a todos(as ).
Será que o Brent passa dos 90? Será que o minério de ferro vai ficar nesse patamar abaixo da alta da pandemia? É nisso que to de olho. Matéria interessante !!
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