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ENTREVISTA-CGG Trading se prepara para recaída nos preços dos grãos em 2015/16

Publicado 09.10.2015, 17:10
Atualizado 09.10.2015, 17:19
© Reuters.  ENTREVISTA-CGG Trading se prepara para recaída nos preços dos grãos em 2015/16
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Por Gustavo Bonato

SÃO PAULO (Reuters) - A CGG Trading, uma das empresas de commodities agrícolas que mais cresce no Brasil, prepara-se para uma nova queda nos preços dos grãos, ou no máximo uma estabilidade, ao longo da comercialização da nova safra, que está começando a ser plantada no país e será colhida e exportada a partir dos primeiros meses de 2016.

"Nossa visão deste ano, mais um ano, ou ano e meio, é de 'flat' para baixo. Vemos uma queda constante (nos preços das commodities agrícolas)", disse o presidente do Grupo CGG, Luiz Aguiar, em entrevista à Reuters.

Na bolsa de Chicago, o contrato futuro de soja mais negociado e o de milho acumulam queda de mais de 30 por cento desde as máximas do ano passado, em meio à grande oferta global, após consecutivas safras cheias nos Estados Unidos, Brasil e Argentina.

Apesar de considerar a queda nas cotações, em linhas gerais, um problema para empresas que atuam na compra e na venda de grãos, Aguiar afirma que a CGG conseguiu navegar de forma rentável pela baixa recente das cotações.

"Nós nos preparamos", disse ele, sobre a estratégia de fixação de preços no mercado futuro, mas sem dar detalhes.

Como ressalva, Aguiar destacou que o mercado de grãos apresenta muitas incertezas nos meses à frente, como eventuais adversidades climáticas para o desenvolvimento das lavouras na América do Sul e o humor dos grandes fundos de investimento.

"A gente reavalia a posição semanalmente... Eu nem aposto no que seria o preço da soja em 2016", disse o executivo, indicando ser difícil dizer quanto os preços poderão cair mais nos próximos meses.

Nesta sexta-feira, os governos de Brasil e Estados Unidos reafirmaram estimativas de grandes safras nos principais países produtores. A colheita brasileira 2015/16, por exemplo, foi estimada em mais de 100 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

As grandes colheitas ocorrerão em um momento de desaceleração da demanda da China, o maior importador global de soja.

MERCADO FÍSICO

A CGG aposta na atuação forte no mercado físico de compra e venda de soja e milho, principalmente, para obter lucro em um setor de atuação que tradicionalmente é de margens muito estreitas.

A meta da empresa é fechar 2015 com 4,47 milhões de toneladas de grãos movimentadas, alta de 33 por cento ante 2014.

Do total, cerca de 3,5 milhões de toneladas devem ser originadas no Brasil (o resto por meio de um braço de operações na Argentina). Dos grãos embarcados no Brasil, 2,7 milhões de toneladas exportadas são comprados no interior do país, por meio de uma rede de originadores, e apenas 800 mil toneladas negociadas com outras tradings ou fornecedores nos portos.

Uma das características da empresa é permitir que os operadores da mesa de negociação de grãos assumam posições descobertas, dentro de limites estabelecidos por um comitê de gestão de risco, na busca de melhores margens de lucro.

Em outras palavras, os operadores podem comprar um lote de soja sem ter imediatamente um comprador em vista, ou fechar uma venda sem ainda ter garantias do produto no armazém, caso identifiquem boas oportunidades de negócio.

"Nem sempre você consegue comprar e vender ao mesmo tempo... Eles podem em algum momento tomar alguma posição, autorizadas pelo Conselho de Administração, posições compradas ou posições vendidas, sempre no mercado físico", relevou Aguiar, que antes de assumir a liderança da CGG, no fim do ano passado, atuava como executivo na Embraer (SA:EMBR3).

A CGG Trading, que têm como principais acionistas a companhia têxtil Coteminas (SA:CTNM4) e a japonesa Sojitz, está há apenas quatro anos no mercado, um período muito curto na comparação com as rivais do primeiro time das tradings --ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus-- todas elas centenárias.

Para conquistar a confiança dos produtores e garantir bons contratos, a CGG aposta na experiência e na habilidade dos representantes espalhados pelo Brasil, do Rio Grande do Sul ao Maranhão.

"A gente tem um respeito muito grande pelos nossos originadores. Essa turma é que faz a diferença", disse o executivo, que preza por pagar os contratos sem atraso e funcionários que conheçam muito bem suas regiões de atuação.

A CGG é uma das participantes do consórcio que inaugurou este ano o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) e tem contrato para usar a metade da capacidade do T-Grão, em Santos (SP), além de usar estrutura de terceiros para exportar também por Tubarão (ES), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS).

CMBIO

Presente no dia a dia de qualquer empresa brasileira exportadora, a volatilidade recente do real frente o dólar não provoca nem calafrios nem comemorações na CGG.

"Câmbio não é nosso negócio... Nós não vamos ganhar essa grana (com a desvalorização do real), porque também pode ser o oposto", disse Aguiar. "No câmbio, nossa posição é neutra."

Todos os negócios em reais, desde o frete até a compra e venda de soja no mercado físico, são imediatamente garantidos por contratos futuros de dólar, afirmou o executivo.

Por outro lado, as tradings têm sentido uma vantagem indireta na alta do dólar --que mais que compensa a queda dos preços dos grãos em Chicago--, destacou Aguiar, acrescentando que isso estimula vendas de produtores por propiciar um ganho maior em real.

As negociações antecipadas da soja da safra 2015/16 estão em níveis elevados. Segundo a consultoria AgRural, 37 por cento da colheita da nova temporada já está contratada, ante 13 por cento um ano atrás.

"Houve uma antecipação muito grande dos produtores... O pessoal está aproveitando bem isso. Para uma trading isso é uma certa vantagem, porque você já consegue trabalhar antes, segurar margens de maneira antecipada", avaliou o presidente da CGG.

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