Petrobras vê 5,6 bi barris de óleo em bloco na Margem Equatorial, diz ministro

Publicado 29.09.2023, 13:13
Atualizado 29.09.2023, 14:31
© Reuters. Ministro Alexandre Silveira
06/12/2022
REUTERS/Adriano Machado

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Estudos internos da Petrobras (BVMF:PETR4) mostram que um único bloco na Margem Equatorial (BVMF:EQTL3), na região amazônica do Amapá, pode conter reservas de mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo, disse o ministro de Minas e Energia nesta sexta-feira, ao defender a exploração da área ambientalmente sensível.

Os comentários de Alexandre Silveira ocorrem no momento em que a petroleira busca perfurar o primeiro poço exploratório em águas profundas da Bacia da Foz do Rio Amazonas, na costa do Amapá, um tema controverso que divide ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Silveira e outros ministros apoiam a tentativa da Petrobras de perfurar o poço, enquanto ambientalistas se manifestaram contra, diante dos desafios socioambientais apresentados pela região.

As estimativas das reservas, disse Silveira aos jornalistas, provêm de "estudos geológicos e geofísicos" realizados na região, que fica próxima à Guiana, onde a Exxon Mobil (NYSE:XOM) fez importantes descobertas.

"Guiana e Suriname têm enorme potencial, e têm estudos internos da Petrobras de que aquele bloco do lado brasileiro tem possibilidade de ter mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo", disse Silveira a jornalistas, ao participar de evento no Rio de Janeiro.

Para comparação, Tupi, atualmente o maior campo produtor de petróleo do Brasil, teve reservas inicialmente estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de óleo equivalente.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente pedido de comentário sobre os volumes apontados por Silveira.

O órgão ambiental federal Ibama rejeitou em maio pedido de licença da Petrobras para a perfuração do poço, alegando que a companhia não teria cumprido pré-requisitos. A Petrobras, por sua vez, propôs melhorias no plano de exploração e apresentou recurso. O Ibama não tem um prazo exato para responder.

Enquanto isso, alguns dos ministros de Lula e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendem que o petróleo vindo da região ajudaria tanto a empresa como o governo a financiar o caminho para a transição energética.

Lula apostou a sua reputação internacional na reversão de alegado retrocesso ambiental sob o seu antecessor, Jair Bolsonaro, quando o desmatamento da floresta amazônica disparou.

No entanto, ele está sob pressão para proporcionar o tão necessário crescimento às regiões mais pobres do Norte e do Nordeste, e quer Petrobras seja um motor desse crescimento.

REFINARIAS E OPEP

Silveira voltou a defender ainda, durante o evento, que a Petrobras recompre refinarias de petróleo que foram vendidas à iniciativa privada, sem que regras de mercado sejam desrespeitadas.

"Pode ser recompra ou parceria, desde que a Petrobras esteja no controle ou com poder de decisão", disse Silveira, ao defender que a medida poderia dar estabilidade ao "investidor".

É pelo menos a segunda vez que o ministro defende a reestatização das refinarias nesta semana. Na quarta-feira, Silveira fez essa defesa ao deixar um evento em Brasília.

Em resposta, Jean Paul Prates disse na véspera a jornalistas que os desejos e planos do governo guiam a companhia, "mas tudo tem seu tempo, tudo tem também sua razão".

"Há unidades, coisas que a Petrobras eventualmente vendeu que simplesmente comprar de volta não resolve o problema. Há outras que não, fazem realmente falta, dentro do processo de transição, de evolução para outras fases da indústria", disse Prates na quinta-feira.

"Então a gente vai avaliar, como empresa. Claro, o desejo de todos, do grupo político em geral, do próprio presidente Lula, é que volte a construir a Petrobras que a gente tinha."

O ministro também defendeu nesta sexta-feira uma aproximação maior do Brasil com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de forma a defender que não haja cortes tão bruscos de produção de petróleo pelo cartel.

Segundo Silveira, as oscilações dos preços do petróleo são "muito ruins para o mercado internacional e consequentemente reflete em algumas economias em desenvolvimento".

(Por Rodrigo Viga Gaier)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.